Amor Arquivado

8. Sinceridade

Esse capítulo conta sobre o Jungkook e o lobo dele então podem ter alguns gatilhos sobre abuso familiar, só leiam se acharem que dão conta ok??

Esse capítulo pode ter ficado meio meh pq tem muito diálogo, mas é um capítulo de transição então acho que isso é esperado

:)

01:48 — 28/04/2021
Madrugada de Sábado

As mãos de Taehyung acariciavam os nós dos dedos de Jungkook enquanto andavam de volta para casa. Estavam em completo silêncio porque no fim das contas, não havia o que dizer. Toda vez que o alfa olhava para o ômega, eles começavam a rir baixinho.

Mas quanto mais chegavam perto da casa de Wejoon, mais Jungkook ficava nervoso. Afinal ele havia destruído o festival, atacou um homem e uma mulher, provavelmente destruiu muitos produtos de venda preciosos para algumas famílias, e se Taehyung e a família dele já tinham uma má reputação antes, com certeza havia piorado.

Não importava o quanto estivesse nas nuvens por causa dos beijos de Taehyung, pelo toque dele em sua cintura, quando chegaram perto dos campos de girassóis e viram Wejoon parado na porta, Jungkook sentiu vontade de vomitar.

A alteração do cheiro do ômega chamou a atenção de Taehyung, e ver seu pai na porta esperando por eles fez um rosnado subir sua garganta. Mas obviamente não deixou o som sair de seu corpo, não havia necessidade de rosnar para seu próprio pai. Apertou a mão de Jungkook para demonstrar apoio e acariciou a glândula odorífica no pulso dele, tentando acalmá-lo.

Wejoon prendeu o cabelo quando Taehyung e Jungkook subiram a varanda. O cheio do alfa encobria todo o ômega, mas não havia como negar que haviam feito algo na floresta.

— Seu irmão quer falar com você. — Wejoon falou para Taehyung. O alfa começou a andar para dentro da casa puxando Jungkook junto, e o mais velho balançou a cabeça. — Ele fica.

— Pai...

— Não ouse rosnar pra mim. Entra. Daqui a pouco devolvo o Jungkook pra vocês.

— Hyung, tudo bem. — o ômega se intrometeu, soltando a mão do mais velho. O olhar dele questionava se aquilo era mentira, e Jungkook tentou sorrir, empurrando Taehyung suavemente em direção a porta da casa.

"Não posso deixar Taehyung me defender sempre. Como posso dizer que sou adulto como ele, se não assumo as responsabilidades dos meus atos? Se não fizer isso, vou ser pra sempre como um adolescente."

Essa era a linha de raciocínio do ômega, e no que ele se agarrava enquanto assistia Taehyung sumir dentro da casa, o deixando sozinho com Wejoon. O nervosismo crescia dentro dele, mas também a teimosia, porque no fim das contas apesar do estrago, não havia feito aquilo por motivos ruins.

Wejoon sentou na varanda e tirou um maço de cigarros do bolso. Jungkook sentiu o cheiro de menta vindo da caixinha. O alfa de cabelos avermelhados indicou o espaço vazio ao seu lado e o ômega respirou profundamente antes de ocupar o lugar. O mais velho ofereceu um cigarro e para não fazer desfeita, aceitou.

Quando a chama do isqueiro acendeu a ponta do cigarro e deu a primeira tragada, sentiu que estava pronto para o que quer que Wejoon viesse falar.

O homem ajeitou seus óculos, tragou o cigarro e soltou a fumaça pela boca lentamente. Se estava pensando ou apreciando o fumo, Jungkook não sabia.

— Nós já sabíamos que alguma coisa assim ia acontecer. — ele disse, sem olhar para o moreno. Mirava o horizonte, para dentro da floresta que dançava com o vento da madrugada. — Você percebeu os sinais, Jungkook? Suas garras, seus olhos, seus rosnados, seu cheiro. Percebeu algo de diferente?