House Of The Dragon- As Crônicas Do Príncipe Pescador

9. O pequeno dragão

As badaladas dos sinos indicavam que a fortaleza vermelha se encontrava de luto. "Na noite anterior, o príncipe Jahearys Targaryen foi cruelmente assassinado." Cochichava a plebe.

Helaena se encontrava devastada. Seus gritos ďe dor poderiam ser escutados por todo o castelo. A rainha não comia, não bebia e não queria a preçensa de ninguem em seus aposentos.

Em meio aos choros e gritos, Helaena cantava uma canção. Uma canção que cantara a seu primogênito para dormir. Como fazia todas as noites, mas agora cantava para si na intenção de se acalmar. O que não acontecia.

—Minha filha! — A rainha viúva Alicent entra em seu quarto com o semblante triste de ver sua única filha nesse estado. — Estou entrando.

Helaena não lhe dá atenção. Alicent senta ao seu lado e tenta a acariciar mas recebe rejeição da filha.

— Eu sei querida. Eu sei. Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem. — A mãe a percebe cantando e reconhece a canção. Já ouvira Helaena a cantar para Jahearys e Jaheara. — Pode cantar para mim?

O pequeno dragão acaba de chegar
Uma longa viagem o fez se cansar
Agora o que procura é se deitar
Para a noite inteira sonhar

O pequeno dragão adormece
Seu pequeno ninho o aquece
Na companhia de sua mãe
Não há nada que o desperte

Helaena apoia a cabeça no colo de sua mãe. Alicent, suavemente, percorre todo o cabelo prateado da filha com as mãos. Aos poucos a rainha vai se acalmando. Seus soluços diminuem lentamente até sumirem, a tremedeira que havia atingido seu corpo deu lugar a calmaria.

Nenhuma palavra foi dita em minutos. O completo silêncio dominou o quarto. Helaena adormecera bem ali no colo da mãe como não fazia a anos.

— Rainha mãe! — Após um tempo,  o guarda adentra o quarto. — A mão do rei  a convoca para um pequeno conselho.

— Diga a ele que estou a caminho. — Ela dirige os olhos a filha. Ela desliza a mão por seu ombro. — Meu amor... preciso ir.

— Não vá! — Implorou a menina para a mãe segurando seus braços firmemente.

— Preciso ir. Não se preocupe, estarei de volta logo.

Alicent se levanta e se despede da filha com um beijo em sua testa.

[...]

— O que ele faz aqui? — Pergunta Alicent ao chegar a sala do pequeno conselho e se deparar com seu filho Aegon sentado em uma das cadeiras.

— Eu sou o rei. Um de meus deveres é participar desta merda.

— Você não passa de um bêbado garoto!

— Mãe?

— Se acalme, Alicent! - Grita Otto Hightower, seu pai. — O garoto está certo.

— Além de que meu primogênito foi assassinado a mando da usurpadora da minha meia-irmã.

— Mantenha a o respeito ao conselho, Aegon. — Ordena Otto. — Vamos direto ao motivo desta reunião: o que faremos quanto ao ataque ao herdeiro do trono.