House Of The Dragon- As Crônicas Do Príncipe Pescador

8. Lucerys Velaryon

Rhaena estava desesperada. As irmãs haviam encontrado o menino se afogando no mar em meio a uma tempestade. A essa altura ele poderia estar vivo ou não. Só de pensar nessa hipótese mais tensão a atinge.

— Ele não vai acordar. Ele não vai acordar.— Repetia enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto.

— Mantenha a calma Rhaena. Ele irá acordar. Só precisamos esperar. — Diz a irmã acariciando seus ombros.

Rengus mexe em algumas panelas, Aumenta o fogo colocando alguns galhos e corta pedaços de pão.

— Sua irmã tem razão, Milady. Esse menino é muito forte e persistente. Vai conseguir. — Diz o velho jogando as fatias de pão em uma das panelas.

Rhaena acaricia as mãos do amado buscando conforto. Um certo alívio passou por todo seu corpo. Conseguiram encontrá-lo e — provavelmente— salvá-lo bem a tempo.

— Como será que está indo o plano do papai?— Baela Sussurra para a irmã.

— Não sei. Espero que nada tenha acontecido com ele e Jace. Se você quiser voltar para pedra do dragão e conferir tudo bem!

— Não. Eu ficarei aqui com você até Luke acordar e nós três voltarmos para pedra do dragão! — Afirmou a irmã sem tempo de Rhaena questionar.

— Pronto. — Grita Rengus.

— O que está pronto?

— Meu cozido de pães e peixes. Vou colocar para vocês

Baela olhou desconfiada para a gêmea. Ainda não confiara muito no velho. Já Rhaena não compartilhava do mesmo pensamento pois ele havia cuidado de Lucerys esse tempo todo.

— Eu vou querer um pouco. Estou morrendo  de fome. — Disse soltando a mão do primo e se juntando a mesa. — Vamos irmã. Coma!

Sem relutar seguiu a irmã. Logo, Rengus se junta as duas.

[...]

É fim de tarde em King's Landing. Pelo menos o lugar se parece com King's Landing. Lucerys não tinha certeza. Poderia ser um sonho ou realidade. A essa altura os dois estavam muito difíceis  de se distinguir.

A fortaleza vermelha está vazia. Sem guardas, sem servos, sem criados, sem lordes. Os passos dele ecoam por todos os lados. Ele aí vê as escadas e vai direto a seu antigo quarto. Ele está do jeito de que se lembra a muitos anos atrás.

A cama feita pela metade. O copo de água que bebia antes de dormir. A tapeçaria que nunca chegara a entender o significado na parede. Suas roupas velhas no armário.

Depois de um tempo, caminha até a sala do trono. Lá está ele. O imponente e mais desejado trono de ferro. Nunca se imaginou sentado nele, mas nesse momento estava vazio. Poderia se dar o luxo.

Ele era desconfortável de se sentar. As pontas das espadas pinicavam e a bunda doia. Tentou achar posições melhores mas não conseguiu.

— Você dividiu a minha família! — Sussurou para o trono. — Você matou muita gente sabia? Eu odeio você com todas as minhas forças. Se pudesse destruiria você!

De repente, escutou vozes de crianças vindo de fora. Correu o máximo que pôde para alcança-las.  Lá fora se deparou com a cena.

Ele, Jace Aegon e Aemond jovens brincando. Um acontecimento que nem mesmo ele tinha memória. Algo raro que se perdeu a muito tempo.