Capítulo 4 - Sra. Relutante

62 14 2
                                    

Eu sigo Marilia até o seu escritório. As vezes é difícil pensar nela como a Sra. Mendonça quando estamos sozinhas, especialmente depois da noite passada. Não posso acreditar que ela quis me levar para casa.

Sinto um arrepio e afasto esses pensamentos antes que ela perceba o meu nervosismo. Ela fecha a porta e franze a testa para mim.

- Algum problema Sra. Mendonça?

- Não, mas você é o problema.

- O que?

- Nada. Olha, eu chamei você aqui porque acabei de falar com o reitor. Ele sugeriu que você fosse minha assistente.

- Assistente?

- Você é a aluna com as melhores notas da classe. Eu nem mesmo entendo o motivo de você fazer essa matéria no seu ultimo ano. Como estudante de química, você provavelmente já esta a meio caminho de dar aulas.

- Eu queria completar tudo.

- Completar?

- Sim, completar todas as aulas de química do currículo. Eu queria terminar todas antes de me formar.

- Ah! Não tinha ideia de que você era tão dedicada.

- Eu amo química. Eu não estava feliz com a ideia de deixar uma parte da matéria passar... E uma professora nova me deixou curiosa.

Ela ergue a sobrancelha.

- Correspondi às suas expectativas?

- É muito cedo para dizer. Nós só tivemos uma aula, mal passamos da introdução.

Ela me lança um olhar estranho e percebo o duplo sentido em minhas palavra.

- Bem tenho certeza de que você terá muito a nos ensinar sobre moléculas.

- Vou fazer o meu melhor. Mas agora, o primeiro passo é contratar uma assistente. E de acordo com as instruções do reitor, preciso primeiro de uma resposta sua.

- Entendo.

Parece que ela quer que eu recuse... mas é uma grande oportunidade para mim.

- Bem, no que isso implicaria?

- Você teria que me ajudar com as atribuições. Dar aula de reforço para os alunos que precisarem, e duas vezes por semana, faríamos uma reunião.

- A sós?

Ela desvia os olhos. Ela parece tão desconfortável que chega a ser fofa.

- Hmm, Ok. Ficarei feliz em ser sua assistente, vai ser ótimo para o meu currículo.

- Para ser sincera...tentei sugerir outra pessoa.

- Por quê?

- Voce realmente precisa perguntar, Maraisa?

- Claramente você e eu... quer dizer, o que eu estou tentando dizer é...

- Nós temos química.

- Sim, mas o reitor não quis voltar atrás.

- Acho que preciso aceitar esta oferta, o reitor me conhece. Se eu recusar pode parecer suspeito.

- Bom ponto. Mas eu falei serio, o que aconteceu não pode se repetir.

- Eu sei, eu nunca faria nada para coloca-la em uma situação comprometedora. Apesar do que eu sinto... Podemos começar do zero.

- Concordo com você. Você tem um minuto? Eu gostaria de definir a logística sobre como isso funcionará.

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora