Ela tentava alcançá-lo.
Ele achava isso impossível.
Era alto demais para poder alcançar,
Era gélido demais para poder aguentar,
Era esguio, era íngreme,
Uma decadência pura.
Por que se arriscar por alguém como ele?
O garoto problema sequer imaginava...
CORVUS OCULUM CORVI NON ERUIT ( um corvo não arranca o olho de outro corvo. ) - Transmite a mensagem: duas pessoas não se prejudicam enquanto for conveniente para ambas.
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"Correr para Alcançar."
A luz branca e forte iluminava as quatro paredes cobertas com azulejos da cor branca um pouco acinzentada.
As mãos não tão delicadas da jovem, e sim, um pouco calejadas, aproximam de maneira calma e receosa de sua própria nuca exposta.
Olhava-se no espelho, com uma mão puxando as suas madeixas para cima para permitir-se visualizar com facilidade uma pequena marca avermelhada, uma leve queimadura que tinha o formato puxado e arredondado de dedos longos.
Suspirou pesadamente.
Aquela leve queimadura não estava ardendo, estava apenas se tornando um incômodo.
Porém, não poderia continuar envolta de seus pensamentos. Precisava correr contra o tempo com o objetivo de terminar rapidamente suas obrigações, para que no final de tudo, pudesse com gosto, se deliciar da euforia da final do campeonato da famosa escola para super-heróis.
Fizera uma promessa, e sua palavra nunca é quebrada.
─── Certo, vamos lá... ─── respirou fundo, mergulhando em seu chuveiro já aberto, com a água gélida caindo e lavando o seu corpo.
Este dia, seria muito corrido.
Suas obrigações e deveres deveriam ser feitos com rapidez se quisesse chegar a tempo de ver o encerramento do festival. Arisu achava-se totalmente capaz de cumprir com seus deveres e deixar as coisas organizadas até no máximo, como calculado, 20 minutos antes da batalha final iniciar.
Entretanto, seus olhos nunca haviam amanhecido tão cansados como hoje, pesavam suas pálpebras, sorriam-lhe as suas olheiras, e clamava em tensão suas costas. Então, a decisão de um mergulho em águas gélidas em plena manhã, parecia-lhe favorável.
A luz de seu banheiro estava desligada, pois os próprios raios de sol invadiam sem hesitação aquele cômodo através da pequena janela.
A jovem admirou por alguns segundos longos, os raios atravessarem e iluminarem seus olhos que brilhavam em sua própria coloração, suas mãos indo delicadamente a luz vendo-a passar pelas frestas de seus dedos formando pequenos arco-íris pelas gotículas de água.
Encontrou naquele momento, uma paz e um pouco de energia para enfrentar mais uma sexta-feira.
Assim que se encontrava pronta, com seu uniforme escolar e seu quarto devidamente organizado, agarrou sua bolsa já feita com todos os itens que iria precisar e agarrou também, sua maleta onde continha o seu violino.
