Theo Raeken
Quem eu sou?
Essa é uma pergunta que eu me faço a séculos e séculos... Já desisti de procurar a resposta, não sei quem eu sou... Saber que eu um dia, todos que um dia eu ja amei, morreram, me faz eu me odiar, querer jogar tudo pelos ares e deixar quebrado.
É uma vida solitária, não posso me apegar a ninguém, já que a vida dos humanos é curta... Nunca amei ninguém de verdade, me apaixonei perdidamente por alguém, aquele alguém que eu estaria disposto a morrer por... Nunca existiu.
Mais um dia, de muitos outros; eu costumava contar os dias que eu estava vivo, mas perdi a conta a algumas décadas atrás, ter mais de 300 anos de vida, faz isso com sua mente, tem que ter muito cuidado pra não enlouquecer, já que um novo dia parece o dia anterior e o antes dele...
- Vai morar nesse quarto? - Peter Hale pergunta. Foi ele quem me transformou, me salvou da Praga de Marselha, o que dizimou minha vila. Meus amigos mais próximos haviam morrido, meus pais também, mas Peter me achou e me salvou, desde então, ele se tornou minha figura paterna.
- Peter, já fui a escola mais de vinte vezes, tenho mesmo que ir? - pergunto em desdém, ele nega. Me levanto da cama bufando.
Me arrumei para ir para a escola e desci as escadas, encontrando Corrine preparando o café, Malia com cara de sono, Scott ainda brigando pra acordar, Derek com sua carranca habitual, Cora comendo um pedaço de pão, Laura ajudando a tia e Tália lendo o jornal.
- Bom dia, querido. - disse Corrine me dando um xícara de café, dei um sorriso meio sonolento e ela riu. - Derek, você pode levar seus primos para a escola? - perguntou e o barbado assentiu.
- Qual é mãe! Já tenho mais de 500 anos anos! Não preciso ir para a escola! - bufou Malia encostando a cabeça no ombro do namorado. Malia é filha biológica da Peter e Corrine, eles a transformaram assim que foram mordidos, já que eles dizem que a pior coisa do mundo, e ver seu filho envelhecer e você não. Scott veio não muito tempo depois... Ele era um guarda de um castelo escocês, era até chamado de sir. Derek é filho de Tália, a irmã de Peter, ela a o transformou, logo depois Derek e suas outras duas filhas, em resumo, eu sou o mais novo e o único que não é da família.
- Não pense isso! - Tália disse me olhando - Você é da família! - ela lê pensamentos.... Acreditem, é horrível. Na maioria das vezes consigo bloquea-la, mas não quando acabei de acordar.
- Desculpa, estava viajando. - digo tomando um gole de café. Laura ficou parada, olhando pro nada por alguns segundos - O que foi? - pergunto me aproximando.
- Alguém novo está na cidade. - ela diz com a cabeça curvada.
- Me fala que não é um lobo! - disse Peter, ela nega - Aleluia. - disse suspirando. Os Hales e os Talbots nunca se deram bem, já que aqueles sarnentos viviam implicando conosco, nos caçando por diversão, pois sabiam que sua mordida nos mataria. E lobos são nossos inimigos naturais. - Vão! Irão se atrasar! - disse puxando Malia e Scott da mesa, deixei a xícara na pia e segui pegando minha mochila, Derek veio até nós com as chaves do carro. Logo tratei de pegar meus óculos, um sol desgraçado, queimaria as retinas de qualquer um.
Nós, não queimamos na luz do dia, muito menos brilhamos, não acreditem em Crepúsculo! Ver esse filme me dá vontade de morrer! O alho, baboseira. Estacas, realidade. Cruzes, não. Verbena, não funciona. O que realmente nos deixa fracos, é prata pura, sim, prata, ela queima feito brasa na nossa pele, nos enfraquecendo aos poucos.
[....]
Mais uma vez, descemos do carro e os olhares se voltaram a nós, os quatro góticos da escola. voltamos para cá a cada vinte anos ou aos... A última vez que pisei numa escola, foi nos anos 2000, o pessoal tinha um estilo péssimo. Agora, até que deu uma melhorada.
Entramos na escola, nós quatro de óculos escuros, o sol ainda machuca nossa vista.
- Devem ser os novos alunos. - disse uma garota ruiva se aproximando de nós.
- Sim, somos. - disse Cora tirando os óculos e colocando no topo da cabeça.
- Sou Lydia, vou mostrar a escola. - ela disse nos sinalizando para segui-la.
Tenho quase certeza de que a escola não mudou em vinte anos. A ruiva nos mostrava cada sala, mesmo nós já sabendo onde cada coisa ficava.
[....]
- Alguém pode me dizer quando foi a construção do muro de Berlim? - o professor de história perguntou, levantei a mão.
- Dia 13 de agosto de 1961. - digo e o professor arqueia as sobrancelhas.
- Obrigado, senhor? - pergunta em agradecimento.
- Raeken. - respondo com um leve sorriso, ele assentiu voltando a escrever.
- Vamos ver se está afiado! - ele diz sorrindo. - queda do muro de Berlim.
- 9 de novembro de 1989. - digo e ele sorri.
- Ano da morte de Hitler!
- Dia 30 de abril de 1945. - falo e o professor faz uma cara impressionada. - Mas dizem que ele se matou no dia 1 de maio.
- Ia falar isso! Muito bem, senhor Raeken, tem meu respeito! - ele disse batendo leves palmas. - Espero que todos sejam estudiosos como ele. - notei o olhar de uma garota sobre mim, cabelos castanhos, olhos chocolate, boca carnuda - Tracy! A aula é aqui. - o professor chama atenção dela, a mesma cora e se vira.
Conforme as aulas, mostrava meus "conhecimentos de estudo" para os professores, quando na verdade estou enlouquecendo por aprender as mesmas coisas a cada duas décadas
No almoço, encontrei Cora conversando com um garoto, pele morena, alto, maxilar meio quadrado. Agucei minha audição para ouvir a conversa.
- Então, obrigado pela ajuda em física, Cora. - ele diz sorrindo.
- Sem problemas, Boyd. - ela sorri de volta.
Fui me sentar junto de Malia e Scott, que já comiam seu almoço, Cora não demorou a se juntar a nós.
- Quem é o tal Boyd? - Malia pergunta mordendo a maçã.
- Um cara que eu ajudei em física. Só fui legal. - ela diz dando de ombros.
- Lembra? Sem se apegar. - Scott disse e a morena revirou os olhos.
- Sou mais velha que você! Sei as regras. - ela bufa.
As regras impostas aos da nossa espécie são: Jamais se apague a um humano se não for transformá-lo. Não transforme um humano sem o mesmo estar de acordo. Não cace humanos na região de outros clãs e por ai vai.
- Só relembrando. - ele disse em defesa, ela revirou os olhos. Um cheiro doce invadiu minhas narinas, me virei para a porta do refeitório, vendo um rapaz de olhos azuis, cabelos loiros escuros, pele clara, braços fortes.... - Que cheiro bom!
- Concordo! - dizemos juntos.
O garoto se senta numa mesa, junto de outros caras e duas meninas. Quem será ele? E por que o cheiro dele é tão doce?
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Love between fangs and blood - Thiam
FantasyFaz quatro semanas desde que me mudei pra Beacon Hills. Deixei minha mãe no Maine, e vim morar com meu pai. Não sei se sou eu, mas tem algo de errado, ou estranho, com esse lugar, com as pessoas daqui... História também postada no meu perfil do Spir...