O esquilo ferido

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Sophie pov's

-Ainda acho isso ridículo!-Exclamei irritada.-Por que ele quer te levar para fazer essa...essa barbaridade?

Tommy acabara de me contar que tio Arnall o chamou para uma de suas caçadas na mata como fazia com nosso primo que leva o mesmo nome do pai.

-Eu sei,mas não tenho escolha a não ser ir.Você sabe como ele é,não vai me deixar em paz se não for.

-Não deixa de ser terrível,você é uma criança.-Eu estava indignada -Nosso primo também é,mas não posso interferir nas escolhas que o pai leva ele a fazer,posso!?

-Bem,eu só vim pegar minhas coisas,volto mais tarde.

Suspirei resignada e acariciei seu rosto gentilmente.

-Apenas seja cuidadoso,tudo bem?Odiaria ver meu irmãozinho se machucar por causa de uma arma estúpida.

-Prometo tomar cuidado.-Ele ainda parecia inseguro sobre ir com Arnall,mas estava decidido-Até logo. -Inclinou-se dando-me um beijo rápido na bochecha.

E assim,saiu correndo do quarto.

Um pio familiar veio da janela.

-Ouviu isso,Kevin?Levar meu irmãozinho numa caçada.-Reclamei para o esquilo.

-Esses humanos crescidos,agem como se faltasse um parafuso no juízo,e ainda se dizem sábios.

-Nem me fale.Um dia desses,tia Bethan sugeriu que eu me aproximasse do vizinho no fim da rua.Para ela,estou na idade de pensar em casamento.

-Outra noite você disse que não faria mal conhecer um rapaz,o que eu acho nojento.

-Desde que ele tivesse um cérebro decente e não desejasse matar um animal por diversão.Estou começando a acreditar que tal homem não exista.

-Detesto ser sonhador,mas a esperança é última que morre.

-Que reconfortante.-Respondi irônica.-Isso deveria me fazer sentir melhor?-Sentei na cama de meu irmão que ficava próxima a janela.

-Eu tentei pelo menos. -Deu de ombros.

-E sua tentativa é muito apreciada,meu nobre amigo de distinta espécie.-Sorri brincalhona.-Você não tinha que procurar comida para sua casinha?A temporada da colheita de amoras na floresta está chegando ao fim.

-Passei para ouvir as reclamações do dia e você com a cara num livro. -Realmente eu já havia pego um e começado a ler durante nossa conversa.

-Desculpe,não resisti.

-Claro que não. -Ele deu uma risadinha -Te vejo amanhã,Sophie.

-Divirta-se na sua colheita!-Falei em voz alta enquanto Kevin ia embora.

Esquilos,sempre com pressa.

..........................

O tempo foi passando e me vi cada vez mais preocupada com Tommy.

Eu sabia onde tio Arnall levaria os garotos para caçar,afinal conhecia aquelas redondezas com a palma da mão.

O barulho da porta chamou minha atenção imediata.

Desci para a sala da frente vendo meu tio e primo já em casa.

-Onde está o Tommy?-Perguntei os observando.

-Nós quase pegamos uns bons patos,mas ele tinha que errar o tiro,espero que tenha acabado com o sofrimento do esquilo e volte para casa.

Meu cérebro alarmou-se.

-Esquilo?O senhor disse esquilo?

-O coitado teve a má sorte de cruzar a mira ruim do seu irmão.

Céus,não poderia ser o Kevin.

Poderia?

Corri para a saída.

-Ei,onde pensa que vai?Tem que me ajudar com o jantar,é sua tarefa.Tommy sabe voltar sozinho.

-Isso não significa que eu deva deixá-lo lá.-Retruquei ignorando os gritos da mulher mais velha e saí de casa.

Que não tenha acontecido uma tragédia.

A mata estava silenciosa,tudo o que se ouvia eram meus passos contra as folhas caídas no chão terroso.

Foi quando avistei meu irmão de joelhos diante do animal que logo reconheci como sendo Kevin.

Seu estômago sangrava,ele havia de fato levado um tiro.

-Tommy!-Chamei rapidamente me aproximando.

-Sophie,foi um acidente,eu não queria acertar ele...eu juro.-Ele estava desesperado.

-Eu acredito,Tommy.-Falei sincera-Você vai ficar bem,amigo.-Toquei devagar a cabeça de Kevin-Vamos dar um jeito.

Um ruído estranho ecoou das árvores.

Olhei na direção do som.

Era uma...arara?

-Venham com a Polly -Ela falou e saiu voando

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-Venham com a Polly -Ela falou e saiu voando.

-Não temos muita escolha.-Murmurei.

Com cautela,peguei um Kevin ferido ente minhas mãos e,junto à Tommy,seguimos a tal Polly.

Ela parou sobre os portões de uma grande mansão.

Havia uma placa gasta e antiga ali,contudo,era legível.

Lar do Dr.John e Lily Dolittle
Tratamos todos os animais.

Eu já ouvira falar a respeito do Dr.Dolittle,todos na cidade já ouviram sobre o médico de animais.

Cheguei a pensar que ele tivesse se mudado ou morrido já que ninguém o viu pela cidade em muito tempo.

Kevin gemeu de desconforto e dor em minhas mãos.

-Por favor,que ele possa ajudar.-Sussurrei temerosa.

Não queria nem imaginar minhas manhãs sem as visitas do Kevin,meu tão querido amigo.

Tommy bateu no grande portão na esperança de alguém abrir.mas Polly nos orientou a seguí-la por outro caminho.

Uma abertura nos muros.

Independente do que encontrássemos,minha preocupação era tratar o ferimento de Kevin.

Notas finais

Não resisti,tinha que trazer essa fanfic de volta.

Recebi pedidos dela de alguns leitores,então tá aqui.

Espero que tenham gostado bjs e até a próxima!

A Second Chance - John Dolittle Onde histórias criam vida. Descubra agora