CAPÍTULO 1

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COMO TUDO COMEÇOU

Meus pais são cearenses e assim que se casaram se mudaram para o Recife.

Minha mãe me teve quando aos seus 25 anos e a partir dai, desde que me lembro, sempre moramos nessa cidade linda e em um bairro mais lindo ainda chamado Boa Viagem, próximo ao mar e sempre movimentada. Tenho a impressão que aqui ninguém dorme.

Meu pai e minha mãe eram bancários, se conheceram no trabalho, se apaixonaram, se casaram e foram transferidos para uma agência aqui no Recife.

Tínhamos uma vida boa, morávamos em uma casa linda onde vivi quase toda a minha infância e também tínhamos a Lia.
Ah, até agora eu não tinha falado da Lia né? Ai que saudade dela! A Lia era minha confidente e trabalhava na nossa casa desde meu nascimento. Eu dizia tudo a Lia e ela sempre tinha ótimos conselhos. Grande Lia! Devo muito a ela. Bem que as pessoas que amamos poderiam viver pra sempre né? Mas já já iremos nos encontrar. Pera ai! Já já não. Sinto saudades, mas ainda estou muito nova para ir me encontrar com vocês no céu. Ora essa!

Eu e minha mãe também eramos muito amigas e, na nossa época, isso era uma coisa rara. Eu lhe contava tudo, que dizer, nem tudo né? Quem fala tudo para sua mãe? Isso com certeza ainda não mudou. Rsrsrs mas tudo, tudo mesmo eu contava a Lia, que apesar de ser mais velha sempre me entendia e não julgava minhas atitudes apenas como coisa de criança.

Como diziam a mainha e a dinda (como chamava a Lia), eu sempre fui a alegria da casa, a palhaça da família (também sou filha de cearense né gente! Queriam o que?) . Diziam isso porque sempre fui de brincar com tudo e ao meu redor era muito difícil haver tristeza.

Levo até hoje essa minha alegria e aprendi desde cedo a não deixar me abater pelas  dificuldades. Afinal, choro e lágrimas envelhecem e, se eu fosse triste, não teria essa carinha de bebê até hoje.

Bem a minha alegria não ficava só em casa, eu a levava para a escola e por algumas vezes isso me trouxe alguns problemas. Minha alegria não era bem aceita por meus professores, porém, minhas belas notas me salvavam da palmatória.

Quando eu estava com 9 anos, conheci meus melhores amigos e, a partir dai, meus castigos passaram a ser dividido por três, pois continuei a aprontar, mas agora eu estava acompanhada. Viramos o trio da risada ou como mainha e a dinda chamavam " O trio parada dura" e essa amizade dura até o dias de hoje.

Esse trio era composto por mim, Elisa e Heitor. A Elisa e o Heitor são um ano mais velhos que eu, porém quando esse grupo foi formado eu virei a líder, com toda certeza.

Estávamos sempre juntos e aprontando horrores, mas por incrível que pareça, éramos os melhores alunos, os que tinham as melhores notas, afinal, minha mãe era ótima, porém como a mesma dizia, ela era melhor ainda quando o assunto era castigo. Ela e sua ajudante tabica ( madeira fina,
dói que só a gota), ou cipó de goiabeira, correia de sofá, entre outras, muito eficientes que não me deixavam tirar nota ruim na escola.

Vamos ver como esse trio começou.

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