Capítulo 3

26.5K 3.7K 1.1K
                                    

Jimin

Com pouco chegamos a casa de Amy, que não parecia bem uma casa, tava mais pra um castelo.

Era tudo enorme e chamativo.

-Uau -Falei admirando tudo aquilo, como será que é viver em uma realidade dessas? Eu iria aproveitar tanto.

-Vem Ji.

-Ah não, vou te esperar aqui.

-Não senhor, anda -Ela deu a volta no carro ao sair e abriu a porta começando a me puxar -Anda anda -Ela foi me arrastando até estar dentro da casa -Papai -A garota ia correr em direção ao homem mas eu a puxei quando avistei outra pessoa junto -Ji?

-Fica aqui -Me escondi atrás dela.

-O que foi anjinho? - Escutei a voz do pai da Amy.

-Ele está com medo do titio -Olhei através do ombro dela e notei que os dois estavam nos fitando, um eu conheço, o outro nunca havia visto antes.

-Não se preocupe Jimin, ele não vai chegar perto de você -Pisquei lentamente enquanto ainda olhava através do ombro de Amy meio acanhado, estou "acostumado" apenas com a presença de senhor Kim.

-Ji, meu tio é de boa, ele não vai se aproximar se não quiser -Olhei novamente para o moreno que sorriu pra mim.

-Olá, me chamo Jungkook.

-Oi -Respondi baixinho -Jimin -Ele sorriu ainda mais fazendo que mesmo que involuntariamente eu sorrisse também.

-Que fofo, você sabe sorrir?! -Notei que senhor Kim iria chamar sua atenção mas não fez ao que eu continuei sorrindo.

-Não está com medo Ji? -Amy se virou perguntando suavemente e neguei com a cabeça. Eu realmente não estava com medo, só não esperava encontrar outro homem aqui.

Sei que pode parecer um pensamento estranho até porque eu também sou um homem, mas isso tudo é pelo trauma que Sun me causou. Eu vejo um homem já me dá nervoso e uma baita vontade de correr, é até complicado na faculdade por causa dos colegas de sala e dos professores que a maioria são homens, mas eu sempre me enfio onde tem mais meninas e fico quietinho ali, eu tenho pavor real do sexo masculino.

Mesmo não querendo generalizar eu sempre visualizo o rosto de Sun em todos, os olhos furiosos, a cara de nojo e desgosto por tudo que eu faço, sua expressão de quando estava prestes a me bater, e quando sorriem pra mim eu vejo claramente sua cara de "pobre moço" de quando queria meu corpo, de quando me usava e depois ainda ficava reclamando do quão ruim eu sou.

Todas as suas chantagens emocionais sobre eu ser seu e minhas obrigações como namorado, isso inclui lavar, passar, cozinhar e servi-lo sexualmente.

Chegou a um ponto que eu me sentia tão descartável que já fazia as coisas no automático, arrumava a casa bem antes de amanhecer, ia pra faculdade, lutava contra meus medos e voltava pra casa arrumando tudo novamente pois ele sempre fazia uma zona antes de ir trabalhar.

E ai de mim se ele voltasse e tivesse um copo fora do lugar, era mais um motivo para ser xingado e escutar como sou imprestável, que nada faço direito, de sexo a serviços domésticos, eu não entendia porque em qualquer coisa ele me lembrava que eu não era bom de cama.

Se eu esquecia se alinhar bem o lençol da cama é porque eu não transava direito, se a escova de dentes ficava virada para o lado oposto era porque eu não gostava de o satisfazer com a boca, se ele chegava e a televisão estivesse ligada ele jogava na cara que era isso que estava o frustrando sexualmente, que eu não fazia nada e quando tinha chance de aprender ficava jogado no sofá sendo um inútil, que era por isso que sempre doía, porque eu não me esforçava pra fazer papel de homem.

Sweet Angel Onde histórias criam vida. Descubra agora