Enfeitiçada por Alex, Rania sonhava com o dia em que ele a amaria.
Mas Aléxandros queria casá-la com Pétros, o irmão dele.
Correndo descalça pelas praias tranquilas daquela pequena ilha paradisiaca pertencente a uma das famílias mais famosas e miste...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Summer compadecia-se dela, Rania imaginava, mas tinha sido criada à maneira antiga e não via nada de errado em se planejar o futuro de uma garota. Era assim que as coisas sempre haviam sido feitas ali; era assim que ainda continuavam a ser feitas por um grande número de pessoas, particularmente nas ilhas, onde o progresso era lento e os velhos costumes permaneciam inalterados. Além disso, Summer pouco podia fazer para influenciar seu sobrinho, Rania também sabia disso. Como eram terríveis as mudanças que se passavam em seu pequeno mundo!
— Confie em Aléxandros, menina... — Aconselhou Summer, mas Rania negou com a cabeça veementemente.
— O problema é esse. — Gritou desesperada. — Eu não confio nele!
— Fique quieta! — Disse Aléxandros, categórico. — Pegue aquela-cadeira e sente-se, Rania, não precisa ficar nervosa. Você tem a minha palavra de que não será forçada a casar-se com alguém com quem não queira. Isto a satisfaz?
— Está falando sério? — Ainda tremendo, Rania fitou-o, só naquele momento percebendo que ele também se levantara.
— Confie em mim, como tia Summer sugeriu. — Disse ele. — Isso é tão difícil assim?
Ela meneou a cabeça, observando com o canto do olho a expressão encorajadora de Summer. Sem dizer uma palavra, pegou a cadeira e sentou-se novamente. Aléxandros também se sentou e correu as mãos sobre os papéis antes de falar.
— Podemos continuar? — Perguntou ele, mas Rania ouviu muito pouco do que se seguiu, pois só pensava em seu futuro. Não importava a má impressão que causasse a Aléxandros Magnus; na verdade, ainda não confiava inteiramente nele.
Nos dias que se seguiram, a situação se mostrou mais fácil do que Rania esperava. Ela e Aléxandros não tiveram nenhuma discussão realmente séria, provavelmente porque agora ela se ocupava mais do que nunca das tarefas domésticas. Tinha descoberto, surpresa, que esse trabalho era muito menos cansativo do que imaginava. Aléxandros era razoavelmente tolerante, mas exigia dela e de Luke muito mais do que seu padrasto jamais exigira. Luke parecia satisfeito, mas Rania não escondia seu ressentimento e sua revolta.
Um dia, dispondo de tempo livre, ela subiu a colina e foi visitar a colônia dos artistas. Voltou descalça, segurando as sandálias na mão e com o rosto levemente corado. Costumava fazer isso desde pequena, em parte porque gostava e em parte porque era hábito dos artistas que frequentavam a colônia.
Isso os tornava diferentes das pessoas da vila; e, como Rania tinha muito do caráter de sua mãe, às vezes gostava de parecer diferente. Sorriu quando passou em frente aos barcos de pesca ancorados em fila, satisfeita por ter escapado ao controle de Aléxandros, pelo menos uma vez.
— Ei! Olhe para cá!
A voz zombeteira transformou-se em riso, seguido por outros. Eram risadas amistosas dos jovens que trabalhavam nos barcos. Acostumada a isso, Rania continuou a sorrir enquanto caminhava. Assobios e gritos se misturaram às risadas e ela sabia que, se virasse a cabeça e olhasse para um dos rapazes, imediatamente ele se tornaria o alvo da gozação dos amigos. Tudo, porém, não passava de brincadeira e nunca lhe causara o menor aborrecimento.