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— Por favor, vá o mais rápido que puder! — peço ao costeiro, já que eu não tinha muito tempo e sabia que o meu pai estava correndo perigo

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— Por favor, vá o mais rápido que puder! — peço ao costeiro, já que eu não tinha muito tempo e sabia que o meu pai estava correndo perigo. Se depender daquela mulher, meu pai já estaria morto e sendo a décima refeição dos leões mais selvagens que se pode imaginar.

Mas ela está certa. Eu não posso ser a principal causa pela morte de meu pai! A minha mãe... ficaria tão decepcionada.

Saindo de meu êxtase, eu percebo que a carruagem havia parado e que estávamos na frente de uma grande propriedade. Era a mansão da minha querida amiga de infância, Suzy.

Saio da carruagem e vou imediatamente chamar por Suzy, pois apenas ela poderia ajudar-me naquele momento. Batendo na grande porta de madeira, eu sou recebida por Suzy que fica boquiaberta com a minha presença, mas já era de se esperar, afinal, não a vejo há anos.

— Jennie! — ela diz, vindo abraçar-me, e eu logo retribuo. — Não acredito que está aqui. Venha, entre logo!

Eu entro e dou de cara com o gigante casarão da minha amiga.

Quanto tempo, Suzy! — falo, sentando no estofado de sua sala.

— Eu que o diga! Por que nunca veio me visitar durante tantos anos, huh? Eu raramente tinha notícias suas, Jen.

Minha madrasta e meu pai jamais me deixariam sair de casa apenas para visitar uma amiga. Eu sei que Suzy morava na mesma cidade que eu, mas ainda assim, era tão difícil ter a aprovação de meu pai para ir em qualquer lugar... Ele nunca me deixou ter contato com as pessoas que eu conhecia em minha infância. Aliás, nunca me deixou ter nenhum amigo, amiga, ou o que fosse.

— Me desculpe... Você sabe como é meu pai.

Ele ainda continua do mesmo jeito? — pergunta assustada e com uma feição de preocupação, e eu apenas assinto.

— Mas o motivo pelo qual vim aqui é diferente. Eu preciso que me entregue aquilo que eu havia deixado com você, lembra?

Aquilo? — ela diz, tentando recordar-se — Ah, lembro! Mas porque quer aquilo agora?

— O meu pai está sendo mantido em cativeiro por não ter pagado uma certa dívida daqueles malditos jogos de azar. — digo suspirando.

— Ah, meu Deus! Que horror. Não se preocupe, irei pegar agora. — esclarece, lamentando por aquilo, mas em seguida, indo pegar o que eu havia pedido.

Depois de alguns poucos minutos, vejo Suzy vindo em minha direção, com uma pequena caixa na mão, e logo eu dou um pequeno sorriso de alívio, pois aquilo me ajudaria imenso nesse momento caótico.

— Veja, eu guardei muito bem. — fala, colocando a caixa em minha mão, quando abro, vejo aquela peça exuberante, brilhando intensamente.

Era um dos bens mais preciosos e importantes que eu tinha, e agora, eu estarei o vendo pela última vez, para que possa salvar o meu pai dessa terrível encrenca.

A jóia era banhada a ouro, tinha um pequeno rubí em seu meio, e nela, instalava-se os mais minuciosos detalhes que qualquer um poderia imaginar. Foi a única coisa que eu guardei de minha mãe, desde sua morte.

Eu havia dado para Suzy, porque na época, fiquei com tanto medo de que alguém roubasse algo tão valioso e especial. Tinha a certeza de que Suzy guardaria isso tão bem, por décadas e eternidades, e, no final, eu estava certa.

Logo depois que minha mãe morreu, misteriosamente, o leito em que minha mãe dormia pegou fogo e destruiu-se em chamas, algum tempo depois de sua morte, fazendo com que todas as coisas que ela possuía, fossem embora em míseros segundos.

Guardo a jóia e agradeço a Suzy. Eu ainda me sinto um pouco mal por ter vindo tão tarde para visita-lá, por ter vindo apenas por ajuda, e por nem sequer podermos conversar e colocar o papo em dia.

Já dentro da carruagem, eu novamente peço para que o costeiro vá até o único lugar em que fornecia jogos de azar na pequena cidade. Agora, eu havia de me preparar.

Chegando lá, eu respiro fundo e forte, e me assusto com o casarão abandonado e antigo que havia em minha frente. A rua era esquisita e escura. Era como se ninguém morasse ali. Nunca havia visto tal coisa horripilante antes.

Tomando coragem, eu entro, sendo esperançosa de que, o que me esperava lá dentro, não seria tão pior do que o que havia visto aqui.

Alguns barulhos de criaturas estranhas ecoam pelo lugar, vejo as paredes cheias de teias e outras coisas pela qual nem quero imaginar. Avisto as escadas e todas estavam em um péssimo estado. Era como se cada um dos degraus em que eu fosse pisar, cairiam um por um e eu morreria na certa.

Eu estava com a certeza de que naquele prédio não habitava sequer uma alma penada.

Subindo as escadas lentamente, eu dava um suspiro a cada degrau que pisava, talvez fosse um suspiro de alívio por não ter morrido, ou um suspiro de medo.

Depois de alguns segundos, mas que pareciam décadas para mim, eu havia chegado ao destino, ou o melhor, ao que parecia ser o andar dos jogos.

Vi uma porta gigante em minha frente. Tudo estava escuro e eu não tinha controle de nada a minha volta. Tento olhar para o lugar, mas tudo o que entrava em meus olhos era poeira. No fundo, eu podia ouvir barulhos pelo qual não conseguia identificar o que era.

O estranho era que, aquela porta estava nova, diferente de tudo que havia ali. Minha mão tremia-se, mas pego no ferro fundido que havia na porta e fecho os olhos antes de o bater.

Sem que eu esperasse, a porta moveu-se rapidamente e eu dei um pulo pasma e surpreendida pela rapidez, ou até mesmo, pelo medo de descobrir o que havia ali, ou, pelo medo de também acontecer algo comigo, assim que eu avançasse á frente.

Mas eu não posso pensar nisso agora. Eu preciso salvar o meu pai, antes que seja tarde demais.

Ando rapidamente pelos corredores e quando chego até o final, me deparo com uma anarquia de pessoas sentadas em mesas de jogos.

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thvrubyj

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