Capítulo Sete - Para Sempre ao Seu Lado

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Victor olhava pela janela, sentindo o cheiro de seus inimigos no lado externo do prédio. Porém, ele também pode sentir o cheiro de seu irmão e outros Lobos de sua Alcateia e sabia que era isso que ele estava escondendo de si na ligação. Não havia dúvidas de que Pablo agiria por conta própria, ainda mais quando ele ou Diego estavam longe do rapaz.

— Toma cuidado, irmão. — sussurrou o rapaz, saindo de perto da janela e voltando para a cama. Não iria conseguir dormir, mas descansaria, agora que ele sentia-se melhor com o bloqueio que Pablo havia feito no veneno.

Ele não fazia ideia de que no outro quarto a agitação de seu companheiro era por culpa sua. Christian olhava para o teto, sem conseguir dormir. Já fazia quase uma hora que rolava de um lado para o outro, sem ter sucesso na vã tentativa de fechar os olhos e tirar de sua mente aquele par de olhos castanhos, que mantinham pequenas gotas de tom esverdeado, mostrando um belo contraste para quem observava.

— Céus, ele vai embora daqui algumas horas e eu não consigo tirá-lo da mente... — resmungou ao sentar-se na cama, completamente frustrado.

Embrenhou as mãos entre os cabelos, respirando fundo. Por fim, desistiu de ficar rolando na cama e ergueu-se. O menor caminhou em direção à cozinha, olhando pela janela com desconfiança. Sabia que havia uma pequena chance dos caras que perseguiram Victor estarem ali, ao redor de seu apartamento.

Voltou-se para o pequeno cômodo, indo em direção à geladeira. A abriu e olhou para dentro, sem saber o motivo de estar fazendo isso, porém, de certo modo, isso o acalmava um pouco, mas sabia que era momentâneo. Depois de alguns instantes decidiu pegar uma garrafa de leite de morango que havia comprado no dia anterior. Ao fechá-la deparou-se com Victor parado, o observando.

O susto quase o fez derrubar a garrafa no chão, mas o Lobo a pegou agilmente, devolvendo ao rapaz, não contendo um pequeno sorriso diante da reação do outro.

— Deus! — exclamou, largando a garrafa no balcão e tocando o peito — Você me assustou!

— Desculpe. — embora se desculpasse, Christian via o divertimento nos olhos esverdeados, ele não parecia se sentir culpado — Pelo visto não é só eu que não consegue dormir.

— Não... — Christian foi até a pia, pegando dois copos. Retornou ao balcão, sentando-se contra ele e servindo os dois copos com o leite de morango. Pegou um e indicou o outro para Victor.

O maior acenou, pegando o copo e bebendo lentamente, sem tirar os olhos do rapaz mais baixo diante dele. Ele permaneceu em silêncio, apenas observando o rapaz, que parecia mais pensativo. Por um instante, gostaria de ter os poderes de seu irmão, para ler a mente do rapaz diante de si.

Porém, ao ter um pequeno vislumbre do que passava pela mente do rapaz, lhe trouxe uma grande animação. Além de deixar seu Lobo completamente excitado com a ideia de tê-lo ao seu lado, em sua terra natal:

— Estou pensando em cobrar minhas férias. — comentou Christian, após alguns segundos, percebendo o olhar penetrante que recebia do outro — Eu tenho algum tempo que posso cobrar quando quiser. Eles me devem. — o menor corou, antes de continuar, parecendo encabulado — E tipo, você me convidou para conhecer seu país, então...

— Poderia partir comigo. — cortou Victor. Somente essa possibilidade de levar o seu companheiro logo que partisse o deixava completamente excitado, pois era a chance que ele precisava de convencê-lo de ficar ao seu lado — Eu ficaria imensamente feliz de ter você ao meu lado quando voltar para casa.

Se ele aceitasse, Victor faria tudo para ter a certeza de que Christian não saísse de seu lado nunca mais. Mas sabia que seria complicado, visto que o outro tinha uma vida bem agitada em Nova Iorque. Mas ele não estaria sozinho naquilo, sabia que Pablo, Diego e sua avó fariam tudo ao seu alcance para convencê-lo de ficar junto de todos eles.

REESCRITA - O Alvorecer dos Lobos - Matilha VillanuevaOnde histórias criam vida. Descubra agora