Capítulo 2

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Os dias se passaram e eu não conseguia arrumar um novo emprego, coloquei currículo em muitos lugares e não tinha retorno algum e o meu receio era que a forma com que sai de lá afetasse em outros lugares já que pelo jeito a família daquela garota deveria ser influente ou se aquele homem que parecia ser mais influente ainda tivesse metido naquilo também. Passei o dia fora a procura de ver algum lugar que estivesse contratando e quando a noite já estava chegando, voltei para casa mais uma vez sem nenhuma novidade. Entrei no apartamento e o cheiro delicioso da lasanha de Holly estava tomando conta do lugar e ao menos aquilo me animou, pois estava faminta. Ela me olhou da cozinha e pela minha falta de ânimo já deveria ter notado que não obtive sucesso nenhum.

— Vai dar certo amiga, você vai ver. Agora vamos comer, estava só lhe esperando!– Ela servia a mesa.

— Não acho justo você arcar com tudo sozinha, sempre tivemos muito controle de tudo.– Sentei na cadeira tristonha.

— Amigos são para essas coisas e eu ganho bem, logo você consegue. — Ela era incrível.

Nós jantamos e ela contava algumas coisas que aconteceu em seu trabalho e isso rendeu algumas risadas e assim consegui me distrair um pouco. Depois decidi ligar para a minha mãe, pois tinha alguns dias que não tínhamos conversado e sentia sua falta, eu não queria que ela percebesse estar acontecendo algo, fazia de um tudo para não preocupa-la. Fui para o meu quarto e disquei o número, alguns segundos depois escuto a sua voz e meu coração enxia de esperança, pois ela era o meu pilar.

" Oi minha menina, como você está? Que saudade!"

— Oi mãe, desculpa a demora. Eu estava um pouco… ocupada esses dias. Como você está? Está tomando todos os seus remédios corretamente? Olha lá em!– tentava disfarçar.

" Estou sim, filha, mas me fale de você. Sua voz está um pouco abatida aconteceu alguma coisa?"

Eu ficava abismada como era possível que as mães sempre sentiam como seu filho estava por palavras através até de uma ligação telefônica. Como ela mesma sempre dizia, eu só iria conseguir entender isso quando me tornasse mãe também. Estava em frente a pequena janela do quarto olhando a rua e as pessoas andando de um lado para o outro, mas com o pensamento bem distante dalí.

— É apenas o cansaço mãe! Esta tudo bem. Irei visitar a senhora nos próximos dias ta boa ?–

Nós conversamos um pouco, mas, ela me contava de como suas flores estavam lindas, como ficava em casa a maioria do tempo por conta da sua saúde, gostava de cultivar flores e aquilo era o seu passa tempo predileto, ela as cuidava com uma verdadeira admiração e olha que era realmente muito lindo ver o lugar que ela preparou, colorido e cheio de vida. Depois que terminei a ligação nos despedindo com um "Eu te amo" que aquecia o meu coração, voltei a triste realidade que precisava de um emprego quanto antes.

______________

Mais dias se passaram sem nenhum sucesso, aquela época do ano era realmente péssima para contratações para piorar a minha situação. E como tudo pode melhorar ou piorar também, o dinheiro que recebi pelas contas do ano que prestei serviço ao restaurante já estava se esgotando. Mandei novamente para os remédios caríssimos da minha mãe, que era o que não poderia faltar de forma nenhuma e ajudei Holly com algumas despesas mesmo ela insistindo que não queria aceitar eu não iria ficar tranquila se não fizesse isso.

Estava organizando a mochila que estava ali no canto do quarto quando coloquei uma mão dentro de um pequeno bolso e senti algo tocar, chamando minha atenção eu pego imediatamente e observo ser o cartão do homem que supostamente teria uma proposta milagrosa para mim e aquela altura eu estaria atirando para o alto para ter a sorte de conseguir algo. Minha amiga bateu na porta do quarto que estava entre aberta para dar algum aviso e nota que eu estava com o cartão em mãos.

Casada por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora