Capítulo 14 - O Presente

253 31 3
                                    


A mãe de Aphelios e Sett tiveram seus sorrisos lentamente morrendo ao ver o aniversariante em prantos. A mulher deixou o bolo na mesa mais próxima e Aphelios aproximou-se de ambos e os abraçou com força.

- Obrigado. - ele disse com a voz abafada naquele abraço desengonçado.

- Eu não te vejo chorar há anos, filho. O que houve? - sua mãe questiona com uma voz carregada de preocupação enquanto acariciava suas costas.

- É um choro feliz? - Sett confuso e preocupado com seu namorado não conseguia olhá-lo nos olhos dele agora, portanto se contentou ao afagar o cabelo preto e sedoso de Aphelios.

- Eu vi ele de novo. - Aphelios aperta um pouco mais o abraço mas logo depois se afastou brevemente - Mas dessa vez ele tentou pedir perdão e até agachou no chão! Eu não consegui reagir, mãe! Não pude ver a Alune depois porque fugi, eu sou um covarde.

- Aquele desgraçado maldito! Eu vou atrás dele! Como ele ousa te importunar desse jeito?! - A mulher furiosa estava pronta para se virar e pegar as chaves do carro mas Aphelios segurou seu pulso.

- Não mãe, você não vai atrás dele. Eu não quero saber dele por um tempo. - Aphelios solta um longo suspiro - É meu aniversário e vocês se esforçaram para fazer essa surpresa, vamos aproveitar.

A mulher concorda meio relutante. Ela sabia que seu filho mais uma vez guardaria todas as suas emoções dentro de si mesmo e fingiria estar bem, infelizmente por ser a mãe do garoto não estava qualificada o suficiente para que ele pudesse ter confiança o bastante para desabafar e conversar sobre suas inseguranças.

Mas estava segura de que Sett era capaz. Ela via como os olhos do ruivo brilhavam toda vez que olhava para seu filho, a preocupação também aparente. Sua preocupação não dissipou mas se tornou menor porque sabia que seu filho havia encontrado alguém confiável.

Os garotos não haviam assumido namoro para ela, mas a mulher não era boba e eles nem escondiam mais também então apenas se deixou levar.

- Sett e eu separamos um filme para assistirmos.  Vamos comer bolo e não ousem derrubar no sofá. - a mulher disse animada e sorrindo enquanto olhava para o filho.

- Você não tem que trabalhar hoje, mãe? - Aphelios questiona. Todos os anos eram os mesmos e ela trabalhava até de noite.

- Consegui a manhã de folga e chamei Sett para uma surpresa, pensei que demoraria mais no hospital mas foi rápido.

Os três se aconchegaram no sofá da sala para assistir o filme. Sett estava um pouco mais silencioso que o normal mas era porque não gostava de interromper a conversa das pessoas, mas prestava atenção. Sentou-se ao lado de Aphelios e sem perceber agarrou a mão dele. Nem sequer pensou na possibilidade da mãe do namorado ver e desaprovar, ele meio que tinha o sentimento que ela já sabia sobre eles como sua mãe.

Aphelios também não se afastou, nem quando Sett deitou a cabeça em seu ombro durante o filme.

Comeram mais da metade daquele bolo saboroso até o final do filme. No meio dele, Sett adormeceu em seu ombro e sua mãe acabou tendo que ir trabalhar pois ligaram da empresa para ela.

- Filho, a mamãe já vai mas a noite temos jantar marcado com a mãe de Sett. Vamos jogar boliche. Pego vocês mais tarde. - a mulher apressada não deu a chance de Aphelios pensar, deu-lhe um beijo no topo da cabeça e bagunçou os cabelos de Sett. - Juízo.

O rosto de Aphelios ficou tão vermelho quanto um pimentão maduro e sua mãe apenas saiu rindo maquiavélica. Mal prestou atenção no resto do filme e quase pegou no sono porque seu rosto estava tão perto dos cabelos de Sett que era macios e cheiravam bem.

Estava tão feliz com a surpresa dessa manhã que decidiu jogar todo sentimento ruim sobre seu pai para bem longe, não era o momento de ficar ressentido.

