𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟎𝟗 - 𝐍𝐨 𝐭𝐫𝐚𝐜𝐞 𝐭𝐨 𝐟𝐨𝐥𝐥𝐨𝐰

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Então, quando o dia havia acabado de amanhecer, Kara pegou a bicicleta e saiu de casa, indo ao riacho sem nem mesmo comunicar a Imra. A princípio, ela tentaria se livrar do corpo de Samuel Stewart que havia aparecido, boiando nas águas, antes de procurar pelo lenço da britânica, afinal, isso era uma prioridade maior naquele momento.

Sem nem mesmo tomar um café da manhã, ela partiu com um propósito enquanto Imra ainda dormia ao seu lado, exausta depois que passaram a noite transando.

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Todavia, foi sua ausência antes do café da manhã que fez com que Imra fosse procurar por ela, para que pudessem comer juntas.

Enquanto Emilly assistia TV na sala, Imra foi até o laboratório de caramujos de Kara. O lugar estava quieto e silencioso, um indicativo de que Kara não estava lá. Sem querer, Imra pisou em um dos caramujos e quando a criaturinha rastejante foi esmagada em sua sapatilha, ela se abaixou para limpar, acabando por perceber algo curioso na parte de baixo de uma das mesas.

Um objeto em particular chamou sua atenção, fazendo com que a britânica abrisse a tampa de um dos aquários de caramujos e de lá tirasse uma carteira.

Assim que abriu, Imra viu que se tratava da carteira de Samuel Stewart. Ela viu sua identificação e rapidamente confirmou suas suspeitas: Kara o havia matado.

Naquele momento Imra não sabia o que pensar porque seu cérebro entrou numa espécie de curto. Ela sabia que Kara fazia aquele tipo de coisa com seus amantes promíscuos, mas ter a confirmação parecia muito chocante, o que a fez sentir medo por confirmar que sim, que ela estava casada com uma Sociopata funcional. Então seu próximo passo seria arrumar suas coisas, pegar sua filha e ir embora o quanto antes, mesmo que no fundo ela amasse Kara e amasse a boa vida que Kara lhes proporcionava, Imra sabia que aquilo precisava parar definitivamente.

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Kara só teria que afunda-lo novamente no rio, foi seu pensamento sombrio ao chegar lá, deixando a bicicleta de lado antes de descer o barranco e se aproximar do cadáver já inchado depois de vários dias ali. Graças a água, seu odor não era muito insuportável, mas sua carcaça estava horrível, ela percebeu ao analisar o estado em que ele foi deixado.

Agora, ela tinha que agir depressa.

Pegando um galho de aparência resistente, Kara o pressionou no corpo, o empurrando para baixo até que ele afundasse. No entanto, a força que ela usou para fazê-lo, acabou partindo o galho ao meio, fazendo com que ela meio que tropeçasse um pouco para frente, afundando um pouco junto com o corpo. Aquilo fez com que Kara levantasse espantada, agitada e molhada.

Porém, ao mesmo tempo que ela tentava se recuperar do susto momentâneo, uma voz conhecida (e indesejável) chamou sua atenção, fazendo com que ela enfiasse o galho no braço do cadáver que havia ficado boiando para fora da água.

━ Olá? - Edge a cumprimentou, a alguns metros de distância.

Ele estava alto, na ponta do barranco que dava acesso ao rio e um pouco longe para ver o que acontecia, mas sua aparição de repente se tornou um novo problema para Kara.

━ Oi. - sua voz falhou um pouco, fazendo com que ela limpasse a garganta imediatamente. ━ Oi, Edge.

━ Tá fazendo o que aí? - ele perguntou.

━ Só dando uma volta. Vim aqui tomar um pouco de ar. - Kara segurava o galho nas costas, ainda fazendo pressão para manter o resto do corpo no fundo das águas. ━ Imra esqueceu um lenço.

Indecente [ SuperSaturn] AUOnde histórias criam vida. Descubra agora