CAPÍTULO 5

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Meu querido diário, apesar de meu amor sorrir toda vez que me ver contigo, eu estou muito alegre porque decidi escrever em ti.

Hoje me acordei um pouco cansada por ficar contigo até tarde e  ainda estou na cama, mas meu amor foi fazer um cafezinho pra nós.

Por mas incrível que pareça, até hoje eu ainda sou mimada por ele e o nosso amor nunca diminuiu. Só tenho que agradecer a Deus por ter cruzado os nossos caminhos e por termos nascido em uma época onde se alguma coisa estava com defeito faziamos de tudo pra consertar e não jogavamos fora. Porém, hoje é muito mas fácil substituir do que concertar, infelizmente.

Pois bem, estava lendo o que já escrevi até  aqui e percebi que acabei escrevendo como se ainda tivesse os meus 9 anos. Ô tempos bons e de grandes descobertas. Sim, mas estava eu aqui pensando, vou continuar assim porque quando alguém lhe lê estará vivendo e sentindo o que eu senti quando vivi esses belos momentos, não é?

Agora, não sei se você percebeu, mas estou pra conhecer um pouco do grande amor da minha vida, então, voltemos aos meus 9 anos...

Encontramos a Elisa já na sala nos esperando e eu já foi correndo lhe contar a novidade.

- Elisa, amiga, tenho um fuxico pra te contar.

- Você, hein, Ester sempre com novidades. Como vai Heitor, passou bem o fim de semana?

- Passei sim, Elisa, obrigado e você? E calminha aí Esterzinha que a novidade é minha e eu é quem vou contar.

- Hora essa, Heitor, fuxico é coisa de menina, viu!

- Mas o irmão é meu, quem sabe da história toda sou eu, então sou eu quem vai contar.

- Ô gente, não vão começar a brigar agora não, né? E que história é essa de irmão, Heitor? Você nunca falou de irmão esse tempo todo que estudamos juntos!

- Foi a mesma coisa que disse a ele, Elisa.

- Vai gente, me conta logo essa história que estou começando a ficar curiosa. Fala Elisa.

- Vai, Heitor, você conta, até por que tem algumas coisas que ainda não entendei mesmo. Fala.

- Foi assim, meninas, ontem meu pai ligou lá pra casa e...

Logo na hora boa a professora chega cumprimentando a todos.

- Bom dia, crianças! Todos em suas cadeiras, que a aula já vai começar.

- Logo agora, professora? Não dá pra esperar só dez minutinhos? O Heitor ia começar a nos contar um fuxico novinho.

- Primeiro, dona Ester, a sala de aula não é lugar para fuxicos e, segundo, vocês terão toda a hora do recreio para colocar as novidades em dia. Agora, não quero conversa durante a aula estamos entendidos? Não é por que tiram notas boas que vão ficar atrapalhando nem conversando na hora da aula, estão me ouvindo? E isso serve para todos!

Todos no mesmo momento a responderam: SIM, PROFESSORA.

- Gente, eu gosto dessa professora, mas ainda colo essa bunda dela na cadeira algum dia. Podem acreditar em mim.

Cochicho para meus amigos e eles riem fazendo com que a professora veja.

- Falou alguma coisa que eu precise saber, Maria Ester?

- Nunca professora! Minha boca é um túmulo fechado.

- Acho bom.

Assistimos toda a aula, que por sinal parecia que não acabava nunca. Eu estava ansiosa para saber mais sobre esse irmão do Heitor. Será que ele vem ainda esse ano? Já sei que é mas velho, mais quanto? Será mais bonito que o Heitor? Ô céus acaba logo essa aula abençoada! Tom, tom, tom...

Estava pedida em meus pensamentos quando esculto o sino da escola tocar.

Ô céus, muito obrigada por ouvir minhas preces. Pego o Heitor e a Elisa pelo braço e quase os arrasto para o refeitório doida pra saber a novidade.

