Prólogo

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Madelyn McConnel

Podemos ver as luzes da Torre Eiffel pela janela do quarto do hotel

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Podemos ver as luzes da Torre Eiffel pela janela do quarto do hotel. Está tudo uma enorme bagunça: roupas por toda parte, minha mãe e minha irmã dividindo o babyliss no banheiro enquanto eu luto para abotoar as sandálias sem amassar meu vestido.

A bagunça perfeita. Vamos comemorar meu aniversário de dezesseis anos em um dos melhores restaurantes de Paris. Meu pai saiu mais cedo, disse que iria comprar uma gravata nova, mas sei que não é isso. Ele obviamente está fazendo alguma surpresa.

O telefone de mamãe tocou encima do criado mudo, e tinha a foto de papai.

- Atende para mim, querida? Ainda falta metade do cabelo! - Ela gritou do banheiro.

- Sim, é o papai! - Peguei o telefone e coloquei na orelha - Oi papi! Estamos quase prontas, pode nos esperar!

- Eu falo com a filha de Heymond McConnel? - Um homem estranho perguntou e meu coração gelou de imediato.

- Sim... quem é? - Mantive um tom de voz calmo. Por sorte o homem falava inglês. Meu francês está enferrujado...

- Aconteceu um acidente de carro e... não houveram sobreviventes. Sinto muito.

O mundo ficou em silêncio para mim. Nao havia mais vestido, sandália, restaurante, presentes... apenas silêncio e dor. Muita dor. Tentei respirar, procurar apoio em algum móvel, mas nem consegui segurar o celular. Ele caiu no chão pouco antes de eu cair de joelhos.

- O que foi isso, Mads? O que papai disse? - Minha irmã me perguntou do banheiro.

Como eu poderia responder? Um choro como de bebê saiu de mim. Choro. Gritos. Dor.

Minha mãe e irmã correram para mim. Ellie me acolheu em seus braços enquanto mamãe tentava falar no telefone.

Mais gritos e choros me impediram de falar. Ellie também começou a chorar escandalosamente me abraçando forte. Mamãe ficou em silêncio ao telefone. Em choque. Apenas uma lágrima calada escorreu por seu rosto.

Meia noite. Completei dezesseis anos.

5 meses depois

Carreguei a última caixa até meu quarto, e da janela vi o caminhão de mudanças ir embora.

Foi insuportável ficar naquela casa durante meses. A casa que papai comprara, que ele e mamãe decoraram juntos, que eu e Ellie crescemos... foram os cinco meses mais difíceis da minha vida. De todas nós.

Mamãe ficou uma semana na cama, no quarto escuro. Cabelos bagunçados, sem maquiagem, pálida e pedindo uma nova garrafa de vodka a cada três horas. Nunca a vi assim.

Ellie e eu não fomos a escola por duas semanas, e choramos no banheiro nas primeiras aulas. Sei que ela também chorou porque toda vez que eu ia lá, me ajoelhava no chão e podia ver seus tênis no chão da cabine ao lado e ouvir sua respiração ofegante.

Nos prometeram que ficaria mais fácil... que a dor se transformaria em saudade. Nos prometeram que ficaríamos bem e que tudo iria passar, mas piorou quando chegamos em casa após a escola para leitura do testamento e descobrimos que teríamos direito a apenas metade da herança.

Não ligo para o dinheiro. Não em um momento desses. Mas, mamãe liga. Ela ficou um caco.

Quando o ano letivo acabou, a primeira coisa que fizemos foi nos mudar para um lugar bem longe.

Outer Banks, o paraíso na terra.

Golden Girl - OBXOnde histórias criam vida. Descubra agora