- Sem fogo, Vizter. - Wennor o avisa.
- Podemos seguir eles, mas precisaremos de um plano. - Digo colocando minha mão no rosto.
- Vamos se recuperar primeiro. Eu e a Wennor podemos ser os atacantes. - Kenya diz.
- Vamos entender então como vamos destruir essas esferas. - Digo retirando a mão do rosto.
-Certo. Funciona da seguinte maneira: para que rompa as esferas, precisaremos de uma magia que o corpo de Kairawan não irá suportar. A segunda mais viável é destruir seus espíritos, já que eles não vão retirar a maldição de boa vontade. - Wennor explica.
- Resumindo, vamos cair no soco. - Kai diz sem cerimônias.
- Vocês vão descansar primeiro. Eu irei planejar um plano de defesa. - Kenya diz e olha para mim. - Me dê Hywess.
Estalo meus dedos e faço com que meu bastão apareça. Entrego em seguida.
- Sua arma parece fraca e você parece enferrujado. - Kenya não economizou palavras para querer me humilhar. - Você é um ótimo Qwanteer. Um homem forte.
- Obrigado? - Não entendi muito bem, só agradeci mesmo. Sai de entre as pernas de Kairawan e o puxei. - Vamos descansar, anda!
Kairawan estava em seu modo preguiça, então tive que o puxar até que seu corpo caísse em cima de mim. Segurei ele pelo seu tronco. - Deixe de moleza, anda!
- Tá tá. - Kairawan diz sonolento e caminha para o quarto me puxando junto.
Entrei no quarto com ele. Kairawan se deitou na cama, e eu me deitei ao seu lado. Seus braços fortes me abraçaram por trás, descansando o resto do período.
Passamos dias assim, deitados, juntos ou conversando e planejando ações para o plano.
- Você é lindo. - Kairawan diz olhando me rosto. - Conte-me sobre sua vida na terra.
- Minha vida na terra? Ahn...quer ouvir relato de um trans? - Pergunto suspirando.
- Eu quero!! - Kairawan sorri mais.
- Eu não ficaria tão animado. - Digo dando um leve soco em seu ombro. - Ah, minha vida foi repleta de desgraça. Aos 13 me descobri trans, mas meus pais não permitiam usar roupas masculinas, então aos 16 anos eu me assumi trans para meus pais. A reação deles foram um pouco preconceituosa, mas com o passar do tempo, eles acabaram entrando em contato com mais pais de filhos trans e entendendo mais sobre a causa. Aos 18 meus colegas de classe eram homofóbicos, e aos 21 eu fui violentado até a morte. - Digo sem emoção.
- Queria mais detalhado. - Kairawan diz levando sua mão até meu braço e segurando. - Fala, por favor!!
- Qual foi? Tá cansado de saber de vida como a sua? Um pequeno e frágil homem cis gay?
- Você sabe. É menos difícil ser um homem gay cis comedor de garotinhos teimosos, durões ou os mais frágeis e cuidadosos, do que ser um homem trans sem toda transição.
- Concordo. Você não precisou levar cuspida de ex na cara por nao ser totalmente"homem". - Retiro sua mão de meu braço.
- Você só teve gente babaca por perto? - Kairawan pergunta se aproximando de mim.
- Sim. Na sociedade Brasileira só tem gente babaca. - Olho seus olhos verdes amazon.
- Não me inclui nessa. Vamos levantar, quero ver se Wennor arrumou alguma coisa. - Kairawan diz se levantando da cama sem pressa. Após se levantar, ele caminhou para a sala de estar e eu fui atrás dele.
- Para encurralar eles, precisaremos fechar essa entrada. - Kenya dizia apontando algo. Kenya olhou para mim. - Olá, Asahi. Eu tentei fazer com que Hywess retomasse sua cor, mas ela não me respondeu, acho que ela está de birra. - Ele me entrega meu bastão.
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Espírito para Ceifador (Vizter Escunler)
Fantasía- A vida e a morte vivem em mundos separados, e o único momento que se unem é na terra. Criando nós, seres humanos. - Asahi Escunler, codinome Qwanteer Y25, é um homem trans que vive na Casa dos Espíritos, um mundo separado da morte e da existência...