Capítulo Quatorze - Passado: Parte Um

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Dez anos Atrás

— Ande logo, Pablo... — resmungou Hector ao lado do Ômega.

— Ainda não. — respondeu o outro, sem se mover, ele olhava o seu alvo através do binóculo de sua arma — Ainda não é o momento.

— Vamos perdê-lo! — retrucou o rapaz, olhando para baixo, parecendo cada vez mais em pânico — Vamos morrer. Victor vai morrer!

— Não vamos morrer. Mas estou inclinado a te jogar desse prédio se você não calar essa maldita boca. — sussurrou o rapaz, vendo o outro se calar.

Ambos estavam no alto de um prédio de quinze andares. Pablo, no momento, mirava o seu alvo com uma Barrett M107A1, que estava no outro edifício. Ele sabia que no momento em que desse o bote na sua presa, teriam de sumir dali antes que os encontrassem.

— Esteja preparado para correr, Hector. — resmungou Pablo, enquanto sorria de canto e enquadrava o homem que havia sido incumbido de matar, na mira da arma.

Antes que o outro pudesse responder, Pablo abriu fogo, acertando o alvo no meio da testa. Ele ainda pôde observar a sala, que demorou alguns segundos ao perceber o que estava acontecendo. Ele sorriu ao ver o semblante de Victor mudar. Não esperou mais e seguiu atirando contra os homens que prendiam seu Alfa naquele prédio, sem perder nenhum deles. O principal já havia encontrava-se com a cabeça explodida, mas ainda restavam os outros, que poderiam acabar com a vida dele.

— Invadam! — gritou Hector por um rádio, quando viu Pablo erguer-se.

— Vamos dar o fora daqui. Nós somos os alvos agora. — resmungou Pablo removendo os pés de apoio da arma e colocando na bolsa. Prendeu o seu fuzil nas costas, enquanto armava-se com pistolas menores, além das que se encontravam presas em suas coxas e nos coldres abaixo dos braços.

Os dois correram em direção à porta, com as armas apontadas, preparadas pra atirar.

Em menos de dez minutos já estavam fora do prédio, indo em direção ao outro. Estavam sendo vistos pelos civis e pelas testemunhas que saíam correndo do edifício em que Pablo fez suas vítimas. Mas isso não era um problema para elas, visto eram a segurança daquelas pessoas. E seus uniformes diziam isso.

— Corre para Raul e o ajude, Hector. — exclamou Pablo parando no elevador — Deem jeito de ferrar com esses bastardos. Eu me viro com o resto.

Hector acenou e correu para as escadarias.

Pablo entrou no elevador, indo para o andar em que encontraria Victor e seus companheiros.

Respirou fundo, fechando os olhos, sentindo tudo que estava acontecendo no local em que estava se encaminhando. Quando abriu os olhos, encontrava-se completamente concentrado, quando o elevador se abriu.

Caos era uma boa definição para o que ele via.

Com a morte dos homens que seguravam Victor e os rapazes que Raul mandara até o andar para auxiliá-lo, o lugar virou um campo de batalha, quando os homens a mando dos que prendiam o seu Alfa encontraram com eles.

Sem esperar por um convite, Pablo entrou mandando bala em qualquer coisa que se movia pelo hall de entrada daquele andar. Sua mira era perfeita, não desperdiçando nenhuma única bala contra o inimigo, que caíam com um projétil entre as sobrancelhas.

— Está ferido? — ele perguntou, parando ao lado de Victor, atrás de uma das diversas mesas que foram viradas e agora serviam de proteção contra balas.

— Não. Tudo dentro do que você previu, Pablo. — resmungou Victor recarregando suas armas — Cara, eu quase me caguei com aquele tiro. O homem estava do meu lado. Se não estivesse com a boca fechada teria comido massa encefálica do bastardo do Julho.

REESCRITA - O Alvorecer dos Lobos - Matilha VillanuevaOnde histórias criam vida. Descubra agora