Havia um Deus, que chamava-se Eros, considerado o Deus do amor e do erotismo. Fruto de uma relação entre a esbelta Deusa Afrodite e o Deus Ares, Eros possui uma aparência celestial. Com suas asas e seu arco e flexa, Eros atingia suas vítimas mortais com flexadas, enchendo-as de sentimentos de amor, desejo e paixão. Apesar de sua missão tão poética, o Deus do amor era conhecido por ser muito astuto, travesso e por sempre buscar intrigas. Ele adorava lançar suas flechas em pessoas aleatórias para que se apaixonassem perdidamente, como o famoso "amor à primeira vista".
Como um fiel companheiro de sua mãe, Eros foi incumbido de realizar um grande ato. Havia uma mortal chamada Psiquê, a mais jovem das três filhas de um casal de reis de uma terra distante. Psiquê era a criatura mais bela que alguém já havia vislumbrado, sua aparência era comparada com as das deusas e, até mesmo, ousavam dizer que ela era mais bela que Afrodite. Isso enfureceu a Deusa de tal maneira, que Afrodite convocou seu filho alado e ordenou que ele descesse até o mundo dos mortais e usasse suas flechas mágicas para que Psiquê se apaixonasse por alguém horrendo, um monstro. Porém, ao tentar cumprir sua missão, Eros se distraiu com a beleza estonteante da princesa Psiquê e acabou se ferindo com uma de suas flechas, se apaixonando erroneamente pela moça.
Embora Psiquê fosse a mais bela das mulheres, ela era a única que não havia se casado ou encontrado um pretendente. Acontece que, com Eros apaixonada por Psiquê, ninguém havia se apaixonado pela mesma. Seus pais começaram a desconfiar que a perfeição de sua filha poderia ter ofendido os deuses, foi então que resolveram consultar o Oráculo. Este lhes revelou que Psiquê estaria destinada a casar-se com uma espécie de monstro. Eles deveriam abandoná-la em uma montanha, onde seu futuro marido a buscaria e tudo seria concretizado. Psiquê, aceitando seu terrível destino, foi levada por Zéfiro até um fabuloso palácio.
Na escuridão, uma misteriosa criatura pôs-se em frente a Psiquê e lhe disse que era o seu marido. Era Eros, fingindo ser uma criatura feia, para que dessa certa forma cumprisse o que sua mãe lhe pediu e ficasse com a mulher por quem estava apaixonado. Entretanto, Eros a faz jurar que nunca tentaria vê-lo. Psiquê concorda e com o passar do tempo se encanta pelo ser misterioso.
Ao visitar sua família, a jovem bela mulher acaba tendo sua mente envenenada por suas irmãs, que a instigaram a descobrir a verdadeira identidade de seu marido. Levada por sua curiosidade, enquanto o ser dormia, ela acendeu uma vela e em vez de se deparar com um monstro, encontrou o belíssimo Eros.
Encantada com a aparência do Deus, Psiquê se distrai e derrama uma gota de cera em Eros. Com o susto, ela acidentalmente pisa em uma flecha do amor e se apaixona ainda mais por seu marido. Eros se sentindo traído, foge voando para longe de sua mulher.
A história de amor é quebrada e um ponto final estava prestes a ser colocado.
Ou talvez não.

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O Cupido
RomansaOnde Eros e Psiquê não usufruíram de um desfecho completamente feliz. Onde a inspiradora história de amor tornou-se uma inspiradora tragédia. Contudo, nem tudo pereceu. Todos os direitos reservados. Copyright © 2022 por Corine Estevam