Enfeitiçada por Alex, Rania sonhava com o dia em que ele a amaria.
Mas Aléxandros queria casá-la com Pétros, o irmão dele.
Correndo descalça pelas praias tranquilas daquela pequena ilha paradisiaca pertencente a uma das famílias mais famosas e miste...
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Rania não soube definir exatamente sua reação quando chegaram em casa e viu que Pétros estava lá. Ele parecia muito satisfeito consigo mesmo, até que sua expressão se tornou cautelosa ao cumprimentar o irmão. Aléxandros, é claro, não deixou por menos e foi logo externando a sua opinião sobre aquela visita. Rania ficou um pouco intrigada pela falta de cordialidade dele, pois acreditava que ele era muito afeiçoado ao irmão, embora ocasionalmente exercesse sua autoridade sobre ele.
— Como você chegou aqui? — Perguntou ele.
— Tomei uma das lanchas emprestadas da nossa empresa até a cidade de Serifos e depois outra para cá. — Respondeu Pétros. — Cheguei há mais ou menos meia hora.
— E para que veio? Você deve ter alguma razão para ter vindo, ou não teria se esforçado tanto. Usar os transportes da empresa para o uso particular é proibido e isso não é o seu forte, não é, Pétros? Não estou a fim de ter que explicar as suas atitudes aos demais acionistas.
Rania sentou-se no outro lado da mesa, indiferente ao que estava se passando. Já tinha muito em que pensar no momento para receber Pétros da maneira que ele obviamente esperava. Entretanto, ele pareceu se incomodar com o desinteresse dela.
— Eu queria rever a Rania e... — Disse Pétros para Aléxandros e piscou para ela, muito confiante. — Você está feliz em me ver, não está, Any?
— Claro que estou feliz, Pétros. — Respondeu ela, tomando cuidado para que seu cumprimento não parecesse muito íntimo. — Acho que você vai gostar da ilha.
Na verdade, Rania duvidava de que ele suportasse ficar na ilha por muito tempo, pois Pétros detestava aquela vida calma. Mas não sabia o que dizer. Pétros sempre lhe dava a sensação de estar zombando dela e isso a inibia, além de lhe irritava bastante.
Mas Aléandros era menos reticente e olhava para o irmão mais novo com zombaria.
— Aposto que em menos de vinte e quatro horas você estará morrendo de tédio, pois aqui não há divertimentos que tanto aprecia. — Disse ele, sorrindo para Rania. — Aqui não há restaurantes, nem cinemas ou clubes, apenas uma taverna frequentada pelos fazendeiros e pescadores. Homens rústicos e de um temperamento nada fácil para jobens como você.
— Você está entediado? — Perguntou Pétros e Rania esperou com ansiedade a resposta de Aléxandros.
— Não... — Respondeu ele calmamente, depois de dar um gole no café. — Mas lembre-se de que não exijo tanto do dia-a-dia como você, meu irmão. Minha vida é bem diferente da sua!...
Era óbvio que Pétros não estava gostando do rumo da conversa, Rania já havia notado. Ele parecia ficar em desvantagem sempre que tentava desafiar Aléxandros. Pétros sabia disso e parecia ressentido; seu riso nervoso provava isso.
— Oh, mas claro que você não tem outra opção a não ser ficar aqui, não é? Você precisa tomar conta do seu rebanho, principalmente da sua ovelhinha, para que o lobo mau não venha devorá-la!
