𝕍𝕠𝕝𝕥𝕒𝕞𝕠𝕤 𝕒 𝕔𝕠𝕟𝕧𝕖𝕣𝕤𝕒𝕣.

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Nishinoya Yu.
{09/02/2020}.
14:36.

O silêncio foi desconfortável, Daichi e Sugawara estavam em uma troca de olhar e pareciam se comunicar por telepatia, enquanto isso, eu e o Asahi estávamos em uma troca de olhar agressiva, o castanho escuro de seus olhos estavam raivosos e tinham uma pitada de vergonha ali, eu não estava diferente.
Ele não pode simplesmente ficar com raiva de tudo e todos só porque ganhou um corte novo de cabelo, eu assumo que me afastei dele porém era por questões reflexivas, eu nunca senti vontade de beijar outro menino antes e agora de repente eu me vejo em uma crise de sexualidade, só foi coisa demais para pensar e eu não queria que ele estivesse no meio de minha tempestade emocional, mas agora nada disso importa, ele está sendo rude com o Suga e com o Dachi à troco de nada.

Asahi:Aquele beijo foi um erro, um erro igual nossa amizade.-disse friamente com os olhos tão determinados quanto os de um soldado.

Meu coração se encolheu em meio peito me causando um incômodo misturado com uma pequena dor, meus olhos se encheram de lágrimas que começavam a despencar e cair por minhas bochechas quentes e coradas, um nó se formou em minha garganta que ficou tão seca quanto minha boca, cerrei meus punhos bem como meus dentes.A mágoa com a pitada de descontentamento era grande porém o ódio e fúria eram bem maiores.

Nishinoya:Você não falou isso quando tava metendo sua língua na minha goela!.-gritei enfurecido com ele.

Minha voz elevada ecoou no corredor onde só tinha nós, ele parecia tal alterado quando eu e isso me assustava um pouco devo admitir, não acreditava mais nos boatos porém isso não muda o fato que eu considero ele como um amigo (até como algo além disto), eu só não quero entrar em conflito com ele, as palavras que ele está proferindo já são muito dolorosas para mim.

Asahi:Foi no calor do momento, e como eu disse, me arrependo profundamente, não me procure mais, Nishinoya.-disse por fim, sua voz era fria e distante.

Um calor de raiva subiu por meu estômago, minhas lágrimas cessaram deixado apenas sua trilha de água salgada em minhas bochechas, minha cabeça latejando de dor pensou nas melhores formas de destruir ele, ele simplesmente não tem o direto de falar uma coisa dessa, ele me beijou com vontade e agora joga na minha cara que foi apenas um erro que nunca mais vai acontecer e que eu deveria me afastar para sempre.
Sempre quando estou muito nervoso acabo realizando atitudes imprudentes e impulsivas, então não foi surpresa quando eu avancei em sua direção.

Minhas mãos agarraram com força seus cabelos que agora eram curtos porém continuavam macios, puxei com veracidade seus fios o forçando a inclinar a cabeça para trás, um grito agudo do Sugawara foi ouvido e a voz séria e alta do Daichi avisou para eu parar.
Soltei suas madeixas fazendo o mesmo cair de cabeça no chão, não perdi tempo ao subir encima de seu colo tampouco em começar a socar-lo, ele ficou sem reação por alguns segundos antes de segurar com firmeza meus punhos.

Daichi:JÁ CHEGA!.-gritou em alto e bom som.

Nishinoya:NÃO SE META!.-gritei de volta.

O olhei por um instante, os olhos castanhos escuros do moreno tremia em medo, seu braço estava estendido e protegia (talvez de forma inconsciente) o platinado, esse por sua vez estava com olhar de raiva, não sei de quem.
Voltei a prestar atenção no grandalhão que ainda segurava meus punhos, seus olhos restavam frios como o Polo Norte e isso me machuca profundamente, algo havia ser estilhaçado no meu peito e por isso as lágrimas retornaram, elas eram mais salgadas, mais rápidas, mais dolorosas, mais grossas e principalmente mais melancólicas.

Daichi:Chame o diretor.-ouvi o capitão falar com o Koichi.

Os passos de Suga pareciam abafados assim como o comando que ele tinha recebido, enquanto as lágrimas caiam eu continuava fixando meu olhar no do Azumane, minhas lágrimas caiam em seu rosto porém ele permanecia impassível, sério... sem expressão.

𝓝𝓾𝓷𝓬𝓪 𝓳𝓾𝓵𝓰𝓾𝓮 𝓾𝓶 𝓵𝓲𝓿𝓻𝓸 𝓹𝓮𝓵𝓪 𝓬𝓪𝓹𝓪.Onde histórias criam vida. Descubra agora