Três

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Embora ainda sofra com a mágoa de ter sido abandonado, Tanjiro sentia-se completo com o nascimento do bebê e fará de tudo para protegê-lo. Afinal, aquele lindo filhote de olhos verdes e cabelos vermelhos não tem culpa de ser filho de um dos alfas mais babacas e grosseiros que já existiu na face da terra.

A mãozinha pequena chega na bochecha do ômega e desliza pelo nariz da mãe, que sorri e segura com amor o braço gordinho e pequeno.

Tanjiro se sentou no meio do ninho e colocou o bico de um de seus seios na boca da criança, que sugava o leite com certa força.

-Calma meu amor, mamãe não vai fugir.

Tanjiro sorriu quando viu que o filhote passou a sugar com mais suavidade. O ômega não via necessidade de cobrir os seios pois sabia que o alfa lá fora não deixaria ninguém entrar. Só não esperava que esse mesmo alfa estivesse tão impaciente.

Kyojuro não sabia quanto tempo mais iria conseguir se controlar, seu lobo estava quase rasgando tudo dentro de si. Até pensou em pedir ao ômega para entrar, mas que desculpa daria? Não tem motivos nenhum para entrar lá, já tinha pego e feito tudo o que precisava ali dentro.

Bufou irritado, queria ficar perto do ômega, mas não podia. Queria apenas agarrá-lo e cuidar dele, mas como chegar em alguém que acabou de conhecer e dizer: "oi, quero ser seu alfa. Posso te agarrar?"

O ômega lá dentro sentia toda a ansiedade de Kyojuro para entrar, os rosnados do lobo do alfa ecoavam pela sua cabeça lhe causando uma leve irritação.

-Alfa?

Chamou baixinho e indeciso, torcia para que não tivesse de repetir o chamado.

Kyojuro o ouviu.

E subitamente entrou na barraca, nem dando tempo de Tanjiro se cobrir. O alfa abaixou a cabeça constrangido. E o ômega...bem, agiu naturalmente. Apenas sorriu, deitou o bebê e se cobriu com a capa, como se nada tivesse ocorrido.

-Tá tudo bem senhor, pode olhar agora.

Kyojuro ergueu a cabeça e firmou seu olhar nos olhos do ômega.

-Você me chamou e eu...

-Tá tudo bem eu já disse, não precisa se envergonhar. - O ômega deu alguns tapinhas no ninho - vem cá, vem.

Kyojuro corou. Um alfa jamais poderia entrar no ninho de um ômega sem ser o parceiro dele, e mesmo sendo o parceiro, ainda era preciso ter muita intimidade pra tal ato.

-Mas eu...

-Não se finja de bobo, eu sei o que está acontecendo nessa sua cabecinha loira... pensei que se te chamasse aqui, talvez poderíamos conversar sobre o assunto, hm? O que acha?

Kyojuro o encara meio que sem jeito.

-Qual é... vem... eu sei que você tá doidinho pra entrar aqui.

Impaciente, Tanjiro deu mais alguns tapinhas no ninho.

E Kyojuro foi, mesmo seu lobo o advertindo que seria muito desrespeitoso.

Se sentou no meio do ninho perto de Tanjiro e sem saber o que falar, se silenciou esperando a conversa se iniciar a partir do ômega. Se estivesse em sua forma lupina agora, com certeza estaria com as orelhinhas abaixadas.

-Então... quer me falar alguma coisa?

Notando que o alfa desviara os olhos para seu filhote, cerrou os olhos.

-Meu lobo... ele está me enchendo o saco.

Com uma calma invejável, Tanjiro o questionou.

-Com o que?

O Rei gentil (RenTan Mpreg, Uzuzen Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora