Capítulo 25- Ele desapareceu

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Eu não acreditava, não acreditava que aquilo estava acontecendo, eu era inocente. Eu não podia estar mais feliz.

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Luiza PVO.

Corro para os braços de Valentina, a abraço forte, eu não acreditava que isso estava acontecendo, finalmente eu estava "livre" dessa culpa.

- Amor, eu disse que tudo daria certo. - Ela me dá um selinho demorado. Somos interrompidas por Duda, que vem me abraçar.

- Luiza, o churrasco hoje é lá em casa, em comemoração. - Valber estava ali com meus outros irmãos, eu estava mais do que feliz pelo apoio que eles estavam me dando.

- Sendo assim então vamos, eu quero só ver meus filhos. - Sou escoltada para fora até o carro de minha esposa onde pessoas gritavam eufóricas comemorando minha inocência e outras gritavam coisas que agora pouco me importava.

- Como está se sentindo? - Minha esposa me olha e em seu olhar consigo ver a felicidade estampada em seu olhar.

- Eu não sei exatamente como estou me sentindo, é um misto de alegria com alívio.

- Agora vamos poder virar essa página meu amor. - Valentina me dá mais um beijo demorado e sai com o carro para a casa de minha irmã.

Chegando lá, todos os meus irmãos e sobrinhos estavam reunidos, corro rapidamente para abraçar meus filhos e choro com Artenisio e Aurora em meus braços.

- Luiza? - Valber me chama para sentar a mesa onde nossos irmãos estavam reunidos. - Estou preocupado, todos ouvimos que atentaram contra sua vida, você precisa ter uma conversa com sua mãe a respeito desse cara, ela precisa parar com a bebedeira e de se envolver com pessoas duvidosas pela própria segurança dela.

- Eu concordo, o pior poderia ter acontecido com você, e esse cara ainda está solto por ai. - Carlos toma um gole de whisky. - Ainda bem que nesse caso papai não está vivo para ver uma situação como essa.

- O duro é ela acreditar que ele fez isso, dessa vez ela passou de todos os limites. Eu não sei mais o que fazer com ela, tivemos que crescer depois da morte do papai e ela continuou a mesma, é insustentável essa situação. - Eduarda revoltada se retira da mesa para acalentar Heitor que estava chorando.

- Eu sinceramente não quero pensar em tudo isso hoje, sabe, saiu um peso das minhas costas e estou muito feliz por tudo que aconteceu, só quero aproveitar com meus filhos e minha esposa. - Sorrio para meus irmãos que estavam ali por mim, de certa forma sou grata por ter eles novamente em minha vida.

- Amor, Aurora dormiu. - Valentina me informa. - Brincou tanto com a Cecilia que dormiu. - Meu sorriso se alarga, saber que minha filha estava interagindo com a priminha dela era algo que me deixava feliz.

- Coloca ela lá em cima no quarto do Heitor. - Junior se aproxima da gente. 

- Deixa que eu vou. - Informo para Valentina. 

Subo as escadas com minha filha no colo, entro no quarto de meu sobrinho, tudo arrumadinho como eu sei que sua mãe deixaria. 

Deito delicadamente minha filha naquela cama macia com a colcha do batman, e a observo. Penso na possibilidade de estar presa, condenada nesse exato momento, impedida de ver meus filhos, de vê-los crescer, lágrimas escorrem de meu rosto, de repente vejo uma silhueta branca aparecendo do lado da cama em que minha filha estava.

Era ele, lágrimas desenfreadas saem do meu rosto, era a primeira vez que ele aparecia para mim sem ser em sonho. 

Ele se aproxima de Aurora e a olha, estou paralisada.

- Pai. - Choro forte. - Meu pai. 

- Eles crescem tão rápido. - Sua voz ainda era rouca da forma como eu me lembrava dela, ele estava novo, magro, bem cuidado. - Eu demorei muito tempo para aceitar que não veria você e Eduarda crescerem, mas demorei mais ainda para aceitar quando visitei meus netos e sabia que não estaria presente fisicamente para cuidar, brincar, amar. Agora eu tenho a companhia do Anthony que é um ser de luz incrível que você nos deu de presente. - A menção do meu filho me faz chorar mais ainda. - Eu fico tão triste com a situação da sua mãe.

- Pai, eu já não sei mais o que fazer. Eu já tentei de tudo.

- Infelizmente filha eu venho alertar você e a Eduarda, se vocês não ajudarem sua mãe, em breve eu e ela nos encontraremos no plano em que estou. - Fico chocada com a revelação que meu pai estava me fazendo, eu sabia de uma coisa: não suportaria perder mais ninguém, imagina minha mãe. - Sua mãe precisa de ajuda, ela está sem afundando em um lugar em que infelizmente não vai ter volta.

- Luiza, porque está demorando... - Valentina fica paralisada na porta ao olhar para meu pai, com certeza ela estava o vendo. Ela só o conhecia por foto, e pelo que eu contava de lembranças e sonhos e agora ele estava ali olhando para ela.

- Entra menina Valentina. - Meu pai alarga seu sorriso, eu estava chorando de paz. Estava sentindo uma paz descomunal.

- Luiza... - Valentina estava chocada na porta, eu delicadamente pego na sua mão e a aproximo da cama onde meu pai estava perto.

- Valentina esse é meu pai, Artenisio. Papai, essa é minha esposa. - Sorrio, sempre foi meu sonho apresenta-los, ver como meu pai aprovaria ou não minha sexualidade e agora ele estava ali sorrindo para a mulher que amo.

- Finalmente nos conhecemos. - Valentina engole em seco. - Eu sempre gostei de você, apesar de tudo, os caminhos de vocês estão muito bem traçados, e eu vejo o quanto minha filha é feliz ao seu lado, você cuidou dela e fez tudo por ela enquanto eu não estava aqui, eu terei uma gratidão eterna por você. Meu desejo era poder abraçar as duas, mas por hora só posso dizer que amo, visitarei a Eduarda essa noite para conversar sobre sua mãe, agora preciso ir. 

- Espera, seu Artenisio? - Valentina finalmente criou coragem para falar. 

- Pois não?

- Meu filho está com você? - Lágrimas se findaram nos olhos de Valentina.

- Sim, ele sente muita falta de vocês, mas está evoluindo muito nessa saudade, sempre visitamos vocês, o Artenisio Neto, a Aurora. - Choramos forte e alto. - Quando ele está com saudade de casa, andamos a cavalo e conto coisas suas e de Eduarda quando crianças, ele se acalma e adora descansar com uma boa história. Eu não tive a oportunidade de ser avô em vida, mas agora eu cuido dele, e ele me faz companhia.

- Pai, obrigada por cuidar dele. 

- Eu sempre vou cuidar de vocês. Eu estou muito feliz que vocês estejam unidas aos irmãos de vocês. Eu nunca deixei nenhum de vocês só, estou e estarei sempre aqui.

- Eu te amo, pai. - Valentina observa a cena chorando tanto quanto eu.

- Eu te amo, filha. - E assim ele desapareceu.

Até o Para Sempre- Nunca Vou te Deixar- ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora