✨Capítulo 18✨

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Bianca Andrade

Eu e Sarah continuamos no carro caladas, Victoria havia saído e sentado no capô, ninguém falava nada, mas acredito que na cabeça delas passava o mesmo que passava na minha, a gente tava fodido pra caralho, estávamos metidos em uma confusão que não sabíamos o tamanho, e essa confusão ficava maior a cada dia, e mais complicada, tudo que pensávamos dava errado, tudo que fazíamos nos coloca mais ainda contra a polícia, e cada vez mais distante de Kevin, não sabíamos rastro de Kevin, nem ao menos se ele estava vivo, se toda essa droga valia mesmo a pena, eu e Sarah havíamos se machucado, nossa família estava agora lutando contra a polícia, estamos arriscando nossa vida, por algo que nem sabemos se vale mesmo a pena. Eu e Kevin nunca fomos grandes irmãos, mas algo dentro de mim, me mandava continuar, me mandava seguir em frente, porque aquele idiota tinha sim que tá vivo.

Depois de alguns longos minutos, os tiros cessaram, tudo ficou calmo, menos a minha respiração que estava desregulada, podia jurar que ouvia o coração de Sarah desgovernado, ou talvez fosse apenas o meu. Permanecemos calada, a primeira que apareceu foi Mariana, ela veio correndo em direção a Victoria, a Ruiva pulou rapidamente do capô e saiu correndo para abraçar a esposa, elas eram realmente lindas juntas, eu tinha tanto orgulho de Mariana, do que ela se tornou, Mariana era uma grande mulher, nunca baixou a cabeça pra ninguém, e nunca abandonou um amigo, sempre que qualquer um precisou dela, ela estava lá, mesmo com uma ótima vida ao lado de Victoria, ela não se importou de deixar tudo para trás e nos ajudar a encontrar Kevin. Sorri vendo as duas abraçadas, Mariana segurou o rosto de Victoria e deu um longo beijo em seus lábios.

— Eww! – Sarah resmungou do banco da frente. Eu olhei para minha situação e de Sarah, as duas machucadas, e então eu comecei a rir, mas eu gargalhei alto, Sarah olhou em minha direção, mas eu não conseguia me controlar. — Mas que diabos tu viu sua maluca?

Eu fui controlando minha risada aos poucos, passei os dedos secando lágrimas que haviam caído e olhei para Sarah.

— A gente tá fodida Sarah, mas fodida pra caralho, e a gente nem pode correr.

— Eu tinha esquecido que Juliette deve tá brava com a gente... – Sarah fez uma cara pensativa.

Vi Mariana andando até o carro e escorou os braços na porta do motorista olhando pra nós duas.

— Vocês tão fodidas... – Mariana falou e eu fiz cara de tédio.

— Agora conte uma novidade Mariana, isso a gente já sabe. – Eu olhei sério pra ela, mas eu comecei a rir de novo, e dessa vez Sarah também me acompanhou.

— Vocês são duas malucas. – Mariana não aguentou e começou a rir também.

Meu riso morreu quando eu olhei para frente e vi Kerline pisando duro em nossa direção, ao lado de Juliette e Mário. Engoli em seco e arregalei meus olhos procurando uma saída que não existia.

— A gente vai morrer! – Sarah falou do banco da frente arrumando a sua postura desleixada e passando a ficar ereta.

— Quais suas últimas palavras Andrade?

— Foi bom te conhecer Andrade, a gente se ver no inferno.

— Vamos descer de tobogã de mãos dadas.

— Vocês são duas idiotas. – Mariana falou e riu da porta do carro, mas eu e Sarah continuava caladas.

Juliette e Kerline andava em nossa direção, as expressões neutras, mas eu conhecia perfeitamente aquela expressão de Kerline, ela tava cansada, e brava, brava demais. Juliette foi a primeira a chegar, ela abriu a porta do lado de Sarah e se abaixou olhando para a Loira.

