4 - Cocada e fita crepe

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O despertador ressoou pelo quarto pontualmente às 6h00. O cabelo que iniciou a noite em um coque folgado agora estava todo bagunçado por cima de seu rosto. Os olhos ainda um pouco inchados se abriram devagar e vasculharam o ambiente pouco iluminado pela luz tímida da manhã. Alana se espreguiçou, sentou na cama e esperou o corpo acordar. 

Depois de alguns minutos, já consciente de seus movimentos, levantou do mar de cobertas, as esticou bem e jogou os travesseiros por cima. Ainda estava tudo tão quieto, ela sentia alguns poucos movimentos da estrutura pesada do prédio em contato com o vento do lado de fora. Ela achava a coexistência de extremos em meias-estações curiosa. A brisa gelada da manhã se mesclava com os raios do sol.

Eu já levo tudo lá para baixo ou me arrumo primeiro e depois venho buscar? Hmm, não é possível que algum deles esteja acordado... está muito cedo. Mesmo assim, é melhor prevenir.

Tirando o pijama, a menina vestiu o uniforme pela primeira vez. Era um conjunto bonito, as cores combinavam entre si e não eram fortes demais. Apesar de ter problemas para amarrar a gravata, ela conseguiu se virar. Colocou a mochila no ombro, pegou o telefone e a sacola que separou na noite anterior e deu uma última olhada no espelho.

É, Alana... anda porque o dia não espera por ninguém!

Assim, ela passou pela porta com todo o cuidado, entrou no elevador e desceu para o térreo. Já na entrada do banheiro, a menina ouviu alguém entrar no dormitório.

MAS QUE SACO! QUEM ACORDA TÃO CEDO ASSIM?! Ou melhor, quem estava lá fora tão cedo assim?! Esse povo não dorme? Não é possível... universo, você não está colaborando comigo. Custava manter essa gente na cama por mais um tempinho?!

Com medo de colocar seu plano em risco mais uma vez, Alana apenas terminou de se arrumar em frente ao espelho e, ajeitando o cabelo e prendendo algumas mechas para trás com uns grampos, esperou mais alguns minutos até sentir que estava sozinha. O receio de encontrar mais alguém era maior do que a fome, então ela simplesmente correu até a porta e saiu de uma vez.

Deve ter alguma máquina de lanche ou uma cantina por aqui. Eu me viro depois.

Já no prédio do seu departamento, ela começou a procurar pela sala dos professores. Andou pelos corredores, subiu, desceu escadas e nada. Já estava se cansando daquela situação "ridícula" quando, ao virar, esbarrou em um homem alto.

— AHH! ME DESCULPA, MOÇO, VOCÊ ESTÁ BEM?! Mas que inferno, não tem um dia que passe sem eu atropelar alguém! Me desculpa mesmo, mas é que eu me perdi, não acho a sala dos professores e eu preciso encontrar uma pessoa... você por um acaso conhece o Aizawa?

O homem, ainda parado só escutando a garota, soltou uma risada alta.

— ENTÃO VOCÊ É A ALANA? Realmente, a sua reputação te precede! Mas acho que "terremoto ambulante" é um pouco forte demais. Claro que eu conheço, ele me falou tudo sobre você! A nova aluna transferida do outro lado do mundo... muito prazer, senhorita! Por enquanto, pode me chamar de Present Mic! Olha, o Aizawa deve estar chegando no refeitório a essa hora... inclusive, por que você já está de pé, menina?! Não são nem 7h30 da manhã!

— Quê? Terremoto ambulante? Quem disse isso? Ah deixa para lá. Não é como se essa pessoa estivesse errada. — Ela respirou fundo e continuou seu raciocínio. — Sobre isso, eu meio que planejei me apresentar de um jeito, digamos, impactante para os outros alunos. Acontece que isso inclui não deixar eles me verem até lá, por isso eu acordei mais cedo. Eu queria esperar o horário das aulas na sala dos professores, mas acabei me perdendo no caminho...

— Se você quiser, eu posso te levar até lá... aliás, você já comeu? Nós podemos encontrar com ele e ainda comer alguma coisa, o que você acha?

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⏰ Última atualização: Jan 28, 2023 ⏰

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