Deixa-me te contar...

História ~1 ~

Olá, me chamo Seokjin...
Mas se preferir, pode se referir a mim como Jin.
Meus amigos costumavam me chamar assim e ter você aqui disponível para me ouvir nos fazem amigos, não é?
Espero que sim...
Sinto falta de amigos por perto, mas não culpo os que se afastaram de mim e nem os que me afastaram deles.
Não quero falar muito sobre mim de fato, não tenho tantas lembranças boas para falar a verdade.

Se me permite, quero compartilhar a única coisa que se tornou o meu escape... Um refúgio. Onde consigo esquecer da minha realidade e vivencio outras vidas, outras histórias.
E a primeira que vou te contar, é sobre um homem chamado Nam.
Ressalto que a intenção não é julgar ou muito menos fazer você pensar da forma que penso.
Apenas serei um narrador de uma história que testemunhei.
A história é sobre um homem que se deparou com algo que mudou totalmente a sua vida.
Depois de me ouvir, tire suas próprias conclusões, tudo bem? Posso começar?
Deixa me te contar...

SeMA - Seoul Museum of Art /Seoul - Coréia do Sul 08:15hs

O Museu estava muito movimentado devido à preparação de uma grande exposição de joias muito antigas e de origem desconhecida.
Nam, como grande apreciador de obras de arte e também um colecionador estava ansioso para o evento que está marcado para às 19hs. Como administrador do Museu, Nam fez questão de estar presente logo cedo.
Ao estacionar o seu veículo, seu secretário o aguardava com seu copo de café.
- Bom dia senhor, seu café!
- Bom dia Franz, obrigado. Como estão as coisas por aqui? - Pergunta ao beber um gole da bebida.
- Tudo sob controle e adiantado! O pessoal esteve a noite toda arrumando tudo.
Os dois entram no museu em direção ao salão reservado para a exposição.
- O pessoal já se foi?
- A maioria sim, estão terminando de desmontar os andaimes.

Ao entrar no salão, Nam fica impressionado com o cenário que foi montado.
- Está perfeito! - Exclama ao se vislumbrar com os detalhes da decoração que fará os convidados imergir na fantasia de estarem num castelo de contos de fadas de verdade.
As joias à serem expostas mais tarde, apesar de não saberem de que reino pertenciam, são belas relíquias.
" Relíquias de um Reino perdido"
Assim foi nomeado o evento.

Dentre tantas peças maravilhosas uma se destacava.
Para Nam, até mais do que a própria Coroa Real, uma máscara de baile feminina o enfeitiçou com sua tamanha beleza.
A peça de prata e cheia de diamantes, encanta os seus olhos desde a primeira vez que a viu. De uma maneira que aguçou sua curiosidade em relação à quem ela pertencia.
" Como eram os olhos de quem a usou?" Se perguntava ao observar atentamente a máscara que foi posta numa manequim vestida como uma Princesa.

À tarde, Nam foi para seu apartamento para tomar um banho relaxante e se arrumar.
Às 18hs, apesar do grande engarrafamento devido à um acidente de carro perto dali, Nam consegue chegar no Museu faltando uma hora para o esperado evento começar.
Os convidados para a exposição privada ainda não chegaram e Nam aproveitou para apreciar novamente as peças. E mais uma vez se pegou hipnotizado por aquela máscara, mas quando se deu conta estava com ela em suas mãos.
- Como? Eu não a peguei! - Diz para si mesmo depois de verificar que não havia ninguém olhando.
Nam ficou surpreso pelo alarme que não tocou ao remover a máscara da manequim. Irritado com a falha, aciona seu assistente pelo rádio para corrigir este grave erro.
- Franz.
- Na escuta senhor Nam.
- Verifique imediatamente os alarmes, o dispositivo de segurança na manequim não está funcionando.
- Que estranho, farei isso agora mesmo.
- Ok, obrigado.

Ao pôr o rádio na cintura, Nam posiciona a máscara em direção ao rosto da manequim. Seu corpo é invadido por uma força sobrenatural que o impede e o faz desejar a pôr no rosto. Assustado com o que sentia, a põe na manequim rapidamente para não se complicar com este impulso.
Ao se virar, a máscara novamente estava em suas mãos.
- Porra! - Exclama sem conseguir entender o quê estava acontecendo.
Tenta mais uma vez devolver a peça e falha novamente.
- Franz!
- Na escuta.
- Venha até aqui, preciso de sua ajuda.
- Sim senhor.