Kaminari Denki - Parte 1

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Olhar para o nada enquanto a mente vaga por um imenso vazio.

Sempre me perdia em um monte de nada. Há quanto tempo estava olhando pela janela da enfermaria divagando? Já havia parado de contar, ou me importar. Viver em meus momentos de torpor onde não existia nada além de meus próprios pensamentos loucos, experimentando cenário surreais que minha mente criava, ou em outros momentos, um zero total de pensamentos onde eu apenas existia, sem realmente viver.

— Theta? Theta? — Conseguia ouvir uma voz distante chamar por meu nome de heroína. — Theta? — Me assustei a sentir um toque sobre o ombro. — Divagando de novo?

— Desculpe, Recovery Girl. — pedi oferecendo uma pequena reverência.

— Seus episódios tem acontecido com mais frequência. Algo está te deixando ansiosa?

— As provas estão chegando. — respondi sincera.

— Vamos pensar em algo para te ajudar com isso. Mas por hora, temos de ir para o campo de treinamento, o combate dos alunos está quase terminando.

— Teremos muito trabalho então?

— Sabe que Aizawa não pega leve com seus alunos.

— É! Ele não facilita nunca. O que resolveu aprontar hoje?

— Treinamento de combate com robôs na arena. — me respondeu caminhando para fora da enfermaria.

— Ir além dos limites logo no início do ano letivo? — Eu dava graças por não ser aluna do psicopata do Eraser Head, certeza que não aguentaria uma semana sob sua tutela.

— Por acaso se esqueceu do lema da escola, [Nome]?

— Plus Ultra! — falei com desanimo, odiava essa frase por ela não fazer sentido nenhum para mim.

Chegamos à área de treinamento em alguns minutos, era possível ouvir o som de metal sendo amassado anunciando a batalha que se desenrolava no campo. Alcançamos All Might que observava as imagens no telão ao lado dos alunos da classe 1A.

— Boa tarde, Recovery Girl. Obrigado por ter vindo. Chegou em um excelente momento. — falou praticamente sem desviar os olhos.

— Viemos fazer o nosso trabalho, não me agradeça tanto, herói número 1. — Estar em frente ao homem mais forte do mundo e comprovar com os próprios olhos o ar de imponência que ostentava puro poder, despertava todo tipo de sensações em meu cérebro.

Fui obrigada a desviar o olhar para qualquer outro ponto do ambiente. O que também não foi uma boa ideia, pois percebi assim diversos olhares curiosos sob mim. Eu odiava ser o centro das atenções.

— Podemos começar All Might?

— Por favor. — pediu e senti seu olhar passar por mim, encolhi os ombros automaticamente.

Segui minha mentora até a área onde alguns alunos feridos descansavam aparentemente bem, exceto um. O rapaz tinha o olhar perdido mantendo os polegares para cima como se tentasse comunicar que estava bem, o que claramente, era uma mentira.

— Você fica com aquele. — Apontou na direção do rapaz — Sua individualidade quando usada em excesso lhe causa um tipo de curto circuito no próprio cérebro.

Por mais idiota que aquilo fosse, eu jamais estaria posição de julgá-lo. Pelo contrário, compreendia exatamente como a própria individualidade poderia causar danos permanentes ao seu usuário.

— É o tipo ideal de paciente para você, Theta! — Ela não estava errada.

O garoto de cabelos loiros era sustentado por um pilar de pedra, sentado no chão com as costas apoiada na base gélida. Sua cabeça balançava de um lado para outro enquanto murmurava palavras inteligíveis, era de certa maneira até cômico. Me agachei a sua frente para poder tocá-lo e iniciar meu diagnostico, não houve nenhuma manifestação por parte dele ao meu movimento, era como se ao menos tivesse me notado.

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