Um

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-Tudo limpo por aqui senhor!

Um dos soldados grita ao vasculhar um local e não encontrar ninguém.

-Aqui também não! – outro grito foi ouvido.

Rengoku estava confuso, se não havia mais ninguém ali então de onde vinha aquele cheiro? Era possível ser de um dos seus soldados?

“Não... são todos alfas, e eu tenho quase certeza que esse cheiro doce não vem de nenhum de seus ômegas” o alfa dizia consigo mesmo, enquanto ele próprio ajudava na “busca” da pessoa dona do cheiro.

Oque acontece é o seguinte: após uma longa e cansativa batalha sangrenta travada entre seu povo contra o reino leste, os alfas montaram o acampamento ali perto. Estavam todos cansados demais para retornar no mesmo dia.

Mas, após um tempo montando barracas e ascendendo fogueiras, Kyojuro sentiu um cheiro forte e adocicado, que lembrava o cheiro de romã – sua fruta preferida. O alfa se viu naturalmente atraído pelo cheiro, e atordoado, tentou segui-lo, só que eram tantos cheiros ali presentes que ficava difícil localizar com exatidão a fonte de tamanha doçura. Então, após perceberem a inquietude de seu majestoso rei dominante, os soldados menos abatidos pelo cansaço rumaram em uma busca pelo “possível ômega” dono do cheiro.

-Se o encontrarem, não o toquem! Lembrem-se, se for um ômega, ele ou ela deve ser sensível aos nossos cheiros. Sejam gentis e respeitosos.

Após mais um tempo de buscas, o Rei decidiu ir procurar em outro lugar, no que percebeu que onde estavam procurando incansavelmente não havia de ter ninguém, senão, eles mesmos.

Foi quando – se aproximando de uma pequena fenda dentro de uma gruta – o alfa ouviu um chorinho fino, quase impossível de ouvir se não fossem seus ouvidos um pouco mais sensíveis a barulhos. E foi exatamente por causa dessa audição aguçada, que o alfa soube na hora que se tratava de um bebê.

O cheiro de romã ficou mais forte, e trouxe com ele, o cheiro doce do leite materno.

Kyojuro jurou que seu lobo queria uivar ali mesmo.

Aproximou-se da fenda, devagar e passível. Não queria assustar a mãe e seu bebê. Talvez oferecer ajuda, já que ali não é um bom lugar para criar um filhote.

-Olá? – tentou deixar sua voz o mais baixa possível pra mostrar que era amigável – eu sou Kyojuro Rengoku, Rei do povo norte. Vim de muito, muito longe daqui – se manteve um silêncio – eu... posso te ajudar, se quiser.

Mais um chorinho, mas dessa vez não era do bebê.

-Hey, não chore. Eu não vou lhe machucar, nunca. – Jurava pela sua vida e pelo seu povo, que jamais tocaria em um fio de cabelo de um ômega se não fosse para dar carinho – Ainda mais com uma cria, não sou um covarde.

O alfa ansiava desesperadamente olhar e conhecer a criatura de cheiro tão doce que se escondia dentro daquela fenda.

-Tá tudo bem... olha... por que não me diz seu nome, meu bem?

O ômega fungou baixinho e o choro cessou, ficou em silêncio por mais alguns segundos pensando se deveria ou não confiar naquele alfa. Odiava e temia todos os alfas, mas aquele em específico, além de ser gentil, ainda despertava dentro de si uma grande vontade de formar uma família. Por mais que quisesse negar, sabia bem o que estava acontecendo ali... “ligação de almas”

Preferiu pensar que era porquê acabara de dar à luz, e sua mente achava que precisava da proteção de um alfa para cuidar melhor da sua cria.

-Tanjiro...

O Rei gentil (RenTan Mpreg, Uzuzen Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora