Capítulo 5

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O Início do Fim

Miguel Castello

Eu costumava dizer que sexo de reconciliação era o melhor que tinha, nele eu era permitido ser intenso, com a desculpa de que estava descontando a raiva. O problema era que normalmente eu gostava de sexo com mais intensidade. Gostava de chupar, morder, xingar e até dar uns tapas na minha parceira, para mim valia tudo entre quatro paredes e se fosse consensual, até mesmo fora delas. No entanto, Jéssica não gostava assim e eu tive que me adaptar ao jeito dela e apesar do sexo com ela ser satisfatório, eu sentia que faltava mais entrega da nossa parte naquele ato. Não chegava a ser uma frustração, mas pensei que ela podia confiar mais em mim, se livrar dos seus tabus quanto ao sexo, abrir mais a mente para isso e perceber que não era errado sentir tesão em coisas não convencionais ou querer realizar alguma fantasia na cama. Ela tinha fogo, era uma mulher fogosa, eu sentia isso, ela só não se permitia, não se libertava. E isso me fazia acreditar que o nosso relacionamento não passava de uma conveniência. Nós dois éramos convenientes um ao outro, essa era a verdade. E chegar a esse ponto de duvidar dos nossos sentimentos nesse relacionamento de 3 anos, isso sim era frustrante.

Levantei da cama depois de tanto pensar, não era para ser assim depois de uma noite de sexo, me sentia satisfeito, porém com um vazio no peito, com a sensação de que ter me entregado a ela ontem, depois de uma discussão mal resolvida, foi um erro. Eu precisava parar de ser covarde e resolver essa nova situação pendente na minha vida.

Antes que eu chegasse ao banheiro, porém, meu celular apitou em uma mensagem. Era o toque da minha Pulguinha, abandonei o plano de tomar banho e fui até a mesinha de cabeceira pegar o celular e ler a sua mensagem.

Pulguinha: Você merece uma surra por ter me feito de boba, Miguel!

Pulguinha: Esperei, esperei tanto, que dormi por cima do celular. Tô de mal com você!!

Merda!

Eu me esqueci completamente que prometi a ela que ligaria ontem à noite.

Aqui estou eu para te pedir perdão mais uma vez, minha Pulguinha.

Ocorreram alguns imprevistos e acabei me esquecendo de te ligar.

Fui dramático em minha resposta, mas desde que ela me perdoasse, eu não me importaria em fazer papel de bobo.

Pulguinha: Que tipo de imprevisto? Aposto que tem o dedo da jacaroa, digo, Jéssica, nisso.

Eu comecei a digitar sorrindo, por mais que fosse errado essa implicância dela com a minha namorada, era impossível eu sentir raiva dela.

Você é impossível, Carolaine!

Mas me responda: como é que você está?

Mudei de assunto. E assim que a mensagem que enviei apareceu as marquinhas azuis no canto inferior direito, eu recebi a sua resposta.

Ela era rápida em responder!

Pulguinha: Estaria melhor, se não tivesse passado tanto sono esperando sua ligação e agora ter que usar um quilo de maquiagem para cobrir os rastros da minha noite maldormida.

Bom, o que ela me respondeu foi a prova de que não esqueceria tão fácil a minha mancada.

Desculpa, Pulguinha!

A noite não foi como a esperada, foi tensa,

e acabou que eu nem lembrei de te ligar.

Fui mais sincero dessa vez. E novamente ela não demorou a me responder.

Pulguinha: Brigou com a sua namoradinha?

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