Capítulo 21

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Descobertas

Carolaine Oliveira

Então você não é mais virgem? — Cat perguntou do outro lado da tela, arregalando os olhos.

— Claro que sou, sua louca! Miguel quer esperar eu completar dezoito anos, dá pra acreditar? — respondi, me jogando de novo na cama.

Acordei fora do meu horário habitual hoje, depois de ficar até muito tarde trocando mensagens com Miguel. Foi só o tempo de tomar banho e me arrumar, para o telefone tocar e eu atender à chamada de vídeo de Cat. Agora estava passando para ela tudo o que aconteceu nos dias que se passaram, escondendo o fato de ter encontrado Jhonny e Nayla juntos naquele dia no Bar da Flor. Não queria estragar as férias da minha melhor amiga, que por sinal, estava em um lugar lindo.

Dá sim, Miguel é um príncipe! — ela suspirou. E eu revirei meus olhos, às vezes achava que Catarine era mais apaixonada por Miguel do que eu.

— Um príncipe muito safado — murmurei, me lembrando das marcas pelo meu corpo que ainda estavam bem vivas hoje pela manhã, ainda sentia o peso da mão dele em meu bumbum. No meu ombro, tinha a marca de uma mordida que eu sabia que depois ficaria roxa, a minha bunda ainda tinha as marcas dos dedos de Miguel e no meu pescoço uma marquinha roxa, bem pequena, mas que era bem perceptível, devido à tonalidade da minha pele, por isso precisei cobrir com um pouco de maquiagem. Eu não sabia, pensei que na cama eu seria daquelas que amasse romantismo e declarações de amor a cada segundo, no entanto, eu amei conhecer o lado selvagem de Miguel, o linguajar sujo, a falta de pudor...

Como assim? Não me esconda os detalhes, Carolaine!

— Nada de mais, Cat — desconversei, agradecendo por minha mente ter um bom processamento. — Apenas disse que ele me pediu em namoro ontem pela manhã.

Sério? Enfim, ele assumiu o que sentia. Eu tô praticamente surtando, amiga, você tem noção do quanto eu torcia para vocês dois ficarem juntos logo? Me conta os detalhes do pedido, ele foi o romântico de sempre? — Ela soltou gritinhos do outro lado. E eu revirei meus olhos para aquela reação exagerada.

Fiquei feliz por ter conseguido desviar daquele assunto, pois percebi que tinha ciúme de compartilhar nossos momentos íntimos com outras pessoas, mesmo que Cat não fosse qualquer pessoa. Aquilo era só nosso, meu e de Miguel, e só Deus sabia a raiva que passei ao descobrir que a família inteira estava especulando sobre nós dois. Lembrei-me, então, de que eu precisava saber se Cat tinha participado daquela pouca vergonha também, o que eu duvidava, pois pelo que entendi, eles tinham mancomunado tudo na véspera de Ano-Novo.

— Não teve toda aquela pompa, mas para mim foi o suficiente — contei, ainda sem acreditar que consegui conquistar um homão daqueles.

Eu preciso de detalhes, Carol. Me conta mais, vai, de repente a sua vida ficou bem mais interessante que qualquer novela teen. — Eu não sabia qual era a necessidade em saber tudo o que aconteceu entre mim e Miguel, mas Cat era, de longe, a amiga mais leal que existia, portanto, decidi que sanaria um pouco da sua curiosidade.

— Bom, aconteceu algo interessante quando fomos dormir juntos naquele dia em que o encontrei alcoolizado. — Ela deu pulinhos em cima da cama, ansiosa pelo que eu tinha para dizer.

Ai, conta! — Eu fiz um suspense — Conta logo, Carolaine, ou sou capaz de atravessar essa tela e te dar uns tapas!

— Ele disse: Eu não escolhi te amar, Carolaine, mas quem disse que a gente manda na droga do coração? — Fiz uma imitação barata da voz dele e quando Cat caçoou, eu não aguentei, acabei rindo também.

Não Escolhi Te Amar Onde histórias criam vida. Descubra agora