Capítulo 4

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ɢᴀᴛɪʟʜᴏ ᴅᴇsᴄᴏɴʜᴇᴄɪᴅᴏ

"Despertou uma atitude chorosa"


  Em poucos passos já havíamos chegado em  um chalé iluminado com pequenas lâmpadas

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  Em poucos passos já havíamos chegado em  um chalé iluminado com pequenas lâmpadas. Não possuía gramado, pedras ou qualquer tipo de chão, era apenas a névoa negra perturbadora se enroscando em minhas canelas.

- Aqui é bem perturbador. - Digo soltando a sua mão. - Não é para ofender, aliás.

- É bem macabro. Venha, entre. -  pegou novamente minha mão que o soltara e caminhou para dentro do chalé. - Eu gosto de ficar aqui.

Olhei em volta do chalé. Sua decoração era apenas a madeira envernizada, seus móveis eram de outra espécie de árvore, sendo menos maciça aos meus olhos.
  No primeiro momento possuía dois sofá de estofado branco, uma mesa de centro, cortinas brancas nas janelas, duas estantes encostadas na parede com diversos livros, cd's e revistas. O assoalho é opaco, possuindo forro no teto da mesma madeira.

- É bem rústico. - Digo deslumbrado. - Não esperava isso de um homem que possui magia verde-água. Bem heterossexual.

- Está me chamando de heterossexual? - Kai vira-se para mim com um tom sério.

- Estou. Seu heterossexual cis branco. - Confirmo segurando a risada por ver seu rosto mudar de expressão.

- Branco? Branco da onde, Asahi? - O Twisther me pergunta escondendo um sorriso no rosto. - Eu não sou heterossexual, você sabe. - Ele solta minha mão e se aproxima do meu rosto, me intimidando.

- Mas é cis. Seu gay cis. - Rio levemente dele. - Alguns gays não ficam com homem trans, sabia? - Levo minha mão até o queixo, começando a refletir. - Eles tem preconceito com pessoas que possuem corpo feminino, e também os que nos acusa de ser mulheres e não homens, por apenas a genitália.

Os olhos de Kairawan mudaram para um tom vivído do verde amazon. Passou levemente a língua pelo lábio inferior e me empurrou contra a parede gentilmente, colocando sua mão esquerda na parede, ao lado do meu pescoço.

- Qwanteer Y25,  Asahi. - Kai se pronuncia após um tempo em silêncio. - Eu não me importo com oque você tenha entre as pernas. Não me importo se menstrua, se possui seios, se você produz estrogênio e progesterona, ou se possuí uma vulva. Eu sou homem e gosto de você, outro homem. Não quero ficar com você por conta da sua genitália, porquê ela não está aqui. - Ele diz apontando o dedo indicador para a minha testa e logo abaixando. - Eu não tenho misoginia, nem nojo de vulva. Independente do que você tiver, isso não vai mudar o fato de que eu quero você, e muito menos vai invalidar a nossa sexualidade. Você é um homem, e isso já é o suficiente para eu me sentir extremamente atraído porque eu amo seu corpo Trans.

Suas palavras foram como linha e agulha costurando um retalho despedaçado, agredido pelo tempo. Eu senti o adocicado de suas palavras, a sinceridade atada a elas. Meus olhos começaram a arder levemente. Logo, sinto rastros molhados descerem dos meus olhos, e imagens passadas começaram a regressar.

Espírito para Ceifador (Vizter Escunler)Onde histórias criam vida. Descubra agora