Capítulo 02

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Kara Zor-El | point of view

Por dentro, a casa era igualmente simples; móveis comuns, sem o requinte que obviamente Lena havia sido criada. Varri os olhos pelo lugar, analisando cada detalhe pertinente. Em silêncio, observei a interação da mulher com o menino.

Os dois pareciam ter uma forte ligação, o que me deixou um pouco intrigada, considerando a vida fugitiva que Lena levava. Embora, descobri que ela já estava naquele endereço há bastante tempo.

— Quem é você, afinal? — perguntou ela, longos minutos depois, quando o garotinho finalmente foi para sua casa. Lena fechou a porta e, em seguida, se virou para mim, parado em sua frente. — É uma capanga do meu pai?

Fiz uma careta pela sua escolha de palavras.

— Não sou capanga de ninguém, garota – resmunguei, quase indignada — Trabalho de maneira independente.

Vi que ela rolou os olhos, nitidamente incomodada com o que eu falei.

— Trabalhar? – questionou, cruzando os braços sobre o peito. As bochechas se tornando rubras, talvez de raiva, não consegui discernir — Caçar pessoas não pode ser considerado um trabalho. – entortou os lábios, sem desviar o olhar do meu — Você não faz ideia do que está prestes a fazer ao me levar de volta para me pa, ele vai acabar comigo.

Dei de ombros.

— Não sou paga para questionar os fins ou os meios – argumentei com indiferença — Meu único objetivo é entregá-la a Lionel Luthor. – semicerrei os olhos em sua direção, notando a maneira como seu pequeno corpo tremia. Ela estava apavorada — Não pretendo machucá-la. Afirmo isso, porque esse tipo de coisa não faz parte da minha política. Não machuco mulheres nem crianças.

Ouvi sua risada incrédula.

— Ufa! Me sinto aliviada agora – zombou, pressionando a mão no peito de modo dramatizado — Devo me ajoelhar em gratidão também?

Arqueei as sobrancelhas para sua petulância.

— Você pode continuar zombando, fazendo piadinhas e...

— VÁ SE FODER! — berrou, me interrompendo. — Apenas a ideia de me imaginar de volta naquele inferno, já é suficiente para me fazer desejar a própria morte — notei que sua voz embargou. — Mas sei que não adianta choramingar aqui, porque uma criminosa como você não deve saber o que é sentir empatia pela dor e
desespero do outro.

Cruzei os braços.

— Já acabou o show? – indaguei, estalando os lábios. — Seu nome foi colocado no sistema de recompensas, garota, sabe o que isso significa? – pausei, analisando suas reações.

— Que estou sendo caçada por vários filhos da puta como você? – rebateu, malcriada.

— Como eu? Não. – dei uma risada arrogante — Sou única. – parei de falar para pegar um cigarro do maço.

— Não pode fumar aqui.

Ignorei seu aviso e acendi o cigarro mesmo assim, tragando-o profundamente enquanto caminhava até ela, encurtando o espaço que nos separava.

— Seu pai não colocou limites para sua caçada, sabia? – voltei a tragar o cigarro, olhando diretamente para seu rosto de traços delicados. Visualizei o pânico inundar suas belas feições — Ele apenas a quer viva, apenas isso.

Nesse momento, ela deu passos para trás, apavorada com minha aproximação.

— Não estou falando isso pra você ter medo de mim – deixei claro — Mas no momento, sou sua única oportunidade de se manter segura – cheguei mais perto, deixando-a presa entre mim e a parede em suas costas — Outros virão depois de mim, e garanto que não serão benevolentes.

A Caçadora de RecompensasOnde histórias criam vida. Descubra agora