Abraçou fortemente o tronco de Sett o empurrando para deitá-lo apropriadamente no sofá jogou-se sobre ele. Não sabia se Sett havia despertado mas os braços dele abraçaram sua cintura. O cansaço mental e o estresse que passou em tão poucas horas o alcançou e estava tão confortável que pegou no sono também.

Acordou algumas horas depois sentindo algo gelado tocando sua bochecha. Sem abrir os olhos ergueu a mão para tocar seu rosto e parecia estar pegajoso. Assustado abriu os olhos e deu de cara com Sett sentado sobre seu corpo com os dedos lambuzados de chantilly.

- Bom dia, flor do dia! - como se não fosse culpado pelos próprios crimes, Sett abriu um grande sorriso e com seu dedo sujo de chantilly deu um toquinho na ponta do nariz de Aphelios.

- Seu..! - Aphelios sentou rapidamente, agarrou o pulso de Sett tentando fazê-lo tocar seu próprio rosto com a mão suja.

Missão bem sucedida. Agora os dois estavam com os rostos sujos e no meio disso tudo, para apaziguar a pequena raiva de Aphelios, Sett deu-lhe um selinho. Aphelios finalmente paralisou, encarou Sett nos olhos e o beijou.

Aos beijos sem pressa se deitaram mais uma vez no sofá, mas agora quem estava por baixo era Aphelios que segurava os ombros do ruivo fortemente. Sett afastou um pouco os lábios e começou a beijar cada parte do rosto de Aphelios onde havia chantilly espalhado.

- Mhmm... Para. - Aphelios tinha seus olhos fechados e virou a cabeça deixando seu pescoço exposto. Sem responder, Sett desceu os beijos para o pescoço de Aphelios.

O espaço era um pouco pequeno para eles, Aphelios tinha pequenos espasmos ao ter seu pescoço beijado em partes tão sensíveis, as pontas dos dedos já estavam esbranquiçados por apertar os ombros de Sett, soltava alguns suspiros baixinhos, o limite de sua razão próximo.

- Quarto. - em um quase suspiro implorou. Seu pedido logo atendido, Sett ergueu seu corpo e se levantou, passou seus braços pelos ombros e sob os joelhos de Aphelios o carregando feito princesa.

- Esqueci do meu presente! - Sett riu e beijou a testa de Aphelios em seus braços que segurou seu peito com medo de cair. Sett ficou um pouco tímido por ter seu peito tocado nesse momento que estava tão sensível e comentou - Safado.

Sett carregou Aphelios até o quarto tendo um pequeno dejá vu da vez que fizera quase a mesma coisa. Deixou-o no chão e entregou a Aphelios um moletom que era duas vezes o tamanho dele.

- Não acredito que você vai realmente fazer isso. - Aphelios riu um pouco incrédulo.

O presente nada mais era que o moletom de Sett do qual Aphelios sempre tinha o costume de usar quando ia na casa do namorado. Vivia o vestindo e dizia que o queria muito, porém Sett nunca deixava pois era seu moletom favorito... Mas ver seu namorado fofo vestindo sua roupa era um visão e tanta, então decidiu ceder.

- Agora é todo seu. - Sett fingiu tristeza por perder um item valioso e se jogou dramaticamente na cama cobrindo os olhos.

- Bobo. - Aphelios continha um pequeno sorriso nos lábios. Observou que Sett não estava olhando e sorrateiramente retirou a própria camiseta e bermuda. Vestiu o moletom grande que batia um pouco abaixo da linha das coxas. - Vou vesti-lo.

- O que? - Sett surpreso se senta com os olhos arregalados e seus lábios ficaram levemente abertos com a visão na sua frente. - Porra, Phel, golpe baixo.

Aphelios riu mais uma vez e caminhou ainda sorrindo até Sett, sentou-se sobre suas coxas, passou os braços ao redor do pescoço dele. Deu um beijo em cada parte do rosto de Sett para limpar o chantilly que ainda estava lá e passou a língua nos lábios.

- Phel, você quer continuar? - Sett parecia hipnotizado pelos olhos e lábios de Aphelios, seus dedos se encheram com a carne das coxas do mesmo agarrando.

- Uhum... - Aphelios ainda estava um pouco tímido mas balançou a cabeça.

Permissão concedida os dois se deitaram mais uma vez sobre os cobertores.

Continua...

Sol et lunaOnde histórias criam vida. Descubra agora