Sol et luna

Capítulo 12 - A Descoberta

Final de semana significa para os mais jovens que são dois dias para relaxar dos afazeres e se divertir. Para o casal de pombinhos apaixonados não era diferente, entretanto o plano da vez era algo mais caseiro.

Sett estava extremamente animado e Aphelios estava extremamente ansioso. Neste fim de semana dormiria na casa de seu namorado e conheceria a mãe do mesmo.

Aphelios estava receoso, com medo de decepcionar a mãe de Sett. O garoto tinha ciência que sua aparência levemente abatida, sua feição séria e sua timidez para com estranhos era motivo de reprovação dos mais velhos. Sua cabeça estava cheia de pensamentos e-

- 'Tá pensando bobagem de novo, né? - uma mão quentinha pressiona gentilmente a sua.

Sett veio buscá-lo para caminharem juntos até sua casa. Em suas costas estava a típica mochila escolar de Aphelios que não possuía livros e cadernos, agora tem mudas de roupas e itens de higiene.

- 'Tô não. - Aphelios fecha a cara e sem perceber seus lábios formam um pequeno bico.

Logo em seguida seu corpo esguio fora completamente emergido para um abraço de urso repentino e lhe foi roubado um estalar de lábios.

- Você fica tão fofo quando faz essa carinha de emburrado, me dá vontade de gritar pra todo mundo que eu gosto do garoto mais fofo do planeta! - Sett animadamente quase tirava os pés de Aphelios do chão.

- Se você fazer isso, eu te mato. - Aphelios o olho no fundo dos olhos de Sett.

- Ok.

Caminharam por mais ou menos quinze minutos que teriam demorado mais se não fosse Aphelios puxando Sett pela mão a cada vez que alguém passava com um cachorro na coleira e o ruivo pedia para fazer carinho. E finalmente chegaram até a casa de Sett, foram recebidos pela mãe do garoto que esbanjava um grande sorriso tão esbelto quanto o do filho.

Durante o almoço, Aphelios tinha as mãos suadas de nervoso e sua voz tremia toda vez que tinha que responder as perguntas da mulher. O garoto não esperava algo felpudo passando pela sua perna por baixo da mesa e deu um pequeno pulo de susto. Logo em seguida uma bola de pelos  totalmente branca exceto por algumas manchas cinza salta para seu colo o encarando com grandes olhos azuis.

- Ah! Esqueci de te apresentar, Phel. - Sett deixa seu garfo no prato para acariciar a cabeça de sua gata. - Essa é a Yuumi, minha gatinha.

Os olhos de Aphelios pareciam brilhar em fascínio por ter pela primeira vez um animal de estimação em seu colo. Seus dedos foram logo de encontro a cabeça do felino. Sempre quisera ter um animalzinho em casa, porém seu pai odiava animais e sempre brigava quando Alune implorava por um, depois de  perder sua irmã, nunca mais tocou nesse assunto.

- Olá Yuumi. - a gatinha mia em resposta à Aphelios que finalmente da seu primeiro sorriso genuíno naquele dia. Era surpreendente como um pequeno animal fazendo absolutamente nada podia dissipar qualquer preocupação e aliviar a tensão.

- A Yuumi vai roubar seu namorado, filho. Melhor tomar cuidado. - a mãe de Sett até então estava em silêncio mas resolveu falar justamente para envergonhar os dois garotos enquanto plenamente dava uma garfada na comida.

- C-como sabe que estamos namorando?! - a voz falha e estridente de Sett ecoa pela sala de jantar. Ele pretendia contá-la quando Aphelios estivesse pronto, mas foram pegos sem fazer absolutamente nada.

- É óbvio demais, filhote. Não adianta esconder nada da mamis aqui. Seja bem vindo a família, Aphelios. É um grande prazer. - ela sorri.

- Me desculpe por termos escondido. - Aphelios abaixa sua cabeça mas a gata gordinha ergue o focinho gelado de encontro a seu nariz o fazendo sorrir. - Na verdade... Eu que agradeço. Obrigado por nos aceitar.

Depois do almoço recheado de risadas, alguns constragimentos e miados de gato, Sett e Aphelios subiram para o quarto todo colorido, lotado de puffs pelo chão, pôsteres de lutadores de MMA na parede, figure actions de super heróis e uma cama toda bagunçada.