Como sempre, Elisa senta de frente para o Heitor e eu ao lado dele. Gente isso não é voluntario, somos três amigos, porém, eu e o Heitor nos tornamos mais próximos, e por morarmos perto, acabou que estamos sempre juntos.

Mas voltando ao assunto, eu quero saber mais sobre o irmão do Heitor e já.

- Heitor Albuquerque desembucha logo essa história de um irmão mais velho e quero saber de tudo nos mínimos detalhes.

- Calma, Esterzinha! Mas é curiosa viu. Oxe, não posso nem me sentar direito.

- Ô, Elisa, me ajude aí, porque se esse menino não começar a falar eu vou arrancar a língua dele.

- Eita bixa braba, viu. Já vou contar, Esterzinha.

- É mesmo Heitor, desembucha logo essa história que agora até eu estou curiosa por saber.  - Fala a Elisa.

- É isso ai, Elisa, é assim que se fala! Tá aprendendo direitinho essa menina. E tu conta logo isso, deixa de ficar escondendo o osso.

- Eita, com duas curiosas eu não aguento. Ta bom, onde foi que eu parei mesmo?

- Seu pai ligou.  - Eu e a Elisa falamos juntos. Se curiosidade matasse, viu, nós estaríamos mortinhas da Silva.

- Hum, isso mesmo. Ele ligou ontem a noite, falou um pouco comigo, depois me pediu para falar com mainha. Passou um tempão falando com ela e eu não sei exatamente o que falaram, mas depois que desligou, ela veio falar comigo sobre meu irmão e me disse que ele voltaria a morar conosco.

- Ô Heitor, porque você nunca nos contou que tinha um irmão? Elisa pergunta.

- É, Heitor, faz quase um ano que somos amigos e você nunca nos falou dele.

- Meninas, vocês vão deixar eu terminar a história ou não? Quando eu terminar de contar vocês vão entender e, se eu souber, respondo as perguntas de vocês. Ta bom?

- Ta bom. Respondemos novamente juntas.

- Vou contar a história dos meus país do início até onde sei, por que mainha não é de falar muito sobre nisso e eu nunca perguntei. Minha mãe é tudo pra mim e já que meu pai não quis ficar com a gente ela me basta.

Mainha quando mais nova trabalhava como aeromoça e conheceu meu pai em um dos vôos que ela trabalhou. Até onde sei, foram morar juntos muito rápido, já que painho era de São Paulo e como ela viajava muito, assim eles poderiam ficar o maior tempo possível perto. Logo, tiveram o Felipe, esse é o nome do meu irmão, mas voltando, como minha mãe manteve o emprego, coisa que meu pai não queria, ele resolveu  separar-se dela. Meu irmão já tinha 4 pra 5 anos e meu pai o levou com ele. Brigaram um bom tempo na justiça, porém o juiz deu a guarda para meu pai, infelizmente. Aí, minha mãe descobriu que estava grávida de novo e desistiu do emprego por minha causa. Ela disse a meu pai, só que ele estava irredutivel. Ficou com o Felipe e só esperou até que eu nascesse para voltar pra São Paulo. Todo esse tempo, só vi meu irmão e meu pai algumas vezes, mas nos falamos sempre que possível pelo telefone. O Felipe é legal.

- Que história triste, Heitor, agora entendo porque nunca nos falou dele. Diz a Elisa.

- Não tinha o que dizer meninas, nunca achei que ele viria morar conosco. Mas agora parece que ele esta arrumando problemas por causa da nova esposa do papai, e ele vai o trazer pra morar com a gente. Mãe não disse nada mas deu pra ver que está muito feliz.

- Me desculpa ta, Heitor, mas seu pai não presta. Não deu importância pra você e agora, porque arrumou outra mulher, quer se livrar do seu irmão. Sei não viu.  Falo.

Ele não diz nada, mas percebo tristeza em seus olhos.

Continua no próximo capítulo...

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