Capítulo 35

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Jungkook

Ontem ficamos até tarde na praia, caminhamos por um longo tempo e depois ficamos sentados juntinhos curtindo o ventinho frio tocar nossa pele.

Ontem foi ótimo, já hoje está sendo um dia muito difícil, tanto pro meu amor quanto pra mim, ele está contando para os pais as coisas por qual passou no antigo relacionamento, todo aquele inferno que ele passou.

— E-ele abusou de mim, muitas e muitas vezes — Ele me olhou e eu assenti apertando suas mãozinhas, estou o tempo inteiro o cheirando e dando beijinhos por seu rosto pro meu bebê saber que me tem, que por mais difícil que seja eu estarei aqui pra ele, que eu sempre estarei aqui pra ele.

— Abusou, abusou como? — O mais velho perguntou gaguejando e engoliu em seco não querendo acreditar no que tinha ouvido.

— Todo tipo de abuso, incluindo o sexual papai — Meu anjinho soluçou, ele já chorava contido enquanto contava — Ele, ele era tão mal — O miudinho se virou me abraçando apertado e eu o acolhi imediatamente.

— Já passou bebê, uh? Seu jungkookie está aqui — Ele grudou as mãozinhas na minha roupa e ficou chorando por longos minutos — Quer fazer uma pausa? — O meu tutuco negou com a cabecinha, assenti e passei a limpar as lágrimas recém escorridas.

Meu anjo respirou fundo e continuou falando, ele falava devagarzinho e vira e meche parava pra chorar na curvatura do meu pescoço.

— Ele me espancava, praticamente todos os dias enquanto jogava na minha cara o quanto eu era ruim namorado, o quanto eu era um nada e que só meu corpo ainda lhe servia.

— Porque não veio embora bebê? Sabe que te receberíamos de braços abertos — Minha sogra perguntou enquanto também chorava.

— Porque ele ameaçava vocês também, Sun dizia que se eu contasse pros senhores ou sonhasse em fugir pra cá ele iria torturar vocês mais do que a mim, Sun é louco mamãe, ele é capaz de tudo.

— E cadê ele filho? Cadê esse desgraçado? — O pequenino me olhou, apertei sua mãozinha e eu quem respondi.

— Foi pego por uma máfia, parece que estava devendo dinheiro e aconteceu o pior.

— Ele m-morreu? — Assenti e ambos suspiraram, o mais velho até levou a mão pro peito enquanto soltava um mínimo sorriso — Você está livre então bebê?

— Estou — Ele voltou a me encarar e se inclinou selando nossos lábios — Eu estou livre.

— Então quando vem embora? — Ela sorriu radiante — Já veio pra ficar? É isso?

— Eu não vou vim embora mamãe.

— O que? Porque?

— Porque eu tenho uma vida em Seul, tenho minha casa, mesmo que alugada é o meu cantinho, tenho minhas amigas e meu namorado — Falou bem baixinho.

— Mas bebê, eles podem vir te visitar sempre, não é tão longe.

— Eu não vou sair de perto do Jungkookie mamãe, não me peça isso, eu não quero ver ele só às vezes, quero vê-lo todos os dias, quero dormir com ele todos os dias, eu não posso e não vou deixar a pessoa que esteve comigo em um dos meus piores momentos pra ir pra outra cidade — Falou tudo firmemente enquanto grudava cada vez mais em mim — Eu amo vocês e amo essa casa, mas aqui não é mais o meu lugar de conforto, é lá junto dele — Ele abaixou a cabecinha — Me desculpem mas eu não vou deixá-lo.

— Desculpar pelo que filho? Essa é a sua escolha, e se você está feliz, o que se vê de longe, estamos felizes também, vá viver todo esse amor com seu namorado, se divirta, sorria, viva, seja feliz meu bebê.

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