|•Mikey × Leitora•|

Forty seven.

                      Boa leitura.    

                            ...

—— [Apelido]-chin, o que acha de fazermos alguma coisa?

—— Tipo o quê?

—— Irmos ao centro.. fazer alguma coisa! Como que vc aguenta ir a escola e voltar a passar UM dia inteiro aqui? – se refere ao apartamento.

—— Ah Mikey! Aqui não é tão ruim.

—— Como não? O que você faz o dia inteiro? – vira me olha com suas orbes enormes.

—— Ah.. eu, leio.

—— Puff... – ele revira os olhos. – Que divertido! – diz usando seu sarcasmo.

Mikey apareceu do nada, na volta da escola eu estava andando de cabeça baixa com meu fone de ouvido estourando.

Quando sinto uma motocicleta parar ao meu lado. Reconheci a beldade de cara.

Me deu carona até em casa e o ofereci pra ficar.

  Fiz comida e passamos o dia assistindo filme.

Eu senti a falta dele. Ele estava distante a uns dias atrás, o problema com o Hakkai deve tê-lo estressado.

Não notei, mas o olhava como ele olhava para um dorayaki.. só que discretamente.

—— Então? Podemos?

—— Hã? Podemos..? O que?

—— Não me ouviu? Vamos sair.

  Ele fala levantando do sofá e tirando algumas migalhas de comida que caiu em sua camisa.

Eu o acompanho.

—— Para onde vamos? – pergunto desligando a TV.

—— Só vamos sair sem rumo. Depois decidimos. – ele sorriu, e caralho, esse cara é o meu sol.

  Descemos até a portaria, falei com o porteiro e saímos. Como ele disse, sem rumo.

A tarde pra mim é um momento de liberdade. O pôr do sol é a chave para um sentimento intenso que sinto.

Mikey me faz sentir que estou viva quase 98% das vezes em que nos encontramos. É algo que nem posso explicar.  

Quando estou com ele também me sinto livre.. deve ser por isso que ele é meu sol.

Eu gostaria de tomar alguma iniciativa.. porém o medo de uma possível rejeição é muito maior!

Já nos beijamos, já passamos por muita coisa... Mas sempre há uma insegurança. É de mim, não posso evitar. 

Em meio a tanta confusão, o brilho dele me fez brilhar. Me fez ser diferente.

Não só a mim, Mikey é um ser extraordinário na vida de seus amigos também.
 
Esse garoto faz todos a sua volta felizes.

Abraço sua cintura um pouco mais forte, enquanto ele desvia de um carro ou outro em alta velocidade.

A adrenalina toma conta de mim, me fazendo rir como uma criança.

Mikey me fita pelo retrovisor e dá risada também.

—— Senti falta disso! – digo parando de rir.

—— Senti também! – ele diz.

  Já devíamos estar a quilômetros de distância da minha casa. Paramos em uma ponte que fica bem afastada de todo movimento da cidade.