— O que aconteceu? – Juliette começou o interrogatório.

— Machuquei o pé, Bianca foi baleada na coxa. – Sarah falou com a voz calma.

— Droga, saiu tudo errado. – Juliette deu um soco no teto do carro, ela realmente estava brava.

Kerline chegou no carro, abriu a porta, o lado que ela ia sentar estava cheio de cacos de vidro, ela tirou mais ou menos alguns, depois se sentou do meu lado.

— Droga Bianca, que diabos! – Kerline tava com as duas mãos no rosto, ela encostou a cabeça no encosto e ficou em silêncio.

— Nós ganhamos?

— Tudo saiu do controle, todos os homens da polícia que ficaram estão mortos. – A voz dela saiu abafada.

Houve um silêncio no carro, todo mundo estava exausto, com fome, com sono, de alguma forma machucado, fisicamente ou psicologicamente.

Percebi que Victoria tinha se sentado no capô do carro novamente, Mari estava encostada entre as pernas dela. Ficamos na espera dos outros voltarem, Mário tinha se sentado no chão encostado no tronco de uma árvore, parecia pensativo também, Juliette continuava em pé do lado de Sarah, e Kerline do meu lado.

— Quem atirou? Foi você ou Bianca? – Ouvi a voz de Juliette.

— Fui eu... – Sarah falou baixo, vi Juliette soltar uma respiração pesada, ela saiu andando sozinha, mas logo vi Mário a seguindo. — Droga! – Sarah resmungou do banco da frente.

— Deixe ela Andrade, ela vai ficar bem. – Falei e Sarah continuou em silêncio.

Kerline olhou para minha perna, desenrolou o pano que Victoria tinha amarrado e olhou o machucado.

— Esse corte?

— Victoria removeu a bala.

— Assim no cru? – Balancei minha cabeça e Kerline me pareceu desesperada. — Vocês são um bando de loucas, isso não é um filme, você pode ter pegado alguma infecção!

— Eu não tava aguentando de dor amor, eu vou ficar bem!

Kerline balançou a cabeça em negativo, enrolou o pano novamente na minha perna e se encostou no estofado do carro novamente.

— O que diabos estamos fazendo com nossa vida? – Kerline falou mas eu não respondi, Sarah permanecia calada. E assim ficamos, até que vimos um movimento no mato.

Juliette havia voltado ao lado de Carla, Jason e Gilberto. Me peguei olhando pra Jason, ele trabalhava como médico na polícia por anos, desde que ele tinha chegado a polícia tinha nos encontrado duas vezes. Estreitei meus olhos para ele, e não pude ficar calada quando ele abriu a porta do carro do meu lado e pediu para examinar meu ferimento. Eu o puxei pela gola da camisa, trouxe o rosto dele para centímetros do meu, ele parecia assustado, minha cara não devia ser nada amigável.

— Desde que você chegou, a polícia nos encontrou duas vezes, se eu ao menos sonhar, que você está passando informações nossa para a polícia, eu não vou pensar duas vezes em descarregar minha arma na sua cabeça. E eu não dou um tiro para deixar a pessoa viva, imagine 8 balas. – Falei tudo bem explicado sem ao menos piscar, o médico engoliu em seco.

— Juro que não tenho nada a ver com isso...

— Ótimo, eu acho bom. Agora pode examinar minha perna.

Soltei o médico, Juliette apenas observava nossa primeira interação, mas não ousou falar nada. Ele examinou minha perna e o pé de Sarah, felizmente as notícias não eram tão ruins assim, ele apenas cobriu o ferimento e falou que precisava de uns pontos. Flay e os demais tinham acabado de chegar, e era hora de saber qual seria nossos próximos passos. Gostaria mesmo de saber quando seriam os meus, porque tenho certeza absoluta que vou passar uns dias sem andar.

A DELEGADA | SARIETTE (G!P) 2 TEMPORADAOnde histórias criam vida. Descubra agora