Capítulo 3 -Sra. Responsável

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- Ela quer me pegar! Ai, que merda que eu fiz.

- Como é que é? O que ela disse?

- Ela disse muitas coisas, eu falei mais que a boca e como eu disse ela esta vindo me buscar.

- Sério? Você está brincando mana.

- Como eu queria estar brincando... Mas não estou.

- Não acredito nisso Maraisa, você tratou ela super mal de manhã, não quis conversar com ela e agora ela está vindo te pegar! Que benção.

- Pois é...

- Caramba garota, você está brincando com fogo.

Paramos de conversar ao escutar alguém bater na porta do banheiro.

- Da para ir logo ai! - Alguém falou

- Calma, estamos saindo. - Maiara revira os olhos e olha para mim.

- Eu vou pegar uma água, você quer Isa?

- Não, pode ir. Vou para casa a pé.

- Te vejo mais tarde então.

Eu saio e aproveito para  respirar o ar fresco, mas está difícil conseguir andar em linha reta. O que deu na minha cabeça? Eu deveria ter aceitado a água que Maiara ofereceu, não me sinto muito bem.

Me inclino contra a cerca e então ela aparece, professora Marilia saindo das sombras como um ninja.

- Ei, estacionei meu carro no final do quarteirão vamos logo. Antes que alguém nos veja.

- Não, estou muito bem a pé!

- Para de graça Maraisa, você não esta em condição de ir a pé!

- Por que insiste tanto? Eu te tratei super mal hoje pela manhã!

- Você não entenderia! Vamos logo.

- Esta bem! - Bufei

Depois de uma carona muito silenciosa e estranha chegamos até meu apartamento.

- Obrigada pela carona. - Disse tímida.

- De nada. Olha isso não pode acontecer novamente. Posso perder meu emprego se formos vistas juntas assim. E eu sei que você está sendo apontada como a oradora da turma...

- Como é? Como você soube disso?

- Eu...

- Você leu minha ficha?

- Bem, eu... Eu gosto de saber sobre todos os meus alunos

- Todos os seus alunos? Hum... De alguma forma não acredito nisso.

- Talvez eu não tenha olhado de todos ainda. Mas você deveria ouvir meu conselho, isso não significa nada.

- Como você quiser!

- Este trabalho é importante para mim, Maraisa. Eu não posso arriscar. É meu primeiro trabalho como professora e...

- Então se não fosse pelo seu trabalho... - Me aproximei dela e pude sentir sua respiração ficar ofegante. - Poderia ter acontecido ontem?

Antes de ouvir sua resposta sinto minha cabeça girar, então fecho meus olhos por um momento.

- Maraisa? Você está bem?

- D...Desculpa, estou meio bêbada ainda. Eu vou ficar bem.

- Você normalmente caminha até sua casa nesse estado?

- Não... na verdade, não. Porque você se importa?

- Você é minha aluna, claro que me importo com isso.

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora