I A invasão

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#ODuqueVampiro

O balançar do barco lhe deixava um pouco ansioso, naquele pequena cabine iluminado com uma lamparina que mal podia fazer seu trabalho, Jimin tentava dormir com o barulho indômito das ondas quebrando no casco do navio, o mar estava feroz. Os mares traiçoeiros, Jimin não possuía medo do mar, mas sem dúvida afundar naquelas águas congeladas e raivosas não lhe agradava nenhum pouco. Jimin levantou-se, esgueirando-se pela cabine, segurou a lamparina e saiu de seu aposento seguindo naquele corredor frio e distante. Os cheiros sorumbáticos dos ares lembravam as viagens às badernas com homens carraspanas que se envolviam em suas paradas nas cidades. Com suas lâminas medianas apostas debaixo dos panos, e mãos ágeis de seu irmão com as cartas dos cassinos de apostas, engazopando os velhos traiçoeiros. Gostava da época que seu irmão Briar ainda aceitava participar de suas travessuras.

As épocas de calaceiro acabaram. Se bem que, se hospedar em motéis baratos com cheiro de poeira e uma pitada de desinfetante não era tão desagradável assim, ou talvez tivesse acostumado a passar as datas comemorativas bebendo cerveja enquanto observava a minúscula janela do quarto. Às vezes desejava que todos os seus amigos estivessem ali para poder trocar presentes de amigos ocultos e se desesperar por ganhar meia e ter gastado mais dinheiro do que o normal. Ouvir as piadas chatas de natal sobre o Perú, se é pavê ou pacume e todas essas coisas que famílias normais faziam, famílias normais, ele não era normal, sua família e amigos não eram normais, teria sorte de ser um seila-lá-o'que vivo com o tanto de monstro que viria atrás de si. Mas ser um ser um nobre não lhe fazia sentir-se mais afortunado para viver e sentir tudo que o mundo tinha a oferecer, era cansativo, monótono, e solitário.

- Também não consegue dormir? - os olhos do vampiro lhe encaravam, Jungkook estava com a mão apoiada em suas têmporas. A cabine de livros, era onde Jimin gostava de passar a maior parte do tempo, Jimin se aproxima - o que lhe preocupa?

- Muitas coisas me preocupam.

Jungkook ajusta sua postura, ele encara o Visconde como se pudesse ler seus pensamentos. Mas não podia, isso de certa forma aliviava Jimin.

Jimin se senta na mesa.

- Hyunjin está mal.. não é?

- Ele não irá sobreviver. - Jimin se vira para o Duque - é fato.

- Seokjin não irá assumir.. ele não quer isso.

- Ele não tem escolha, ele é o primogênito.

- Tem a Ari.

Jungkook ergue seus olhos para os vermelhos do Visconde.

- Ari é uma mulher.

- É a mais adequada.

- Mas ainda é uma mulher, e isso que eles dirão.

Jimin suspira com raiva, Jungkook inclina a cabeça. Ele analisa o corpo do alfa, Jimin estava com uma blusa branca de botões levemente aberta em seu peitoral e uma calça de panos marrons folgada.

- Pare de me comer com os olhos.

- Eu gostaria de comer de outro jeito.

Jimin lhe encara, Jungkook agora tinha um sorriso lateral no rosto. Ele se ergue, e Jimin percebe o quão alto é grande o corpo do Duque era.

- Ainda dói? - Jimin indaga, puxando o corpo do Duque entre suas pernas, tocando levemente a blusa onde a faixa estava.

- Não. - Jungkook acompanhava os dedos de Jimin vasculhando seu peitoral.

Seus olhos se encontraram, e um calor surgiu. Era inevitável o que ambos sentiam, compartilhavam de uma conexão e calor que, por mais que lutassem contra, sempre existiria ali.

Entre presas e garras [Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora