Capítulo II

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Jeon Hayeong 

   Depois que saí de casa, decidi ir a pracinha que tinha perto dali. Quando eu era criança meu pai sempre trazia eu e minha irmã pra brincar ali. 

   Ele era o melhor pai de todos. Sempre foi atencioso e presente nas nossas vidas. 

  Foi ele quem me ensinou a escrever meu nome. Eu sei que pode parecer algo meio bobo, mas depois que ele morreu, esses pequenos gestos se tornaram memórias bem valiosas pra mim. 

   Conforme vou andando pra longe da casa sinto os meus olhos arderem. 
        Merda não era pra esse assunto me afetar ainda. 

   Já era pra eu ter superado a perda dele. 

    Acho que algumas feridas nunca são cicatrizadas, não importa quanto tempo se passe.

 (...) 

     Quando volto pra casa, encontro minha mãe sentada no sofá com os ombros tremendo olhando para um porta retrato antigo da família. 

    Penso se devo ou não ir até ela lhe consolar. Apesar de tudo ela ainda é minha mãe. 

    Antes que pudesse resolver fazer qualquer coisa, ela me avista e se levanta rapidamente. 

   – Filha! Nós… nós podemos conversar? 

    Assinto e me aproximo dela. Eu estava tão cansada de simplesmente existir que simplesmente aceito sem relutância.
 
   – Eu sei como isso é traumático. Toda essa situação é ruim pra todos nós. As lembranças - ela faz uma pausa como se estivesse se segurando pra chorar - elas doem. E sempre vai doer um pouco. Mas nós temos que ser fortes e superar… 

    – Mãe, me desculpe, mas eu vou ter que te interromper. Eu não aguento mais ser forte. Foi isso que eu fiz a minha vida inteira desde aquela merda! 

    – Eu… - interrompeu ela antes que a conversa ficasse pior do que já estava

       – Mãe só… vamos esquecer tudo isso, ok? Eu vou ir pro meu quarto ler - falo me levantando e passando as mãos no meu rosto pra tirar as lágrimas que nem vi ter descido.

   – Haye.  

    – hum? 

    – Eu sei que você não quer ir, mas isso é pro seu bem. Quando você chegar lá, tudo vai fazer sentido. E mais uma coisa, a viagem é daqui a quinze dias.

     (...) 

    Resumo da tarde? Eu não tinha mala, então eu fui comprar com minha amável mãe.

  Queria sair do quarto? Não, não queria. 

  Tive opção? Não, não tive. Mas pelo menos ela deixou eu escolher um modelo que eu gostasse. 

   E sendo o mais discreta possível eu escolhi o adorável preto. Preto é melhor que todas as cores sim e só a minha opinião importa. 

   Enquanto arrumava a mala, comecei a divagar sobre a escola. E seus alunos, em especial os vampiros. 

    Hora de explicar pra quem ainda não entendeu. 

      Quando eu tinha 9 anos e minha irmã 13,ela ja estava na escola e recedeu a noticia...que meu pai foi morto por um vampiro. 

   Ninguém soube quem foi, e minha mãe movida pelo desespero acusou meu tio, marido da irmã da minha mãe. A família já não estava muito unida desde antes.

Quando tudo aconteceu, foi a gota d'água. Minha tia cortou contatos com minha mãe, e eu com meu primo.

Depois de um tempo, minha mãe voltou a lucidez e admitiu agir sob pressão. Se desculpou com os meus tios e tudo mais, mas a verdade é que nada voltou a ser como era antes. 
  

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