Capítulo 12

26 4 1
                                    

Sem Revisão

Camila esticou o braço e com cuidado pegou o mamão que queria. O colocou dentro da sacola e em seguida dentro do carrinho. Parou ao sentir um chute de sua Isis. Tocou com carinho sobre o ventre de oito meses, soltou um suspiro baixo. Tudo em seu corpo doía. Seus pés pareciam duas broas de tão inchados que estavam.

Sua lombar doía a cada respirada, sorriu ao se ver na famosa posição de gravida. Mão nas costas e o corpo inclinado um pouco para trás para tentar sustentar o peso da barriga. Não que houvesse engordado muito, mas ainda assim, ostentava uma bela barriga arredondada. Verificou a lista que havia trazido, e ao perceber que havia escolhido tudo se dirigiu ao caixa de pagamento.

Respirou fundo enquanto empurrava o carrinho lentamente, se lembrava do dia que saíra da casa de seus pais. Havia escolhido uma pequena casa no mesmo bairro. Afinal não era uma pessoa de muito luxos, claro que ao ver o quarto de sua menina montado, suspirou de emoção. Ligia garantiu que iria mimar sua filha da mesma forma que faria com a de sua irmã.

Todos haviam percebido a aproximação de ambas. Ligia acabou confessando a Duda que se apegara a Camila ao ver a situação que se encontrava. Sabia que seu filho era responsável por aquilo, mas Camila era uma jovem doce e facilmente de se apegar a sua natureza alegre e calma. Quando vira de perto o desprezo de Madalena para a jovem, tomou para a si a responsabilidade de ampara-la.

Camila gemeu baixo ao sentir um desconforto, estava na fila de prioridade e ao erguer o rosto, observou algumas senhoras lhe encarando. Estava no supermercado do bairro e todos ali conheciam seus pais. Se sentiu incomodada quando ouvira as pessoas se referindo a ela como a filha desajuizada. Um termo muito usado por sua mãe. Não desconfiaria se sua própria mãe não tivesse a difamado antes.

Tocou novamente em seu ventre no momento que sua mente era invadida pelas cenas do dia que revelou que estava grávida. Seu pai de primeiro momento ficou surpreso e confuso. Afinal não era do tipo de sair de casa, os únicos momentos que saia era para escola e os treinos de ginastica. Mas sua mãe, seu olhar avaliativo e condenatório lhe atingiu de uma forma que doera. Afinal viu a alegria dela quando Duda revelara a gestação, com ela, bem recebera apenas um único aviso, que ela procurasse o pai da criança pois não iria gastar um único centavo com a criança que ela carregava.

Duda por sinal, ficou ainda mais apegada a irmã, afinal ambas estavam gravidas de meninas e pela contagem seus partos seriam próximos. Ficara feliz afinal sua irmã sempre compartilhava todos os momentos que estava passando com ela. Até mesmo quando falara sobre o sexo que tivera com o marido no início da gestação e como aquilo a deixara ainda mais faminta por ele. Camila se manteve sorrindo em todo o momento, mas por dentro chorava de raiva daquele homem.

Balançou a cabeça e mudou os pensamentos. Depois de pagar a pequena compra que fizera, estava esperando a atendente do caixa terminar de recolher as informações para entregar em sua casa, sentiu uma pontada mais forte no seu baixo ventre. Não conseguiu evitar e deixou escapar o gemido, assim ganhando a atenção da pessoas ao seu redor.

Algumas pessoas se aproximaram e ofereceram ajuda, enquanto era ajudada sentiu algo escorrendo por suas pernas e ficou assustada no momento que avistou um filete de sangue. Pegou o celular dentro da bolsa e ligou para seu pai, mas a chamada foi direcionada para caixa postal. Respirou fundo e tentou mais algumas vezes.

Respirou fundo e ligou para Duda, a chamada foi atendida no segundo toque.

— Oi Camila. — Ficou sem reação ao ouvir a voz grossa e baixa de Fabio.

— Eu-eu estou sangrando...

— Onde você está!?

Pode ouvir a voz ao funda de sua irmã, fechou os olhos e no momento que ouviu a voz de sua irmã, explicou toda a situação.

Laços Que Nos UnemOnde histórias criam vida. Descubra agora