石 - LOUISE ANGELLE
As ondas sonoras do piano auxiliam no foco que eu necessitava para permitir que das linhas e rabiscos na folha de papel croqui.
Mesmo que minha lombar exigisse um descanso urgente, eu tinha a obrigação de finalizar o progeto do próximo lançamento das peças e, graças aos céus, eu estava no último.
- Madame Louise? - Ao ouvir meu nome ser chamado, pronuncio para que minha assistente virtual parasse a música. - Está tudo bem?
- Ocupada - Respondi ainda focada nos últimos detalhes do desenho. - Diga ao meu pai que me pressionar dessa forma só irá atrasar.
- Não foi monsieur Otto que me enviou. - Respirei fundo, sentindo meu pulso latejar na mesma intensidade que minha coluna. - Vim por conta própria.
Sinto as delicadas mãos da mais velha, massageando meus ombros e trazendo um grotesco alívio ao meu corpo. - Aconteceu algo?
- Sim - Alícia gira a cadeira para que eu a olhasse. - A madame não comeu nada o dia inteiro!
- Não sinto fome. - Ameacei voltar ao trabalho, mas fui impedida, tendo um olhar repreensivo.
- Precisa descansar um pouco - Seus olhos se prendem aos incontáveis esboços jogados na mesa e colados na parede. - Fez o trabalho de uma semana inteira.
- Preciso terminar isso, ou não teremos tempo para o lançamento das peças de outono - A mulher revira os olhos, estendendo a mão para mim.
- Não adiantara de nada se fizer os esboços e terem que adiar o lançamento porque a estilista chefe estará desnutrida - Não contenho a risada pelo exagero. - Se continuar insistindo nisso, vai parar num hospital logo logo!
- Logo eu desço pra comer alguma coisa - Dou um sorriso convincente. - Prometo!
- Está bem... - Alícia não parece convencida, mas se retira, e eu respiro fundo.
Passou-se alguns minutos e eu me forcei a parar, já que, por mim, ficaria acrescentando e retirando detalhes nas jóias até minhas mãos caírem, se bem que não estava tão longe de acontecer.
Pego todos os 12 esboços escolhidos e os ponho em um envelope, prontos para passarem pelo vertido final : monsieur e madame Angelle.
Me levanto, rumo ao escritório deles, sentindo o nervosismo enquanto aperto o papel em minhas mãos. Permito o ar entrar e sair pelos meus pulmões lentamente, na intenção de me acalmar e bato na porta, a espera de uma resposta, logo a obtendo como permissão para adentrar o covil.
- Com licença... - Deixo o envelope na mesa de meu pai. - Terminei.
Seus olhos me encaram desconfiados, pegando o pequeno pacote e observando cada esboço com um olhar crítico que fazia meu estômago embrulhar. Outrora, mostrava uns a minha mãe e a reação de ambos poderia fazer meu coração parar na garganta de tanto nervosismo.
- Ficaram bons mas... - Ele repousa o envelope em cima da mesa de minha mãe. - Poderia ter se esforçando um pouquinho mais...
- Ele tem razão, chéri - Minha mãe observa os desenhos novamente - Uns ficaram incríveis, já outros nem tanto.
- Desculpe Maman, tentarei mais da próxima vez - Disse forçando um sorriso, fazendo uma educada mensura e saindo logo sem seguida.
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𝐃𝐈𝐀𝐌𝐎𝐍𝐃 - Ni-ki (ENHYPEN)
أدب المراهقينAssim como o carbono, que precisa suportar pressões esmagadoras e temperaturas extremas para se transformar em diamante, ela se vê diante de uma força avassaladora. O que parecia ser uma simples parceria entre duas gigantes do luxo, prometendo criar...