3. Cᴀᴘíᴛᴜʟᴏ Tʀêꜱ

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𝟎𝟑 𝐝𝐞 𝐎𝐮𝐭𝐮𝐛𝐫𝐨📍 𝐏𝐫𝐚𝐢𝐚 𝐝𝐚 𝐁𝐚𝐫𝐫𝐚

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𝟎𝟑 𝐝𝐞 𝐎𝐮𝐭𝐮𝐛𝐫𝐨
📍 𝐏𝐫𝐚𝐢𝐚 𝐝𝐚 𝐁𝐚𝐫𝐫𝐚

— Eu tô surtando! Quanto homem bonito nessa cidade, pelo amor. — Dou uma leve risada com as falas da Júlia.

— Pior que é. Vou ter que concordar. A gente nasceu no estado errado, Ju.

— Agora que 'cê descobriu? Tenho certeza disso há anos, filha. Nasci pra ser paulista não. Como é aquela música mesmo? — Ela para pra pensar.

— Pé na areia, a caipirinha, água de coco, a cervejinha... — Cantarolo e ela me acompanha.

— Exato. Você sai de casa em São Paulo e é só cinza, amiga. O ar da poluição é nítido naquela cidade.

— Ah, para. Não é tão ruim assim, vai?

— Não é tão ruim assim só porque é liberal, né? — Ela dá uma risada. — Eu gosto disso, mas sei lá. Rio de Janeiro é o meu lugar.

Dou uma risadinha quando ela cantarola o fim. Sobre São Paulo... gosto de lá pela liberdade. Andar nas ruas de São Paulo é se sentir acolhido o tempo inteiro quando você é LGBT. Não é algo que eu conto pra todo mundo porque... ser modelo e influencer tem seus problemas.

Me assumi bissexual pra minha mãe quando eu tinha quinze anos. Ela sempre foi muito tranquila com isso e não foi muito difícil. Inclusive, talvez seja por isso que eu e Júlia nos identificamos tanto uma com a outra. Ela se assumiu pra mãe faz poucos meses, mas a dona Simone nem ligou. Finge que ela não disse nada.

Agora, a Júlia inventou de fazer um passeio de lancha porque um cara veio oferecer. Fala sério, qual a chance? São doze pessoas no total e ela insiste pra que a gente faça antes de pegarmos um lugar na areia.

— Anda, amor. Carpe diem!

— Uhum. Carpe diem, Julinha.

Dou uma risada e subo na bendita da lancha. Até que não é ruim e assim... se eu vim no Rio é pra aproveitar, né? Minha fatura da Nubank que lute depois. Será que a Camille me mata se eu peço o salário adiantado?

Camille é a chefe da agência que a gente trabalha. Mas acho que ela me mataria se eu pedisse o salário adiantado, sim. Ninguém nem imagina o que a gente passou pra convencer a bonita pra termos passe livre pra essas férias. Dias de luta, tá?

— Bora tirar umas fotos, gata?

— Bora, Ju.

Tá ai outro ponto da minha timidez: Fazer pose no meio dos outros. Acaba sendo meio contraditório porque assim, eu sou modelo, né? Mas fico com vergonha mesmo assim. Não adianta.

C H E E R L E A D E R  |  João GomesOnde histórias criam vida. Descubra agora