22. Cᴀᴘíᴛᴜʟᴏ Vɪɴᴛᴇ ᴇ Dᴏɪꜱ

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07 de Novembro📍São Paulo

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07 de Novembro
📍São Paulo

— Tem certeza que você pegou tudo, filha? — Minha mãe insiste.

— Tenho, mãe. Peguei todas as roupas, sapatos, decorações que eu gosto, roupas de cama, tudinho.

— O resto você vai deixar aqui.

— Claro que eu vou. Preciso ter onde ficar quando vier visitar a minha mãe, né?

— Ah, querida... eu vou sentir tanto a sua falta.

— Eu também vou sentir a sua, mãe. Todos os dias. Sabe que eu te amo e vou estar sempre em contato.

— Eu te amo muito, minha filha. Vai viver seu sonho. Tenha a certeza de que vai ter muito orgulho vindo daqui.

— O meu pai... — Toco no assunto delicado. — Sabe de algo?

— Acho que não, Júlia. Tem meses que ele não liga, não procura. Não sei nem se ele tá vivo, pra ser sincera.

— Ele costumava me ligar as vezes. Depois que a esposa ficou grávida... nunca mais.

— Você pode considerar o Fábio como um pai pra você. Você sabe.

— Eu sei. E agradeço muito a ele. Por te fazer tão feliz de novo.

Ela me puxa pra um abraço e deixo as lágrimas caírem. Vou sentir falta disso aqui. Tivemos brigas intensas nos últimos tempos e passamos por poucas e boas. Mas no fim de tudo ela sempre vai ser a minha mãe. E sei que ela faz tudo por mim.

— Eu vou lá na casa da Júlia conferir se ela tá bem, tá?

— Tá ótimo, filha. Bom voo.

— Obrigada, mãe. Quando chegar eu te ligo.

Dou um último abraço nela e saio. Não sei como é a relação da Júlia com a mãe dela agora, mas sinto que preciso verificar se ela tá bem. Algo me diz que eu preciso.

Dou duas batidinhas na porta da frente. Nada. Toco a campainha. Uma vez, duas vezes, três vezes. Nada. Meu coração acelera as batidas quando ouço alguns gritos. Imediatamente relembro os dias em que eu fugia pra cá de madrugada e me apresso em pegar a chave que fica em meio a terra do vaso de plantas.

Giro a chave na porta. Na sala, não tem ninguém. Os barulhos parecem vir do andar de cima. Piso devagar pra subir as escadas. Meu coração tá acelerado e eu não sei o que posso encontrar aqui.

C H E E R L E A D E R  |  João GomesOnde histórias criam vida. Descubra agora