O quarto de Sett apesar de bagunçado era extremamente confortável, ambos os garotos se deitaram para dividir um puff e discutiam para decidir quem seria o jogador 1 e 2 e acabou em um golpe muito baixo de Aphelios sentando-se no colo de Sett e abraçando seu pescoço, jogando seu charme para convencê-lo.

- Assim não vale, desse jeito vou querer jogar outra coisa. - Sett tinha as bochechas coradas e seu olhar não desviava das profundezas obscuras dos olhos de Aphelios.

- Ah é? Vai jogar o que então? - Aphelios ainda soando provocador agarra com pouca força os cabelos da nuca de Sett que rapidamente reage impulsionando seu corpo para frente derrubando Aphelios de costas em outro puff. Os pequenos olhos de Aphelios se arregalaram de surpresa.

- Não provoca. - Sett estava um pouco mais sério dessa vez e apesar da empolgação repentina, suas mãos agiam de forma mais delicada - diferente de seu coração agitado-, agarrou os pulsos de Aphelios acima de sua cabeça o deixando sem escapatória.

Sett deu início a um beijo mais lento que consequentemente se tornou mais feroz e necessitado. Aphelios tentava soltar suas mãos sem sucesso, até que mordiscou levemente o lábio inferior de Sett o puxando. Conseguiu ter uma abertura e soltou suas próprias mãos para levá-las ao redor do pescoço de Sett pedindo silenciosamente por continuidade daquele fervoroso beijo.

As mãos de Sett não se contentavam em apenas se apoiarem no estofado de couro dos puffs e seguiam seu próprio caminho pelo corpo de Aphelios. Acariciavam o pescoço, logo em seguida os ombros. Desceu as mãos para o peitoral de Phel, acariciando com um pouco de força ocasionando um suspiro longo do mesmo. Tantas novas sensações.

Suas mãos desceram para as coxas de Aphelios que foram apertadas sem dó. O garoto surpreso arqueou as costas e um suave som escapou de seus lábios. Seus olhos se abriram e com muita vergonha se encolheu em uma bola, tampando seu rosto com as mãos. Nunca havia gemido nem quando se aliviava sozinho e agora com um simples aperto nas coxas gemeu entre os lábios de Sett.

- Não tenha vergonha, querido. - Sett tentava acalmar seu coração se deitando ao lado do garoto encolhido. Agarrou seu corpo como se abraçasse um travesseiro. - Significa que foi bom, ok? Isso é normal.  - começou a enchê-lo de beijos sobre as costas das mãos dele.

- Isso nunca aconteceu, Sett. Vou morrer de vergonha. - Sua voz saiu abafada. - Eu sei que vamos fazer mais que isso mas, por favor, vamos com calma, tá bom? Sou tímido...

- Não parecia tímido quando me agarrava gemendo sob meus braços. - Sett ria zombeteiro e como resposta tomou um peteleco na testa.

Depois de mais provocações decidiram jogar alguns jogos competitivos no videogame de Sett apenas para ver quem ganharia o título de melhor jogador do dia. A competição fora tão acirrada que jogaram até anoitecer e os olhos arderem de tanto encarar a tela brilhosa da televisão.

Desistiram de competir para jantar e depois se banharem. Sett estava quase caindo de sono.

- A mamis me deu um colchão para colocar aqui do lado da minha cama para você dormir mas estou com muita preguiça. Vem dormir comigo. - Coçava os olhos enquanto pedia.

- Preguiçoso. O lado da parede é meu, perdeu! - Aphelios correu e se jogou na cama o mais rápido que pôde antes que Sett também decidisse correr, o que lhe deu vantagem, mas o ruivo agarrou sua cintura e começou a lhe fazer cócegas.

- Espertinho. Hoje eu deixo passar. - Sett realmente estava com sono, então apenas se aconchegou atrás de Aphelios e enfiou o rosto na curva de seu pescoço dando uma cafungada apenas para sentir o cheiro de seu próprio sabonete impregnado na pele macia. Com certeza um ponto no corpo de Aphelios que lhe trazia conforto e paz.

Naquela conchinha apertada na cama de solteiro cheia de travesseiros, uma gata gorda subiu na cama e se jogou nos braços de Aphelios.

E assim dormiu os três. Sett abraçando Aphelios que abraçava Yuumi.

Continua...