Capítulo 57

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Elijah caminhava pela floresta, enquanto via sua pequena Alma, crescendo e se perguntando como o tempo passava tão rapidamente.

A menina possuía 4 anos quando tudo aconteceu, agora era uma jovem de 16 anos, com olhos penetrantes e belas madeixas negras e onduladas, que sorria enquanto cuidava do jardim de ambas.

Os anos eram outros, e a paz reinava, mesmo que Elijah ainda fosse caçada por algumas pessoas devido sua forma de ajudar a quem precisava, usando seus dons não tão letais quanto antes e sem sentir a dor que teve que passar para estar ali com sua filha, uma menina que deveria estar morta, devido às palavras de Mortícia Addams, a mulher lhe olhar penetrante e gosto contrário ao mundo "real".

Viver ao lado de quem ela amava, era o maior presente que uma turbulenta noite de lua de sangue a fez passar, e agora Alma Frumps deveria seguir sua vida, adorando e cuidando de pessoas, assim como sua mãe, pois seus dons começavam a surgir, e eram como sua personalidade, doce e carinhoso, se tratando de curar feridos e pessoas através de conversas e sorrisos.

Ela era uma catalisadora, mas era diferente de Elijah, Morticia e Larissa, seus dons iam muito além do que as três mulheres juntas, e mesmo sabendo disso, a mulher apenas via sua adolescente ser capaz de cuidar das pessoas, nada além. 

As horas iam passando e ambas estavam dentro da cabana, sentadas atrás de uma mesa e conversando sobre como achavam que estava Morticia e Larissa, e por várias vezes Alma dizia:

- Acredito que estejam bem. Depois do que viveram, qualquer coisa faz bem - riu.

- Verdade - riu Elijah.

- Sabe o que eu acho estranho, mãe?

- O que?

- Não soubemos mais nada a respeito dos anjos e sobre o demônio que fez aquilo. Não é estranho?

- Acredito que eles ainda estejam por aí, só não se manifestaram ainda.

- Será que vão aparecer?

- Espero que não, pois seria assustador demais.

Alma se levantou de onde estava, começando a caminhar até a janela e vendo a chuva caindo no lado de fora, levantando a areia e batendo na copa das árvores. 

- O que iria acontecer se ele voltasse?

- Morreríamos! Mas esquece isso, minha filha, pois já passou e estamos vivas, graças ao esforço das duas mulheres que provavelmente jamais veremos novamente.

- A senhora tem razão mãe - virou e sorriu para a mulher - Vamos esquecer isso e continuar.

Alma caminhou até sua mãe, com seu inesquecível sorriso e a abraçou da forma mais carinhosa possível, minutos depois encostou sua cabeça em seu ombro de disse:

- Eu gostaria de ver a Larissa.

- Por que a Larissa?

- Ela nos salvou mãe - se afastou - A senhora não lembra, mas quando ela voltou, eu vi o anjo que a trouxe a vida, e serei eternamente grata a ela por isso - sentou-se no sofá. 

A menina ergueu uma das mãos e uma densa fumaça negra começou a surgir da mesma, materializando a noite em que Morticia e Larissa brigavam, e as imagens passavam tão rapidamente, que chegou no momento em que a mulher foi atingida por Morticia e caiu no chão, e minutos depois elas apareceram. 

A demonstração do passado feito por Alma, impressionou Elijah, que não imaginava ser capaz desse poder, mas sua filha o tinha.

- Como você fez isso?

- Não sei. Ainda estou descobrindo o que posso fazer, mas eu sei que eu posso alterar o passado como eu quiser - sorriu para sua mãe, que estava receosa, mas feliz, pois sabia que sua menina não machucaria ninguém. 

- Incrível, meu amor! Você pode fazer tudo?

- Sim! Olhe…

Alma, a adolescente de 16 anos, fechou as mãos, voltou no tempo de quando estava na janela e começava a chover. As imagens eram refletidas na palma de sua mão, e ela fechou os olhos e Elijah viu, diante de seus olhos, a menina abrindo a janela, algo que não havia feito a minutos atrás, e como em um estalar de dedos, a mulher abriu os olhos e viu sua filha frente a janela e a abrindo, se vendo na mesma cena que ela já havia vivido, ficando impressionada e sorriu.

A chuva cessou e o som da porta se abrindo foi ouvido, e Alma saia de dentro de sua casa enrolada em um lençol devido ao frio, enquanto sorria para os vaga-lumes que sobrevoavam em sua frente.

- Boa noite meninos?

- Boa noite!

A menina olhou para frente e viu Robyn e Angmar, surgindo de trás das árvores, e ficou olhando para ambos como se não estivesse com medo do que eles poderiam fazer.

Elijah, estava em seu quarto dormindo profundamente, e não ouvia nada, já que a porta ficava longe de onde estava, e sua filha caminhava cada vez mais para próximo aos homens.

Alma, chegou a cerca de 2 metros de ambos, e os viu parados como se não pudessem sair do lugar, enquanto ela sorria docemente e falava:

- Como vocês estão?

- Cansados e famintos! - afirmou Robyn.

- Bom, não posso fazer muita coisa a respeito disso, mas vou tentar ajudar - sorriu.

- Você não nos conhece, não é mesmo? - perguntou Angmar sorrindo, acreditando que a jovem em frente a ambos não fazia idéia de quem eles eram, sendo fácil sua rendição. 

- Não!

Alma Frumps, deu as costas para ambos e começou a caminhar lentamente em direção a sua casa, e sentiu quando Angmar a iria segurar, mas rapidamente virou e o encarou. Seus olhos estavam negros e assustadores, enquanto sua voz dizia:

- Quem você acha que lhe trouxe de volta, Angmar?

A menina sorriu diabolicamente, assim que o homem deu passos para trás. Robyn observava a cena e, pela primeira vez teve medo de uma adolescente, também dando passos para trás e se perguntando o porquê de estarem de volta, mas a menina apenas ergueu uma das mãos os fazendo sumir, enquanto seus olhos voltavam ao normal e o som da porta era aberto.

- O que faz aí, filha?

Alma virou e viu sua mãe com o rosto inchado e aparentando sono, e sorriu para ela, caminhando lentamente e quando se aproximou, disse:

- Vá dormir mãe, eu só estava olhando os vaga-lumes que resolveram aparecer de novo - riu, fazendo sua mãe rir junto - Vamos dormir.

Ambas entraram na cabana e as luzes que antes estavam acesas, agora haviam se apagado, enquanto Robyn e Angmar eram presos em algum lugar, sem saber o porquê uma adolescente de 16 anos, os havia trazido de volta.

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