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Chegamos em sua casa, pego suas chaves e abro a garagem colocando seu carro dentro.
Ligo a luz e acordo ele:

— Kevin, amor; acorda. - Remexo um pouco seu braço, logo abre os olhos.

— Oi. - Responde sonolento.

— Vamos, chegamos. Não te aguento levar até seu quarto. - Dou um pequeno sorriso. E com esforço ele sai do carro e vai direto para a entrada da casa.

Vou atrás indo um pouco mais rápido.

Espera, a porta está fechada. - Abro em seguida.

Logo que entramos, ele vai direto para o quarto, vou atrás e avisto se jogando na cama.

Vou ficar aqui um pouco. - Avisa esfregando seus olhos.

— Tudo bem, eu irei ir tomar um banho.

Tiro meu vestido, o jogando no chão e soltando meu cabelo dentro do banheiro.

Pego uns lenços umedecidos que eu deixo dentro da gaveta dele e tiro minha máscara de cílios. Logo após vou direto para o boxe.

Logo ao sair, me enrolo na toalha, e pego outra colocando em meu cabelo molhado.
Saio indo até seu quarto.

Posso pegar uma camiseta sua?

— Pega, você sempre faz isso mesmo. - Diz deitado de lado. — Mas quando for viajar irá pegar roupas de outro cara.

— Por que está dizendo essas coisas? - Pergunto tímida ainda de toalha.

— Por que vai ser assim. Você vai para um país novo, conhecer outras pessoas e me trair. Não é atoa que já falaram pra mim que você é uma puta. - Diz rindo sonolento.

— Você não está normal. Não fala assim comigo, Kevin. - Digo magoada paralisada em frente seu guarda roupa.

— Vai se fuder, Flora.

— Quer saber? Se você pensa isso de mim, saiba que acabou! Não me importo se estiver bêbado, nem antes que teve momentos piores de sua bebedeira disse algo assim pra mim!

— É tão idiota, acha que eu seria um babaca de não saber o motivo de você ter essa paranoia de querer ir para o exterior?! - Grita, levantando e indo até mim.

— Está bravinha porquê sabe que estou falando a verdade, não é?! FALA! - Grita ainda mais me deixando assustada.

— Tchau, Kevin. - Falo baixo e  pego meu celular e bolsa que estão sua cama e vou direto para o banheiro. Pego minhas roupas e coloco elas o mais rápido para sair dessa casa o quanto antes.

Ele não vem atrás.

Sinto uma dor forte em meu peito, me vejo aos prantos.
Ligo o celular apertando o aplicativo de táxi, chamando um motorista. Coloco o endereço e se passa mais de oito minutos e nenhum motorista aceita. Até que chega uma mensagem do app dizendo que não tem nenhum motorista na região onde estou.
Estou tremendo de tanto chorar e com frio.
Que merda foi essa?

Me sento na grama, colocando minhas mãos no joelho. Soluço de dor, por ouvir aquelas palavras dele.

Ligo para o Ya:

"ya"

"Flora, o que houve? O que acontecendo?"

" Desculpa te ligar essas horas, eu preciso muito de você. Por favor. "

" Não peça desculpas, o que aconteceu? "

Na rua passa dois caras em uma moto fazendo um barulho estrondoso.

— SE CUIDA, GATINHA. FICAR ESSAS HORAS POR AQUI É PERIGOSO.

" Porra, onde você está? "

" Estou na frente da casa do Kevin, por favor venha me buscar. "

" Manda o endereço, estou saindo de casa. "

" muito obrigada. "

O respondo aliviada.

Alguns minutos depois avisto o carro vermelho, levanto e fico esperando até ele parar o carro.
Entro e choro ainda mais.

O que ele fez? - Pergunta saindo da rua.

— Ele me disse coisas horríveis. Odeio ter que estar nessa situação. Ele não confia em mim; foram quase seis anos juntos... - Limpo meus olhos, e faço um coque em meus cabelos soltos.

Quer falar sobre isso? - Pergunta olhando meu estado. — Se não quiser está tudo bem. Isso vai passar. Sempre estarei aqui com você, tá bom? - Toca em minha mão. — Trouxe um bolo de pote, esse é de brigadeiro com amendoim. Sei que adora.

Yago é meu melhor amigo.
Cuida de mim em todas as horas.

Dou um leve sorriso por ele se importar tanto.

Muito obrigada. - Respondo soluçando.

— Não vai deixar a bola cair por conta de um idiota mimado que só sabe falar merda, não é? - Pergunta risonho.

Fico calada olhando para o chão, meu costume quando fico mal.

Olhos viajantesOnde histórias criam vida. Descubra agora