Capítulo 20- Beach Park

501 45 13
                                    

Eu não estava aguentando essa pressão, e ela piorou quando no muro da nossa casa estava escrito em letras grandes: ASSASSINA.

XXXXXXXXX

Luiza PVO.

Valentina tampou os olhos das crianças ao descer do carro, mas minhas pernas não se mexiam, meus olhos fixos naquela pichação, Valentina volta rapidamente abrindo a porta do meu lado e me pegando no colo.

- Não olhe. - Lágrimas desciam do meu rosto e eu chorava de soluçar, ela me leva diretamente para nosso quarto com nossos filhos na sala. - Fica aqui, eu vou só falar com eles e já venho. - Ela me dá um beijo no topo da testa e sai, eu só sabia chorar, assassina, era isso que eu era.

Valentina PVO.

O momento não era dos melhores, com a mãe de Luiza e agora essa pichação, mas isso não ia ficar assim. Desço as escadas com Artenisio sentado enquanto Aurora já assistia TV.

- Mamãe. - Artenisio fala baixo para Aurora não escutar. - Porque tem aquele nome no nosso muro? - Procuro palavras para lhe explicar, mas não consigo, resolvo ser sincera.

- Filho, sua mãe fez uma coisa para se defender, lembra que ela ficou no hospital?

- Sim, mamãe. – Ele então se endireita no sofá para me ouvir.

- Então uma coisa muito ruim aconteceu e uma pessoa morreu, E agora sua mãe está respondendo por isso, mas as pessoas estão sendo muito cruéis com ela, porque ela fez isso para se proteger, você entende?

- Estou entendendo sim mamãe. Aurora não pode saber.

- Não, você já é rapaz, tem algumas coisas que você já precisa saber, e eu vou precisar que você fique com sua irmã para eu poder cuidar da sua mãe agora, você pode?

- Posso sim, mamãe, vai lá, dá um beijo nela por mim

Subo as escadas não encontrando a Luiza na cama, ela estava na sacada, sentada olhando para o nada.

- Amor? fala comigo. - Ela me olha, estava chorando.

- Eu não aguento mais isso Valentina. – Seu desespero era evidente em sua voz.

- Eu sei amor, eu sei, mas tenta não ligar. – Não sei bem o que dizer em relação a isso, não havia muito o que ser dito.

- Não ligar? Valentina. É verdade, eu sou uma assassina. - Não fala isso, você não é, e você sabe disso, as pessoas estão sendo cruéis, mas isso vai passar, confia em mim.

A abraço, naquele relento, deixo seu choro vim, sabia que aquilo a aliviaria, até perceber que ela adormeceu em meu colo, amanhã entregaria as gravações das câmeras a polícia.

Antes de dormir faço nossas malas, amanhã cedo pegaríamos a estrada. Tinha um destino em mente, vou ao quarto de Artenisio não o encontro, vou ao quarto de Aurora e me deparo com meu filho deitado ao lado da irmã adormecido, faço a bolsa deles também, e deixo tudo arrumado na sala.

Abro um vinho e vou para o escritório, muitas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo, degusto daquele sabor doce enervada em pensamentos e sem sono.

Tanta coisa havia acontecido, já havíamos passado por tantas coisas, eu sabia o que se passava na cabeça de Luiza, a conhecia o suficiente para saber que ela estava se culpando e se sabotando, quando na verdade só estava se protegendo, e havia toda a dor acumulado por tudo que ela suportou sozinha, ela é forte, eu a admiro muito.

Me deitei, mas não dormi, aninhei Luiza em meu colo e fiquei olhando seus traços, cada vez mais apaixonada por essa mulher, eu nunca a deixaria, só a deixaria se fosse para morrer.

Até o Para Sempre- Nunca Vou te Deixar- ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora