Enquanto a Dinda colocava meu café da manhã, mainha e painho vão indo trabalhar, mas antes tem meu beijo, claro.
Acho tão bonito os dois juntos. Nunca vi uma briga entre eles.
Hoje os dois trabalham em bancos diferentes, porém, meu pai - antes de ir para o trabalho - sempre leva minha mãe ao seu. É muito amor, viu!
Sempre fico olhando os gestos de carinho que eles tem um com o outro e é assim que desejo que seja o meu amor quando um dia eu o conhecê-lo. E com certeza não será aos 30 anos. Ora essa! Meu pai só pode ser tantã com essa ideia de gerico.
- No que você esta pensando, minha florzinha?
Oi? Como sim? Acho que fiquei em transe pensando nos meus país.
- Estava pensando no amor de painho e mainha e que quando eu crescer quero um amor igualzinho ao deles.
- Ô minha menina, não vai me dizer que já está enamorada? É pelo Heitor, não é? Ele é tão bonitinho e me parece gostar de você.
- Ai meu padrim padre Cicero. Até você, Dinda? Quantas vezes vou ter que dizer nessa casa que não sou namorada do Heitor? Somos muito amigos Dinda e só.
- Mas ele gosta de você florzinha!
- Gosta nada, Dinda. É só brincadeira do Heitor essa história que ainda vou ser namorada dele. E pelo visto vou ter que ter uma conversinha com essa cabra pra parar com isso porque vocês já estão me abusando! Agora, por favor, por obizequio, posso ter minhas bananinhas agora?
- Claro, coma logo que já já a mãe do Heitor está chegando para leva vocês a escola. Sei, só amigos, não é? Sei muito bem onde essa amizade irá chegar.
Ô gente, eu só tenho 9 anos de idade e a mãe, junto com a Dinda, já querem me casar. Será que sou tão ruim assim que elas já querem se livrar de mim? Ô vida.
A mãe do Heitor veio me buscar e fomos pra escola. No caminho, o Heitor não parava de falar do fim de semana, de seus amigos, das brincadeiras e por aí vai. Ô menino pra falar que só a gota. Como posso namorar alguém que fala mais que eu? Não tem como, né, gente? E pra piorar, as mesmas coisas, já que ele tinha passado lá em casa ontem e me contado tudo isso.
Fico tão perdida nos meus pensamentos que só ouço quando ele fala do irmão. Êpa, para aí! Como assim "irmão"? Não sabia que o Heitor tinha um irmão.
- O que você disse aí, Heitor?
- Sobre o que? Por que eu falei um monte de coisa. Como; ontem o André foi lá pra casa depois que sair da sua e jogamos bola aí...
- Pera ai! Eita gota, quando tu começa a falar não que parar mais, oxe. Eu estou falando sobre o que você falou de um irmão.
- Ah, foi isso? É, eu tenho um irmão mais velho. O nome dele é Felipe Gabriel.
- Como assim um irmão? E ainda por cima mais velho. Já vai fazer um ano que a gente estuda juntos e você nunca me disse que tem um irmão.
- Não convivemos muito porque ele foi morar com o meu pai quando eu era ainda muito pequeno e, desde então, não tivemos mais muito contato, mas soube hoje que ele virá morar comigo e mamãe novamente. Acho que é porque meu pai vai casar de novo e ele não está se dando bem com sua nova mulher, alguma coisa assim.
- Hum, quero saber direitinho dessa história viu seu Heitor.
Nessa hora a mãe do Heitor avisa que chegamos e saímos correndo para encontrar a Elisa antes que a aula começasse.