Capítulo 05- Estrelinha

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- Valentina, fizemos duas ressonâncias só para ter certeza, e infelizmente em nenhuma delas constatou qualquer vestígio por menor que seja de atividade. – Vejo tudo ficar turvo e Luiza gritar não. – Ele se foi.

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- Minha amiga eu queria lhe dá boas notícias.- Charles vem em minha direção me abraçando, mas eu estou tão estática que não retribuo, apenas escuto o choro doloroso de Luiza.

Meu filho, nosso filho, que ontem estava deitado em nossa cama junto com a gente dormindo seu sono tranquilo, agora estava ali, e não iria mais acordar.

Nunca mais.

Não haveria formatura, não haveria primeiro amor, não haveria o primeiro coração partido, eu não o levaria mais no parque, na praia ou no estádio de futebol ver o nosso time favorito jogar, não haveria nada, todos os seus sonhos, seus planos, foram ceifados.

Caio sentada imóvel, sem conseguir movimentar um músculo de meu corpo, eu não tinha forças.

Eu não sei quanto tempo se passou, mas sei que Tayla entrou na sala me abraçando forte, sem querer eu a agarro, agarro forte e só então tudo, tudo que eu estava lutando para amenizar saiu, meu filho morreu.

Luiza PVO.

Eu já não aguentava mais chorar, minha vida havia acabado ali, eu não sabia como seria dali para frente, mas eu Luiza, não tinha forças para nada.

- Luiza, os médicos querem falar com você e com Valentina. – Me levanto daquele chão toda descabelada.

- Primeiro de tudo quero dizer que eu sinto muito. – Dr. Donovan inicia aquela conversa que eu sabia que seria delicada. Valentina estava segurada por Tayla e eu por Eduarda e minha mãe mais atrás. – Vocês agora têm que tomar uma decisão, ou vão mantê-lo ou vão deixa-lo ir, vocês me entendem?

O choro vinha novamente, não me entrava a ideia de ter perdido um pedaço de mim. Olho para Valentina que está tão perdida quanto eu e pela primeira vez ela olha em meus olhos, vejo uma escuridão que ali eu não sabia habitar e ela me pedir socorro através de seu olhar, ela assim como eu não sabia o que fazer.

- Pode nos dá um momento as sós? – Eduarda pede ao médico que assente e se retira dali, ficando apenas nós.

Silêncio se fez naquela sala, ninguém ousava falar nada, eu chorava agarrada em meu próprio corpo, eu o carreguei, o dei de mamar, estava lá todas as noites que ele esteve acordado, velei seu sono, sabíamos que ele não iria acordar, mas ninguém ousava dizer aquilo em voz alta, de tão absurdo que era.

Natalie e Priscila que haviam ficado para trás chegaram, e foram informadas por Eduarda da situação, desde que conheci Priscila nunca a vi ficar tão debilitada como ela estava, ela chorava alto e forte nos braços de Natalie.

Afinal, era sempre eles quatro, já que Priscila não havia tido um filho com Natalie, apenas a Moana que era uma princesinha, as brincadeiras eram entre Artenisio, Anthony, Valentina e ela, além de ser a madrinha dele. Eduarda era madrinha de Artenisio e Tayla e Rodrigo de Aurora.

- Eu não tenho palavras para expressar o quanto o meu coração está despedaçado nesse momento. – Tayla criou a coragem que ninguém mais havia tido. – Mas precisamos decidir algo, eu nunca... – Ela começa a chorar. – Esperei que fosse viver esse momento, meu sobrinho, mas agora também temos que pensar na Aurora e no Artenisio.

Ela tinha razão, o pior que podia, ela tinha razão, o que eu faria?

Olho para Valentina que não dizia uma palavra de cabeça baixa, vou até ela e me abaixo olhando nos seus olhos, não consigo identificar quem estava ali, qual Valentina estava ali.

Até o Para Sempre- Nunca Vou te Deixar- ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora