美 DECISION 石

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NISHIMURA NIKI

Apesar de estar preocupado com o chamado repentino, tentava pensar do que se tratava para que ambos sejam convocados. Confesso que era algo bem comum eu ser chamado nas reuniões, mas o tom de voz de minha mãe me assustou.

Ao abrir a porta, vimos meus pais, sérios como se estivesse tratando da morte de alguém, já os Angelle estavam emboçando um micro sorriso, ao contrario de Aiko que estava melancólica.

O que aconteceu? - Pergunto apos fechar a porta. Louise me acompanha tendo o medo em seus olhos.

- Niki nos... temos que conversar - Minha mãe segura a mão de ambos, nos guiando ate que nos sentássemos nas cadeiras em frente a mesa de escritório.

- Eu e os Angelle estávamos conversando sobre futuros contratos - Deveria ser algo feliz, mas alegria era a ultima emoção a ser expressada ali. - Decidimos fundir nossas empresas...

Mas ambas as empresas são familiares - Meu pai tem o tom de voz cuidadoso ao explicar a situação - Não seria fácil, levando toda a burocracia em conta, nós descobrimos que há uma forma de fazer isso funcionar. Nós-

- Decidimos que vocês dois irão se casar - A fala indelicada da senhora Angelle faz com que meu corpo trave por inteiro.

- O que?! - Fico de pé fazendo os outros adultos arregalarem os olhos. - Isso e um absurdo! Não pode tirar a liberdade de duas pessoas por causas de negócios.

- Não estamos pedindo para forcar uma super paixão. - O frances parece não se importar com a situação.

- Nao se importam com o que a filha de voces pensa sobre isso? - Questiono, tirando uma risada esnobe da mulher de cabelos negros.

- Tenho certeza que Louise nao se importara de fazer esse sacrificio... - Ela se esgueira ate estar atras da cadera da moca ao neu lado - Pela familia, nao e querida?

Apesar do tom carinhoso, os dedos apertam de leve a bochecha da mais nova, obrigando-a a olhar para o rosto da mae. - Claro...

O olhar de desgosto para todos e lancado por mim, sendo recebido pela melancolia de meus pais e minha irma - Isso nao e justo, eu nao irei me casar! Nao dessa forma!

Antes de ter uma resposta, saio do escritorio para evitar o ataque de furia, indo rumo ao meu quarto, ja sentindo uma forte dor de cabeca.

- Niki - Ouco a voz de minha mae faz com que eu respire fundo.

-Eu preciso ficar sozinho - Afirmo enquanto tenho minhas maos no meu rosto, tentando por os pensamentos no lugar.

- Querido... - Seu tom de voz e amoroso - Eu sei que esta bravo, e eu nao te julgo por isso, na verdade, me senti da mesma forma... - Os dedos dela adentram meus fios, numa tentativa de me acalmar.

- Por anos, considerei seu avo o pior pai da face da terra. E assim foi ate voce nascer...

O silencio reina por mais alguns segundos, ajeito minha postura para poder seu rosto.

- Foi a primeira vez que agradeci seu avo por ter feito aquilo. Caso contrario, eu nao teria nem voce, nem a Aiko. - Sua mão toca meu rosto - Você tem o total direito de ficar chateado comigo e com seu pai - Respiro fundo mais uma vez, fechando os olhos e aproveitando a caricia.

- Sei que precisa de um tempo para poder digerir tudo isso. - Ela se levanta, ajeitando o vestido. - Nao precisa voltar para la. Fique e descanse.

Ela sai, me deixando ali, sozinho com meus pensamentos a flor da pele. Optei por seguir seu concelho e permanecer no quarto.

Meus planos de ficar sozinho sao arruinados quando minha irma mais nova adentra o quarto. Seu rosto que antes expressava alegria, agora demonstra uma melancolia inexplicavel.

- Sinto muito... - Respiramos fundo em sincronia sem olhar nos olhos um do outro. - Tentei convence-los de que era uma pessima ideia e que deveria ter uma forma mas... - Ela para por uns istantes - Amo a criatividade dela, mas o senhor e senhora Angelle me assustam...

- Nao e culpa sua - Seguro a mao da mais nova - Nao se preocupe com isso.

- O clima lá embaixo está pesado - Aiko se leanta suspirando fundo - Nao entendo muito sobre, mas, acho que seria prudente voce falar com ela, apenas para esclarecer algumas coisas...

- Eu resolvo isso, pode se divertir... - Sorrio enquanto ela sai, tirando-o do rosto ao voltar a pensar na situacao em que eu estava.

Ja eram por volta das 23h, algumas pessoas ainda estavam no salao, mas ja se ajeitam pra ir embora, deixando-me mais confortavel a voltar aparecer. Talvez estivesse menos "engomado" do que antes, com a camisa amassada e o cabelo mais bagunçado e mangas arregaçadas.

Conferi quem eram as pessoas que estavam no salao principal, sendo eles, alem de empregados, os tres que eu simplesmente nao sentia uma minima vontade de reencontrar, mas nao havia muita escolha.

- Niki! - A voz de Aiko ecoa por todos os cantos, fazendo o agrupamento de olhares pararem sobre mim. Ela que arrasta Louise em minha direcao. A mais velha nao estava no mesmo estado que o meu, mas também não estava como antes, talvez por conta de minha irma cacula.

- Aiko, posso falar com a 'Senhorita Angelle' - Apesar de parecer cancasa, ela expresa receio e um pouco de curiosidade. A mais nova se afasta, deixando-nos a sos. - Você parece cansada, por acaso a-

- Aiko me arrastou por todo o salão? Sim - Mesmo nessa situação uma risada em coro de ambos ecoa pelo grande cômodo.

- Ela tem dessas, mas não faz por mau - Olho para minha irmã, distraída no celular.

Sinto-me observado, scaneio o local com os olhos, dando de cara com minha "futura sogra", fazendo-me concordar com a afirmação de minha irmã... Os pais de Louise são assustadores!

- Podemos conversar em outro lugar? - Mesmo falando meio baixo, Louise também parece incomodada. Aceito sua sugestão, direcionando-a para o Jardim que não ficava muito longe do salão de festas.

- Sinto muito pela situação -Antes mesmo de eu poder falar algo, a francesa diz rápido.

- Não e culpa nossa, nossos pais que têm um parafuso a menos - Ela tem uma risada estranha, mas deveras engraçada.

Nos sentamos num banco próximo, apesar de uma distância considerável entre ambos. Paro um pouco para observar a mesma que, em momento nenhum olha em meus olhos.

- Louise - Sua voz torna a se fazer presente, fazendo-me ter um misto de confusão e outras coisas estranhas. - Se não temos muitas escolhas quanto ao futuro - Nossos olhos se cruzam - Pelo menos me chame pelo nome.

- Sabe que isso não vai acontecer, não é? - Agora, quem tem confusão em seus elos luzeiros e a garota a minha frente. - Não pense que e algo contra você, Louise, mas nós não vamos nos casar.

- Me admiro sua coragem e teimosia, Nishimura - Reviro os olhos, negando enquanto balanço minha cabeça.

- Em primeira instancia, esse e meu charme querida, e por favor - Me aproximo se supetão, pensando que ela se afastaria, mas isso não aconteceu. - Prefiro que me chame pelo meu nome.

- Não sei que providencias irá tomar perante o matrimonio, Niki - Ela se levanta, e apesar de meu tom brincalhão, ela simplesmente fica seria de repente. - Mas saiba que vai fazê-lo sozinho.

Me levanto, vendo a mais baixa sair, dando-me as costas. - Por que não se recusou a fazer parte disso? - Seguro seu pulso com delicadeza - Por que parece simplesmente não se importar com sua liberdade?

- Não consigo me importar com uma coisa que nunca tive, Niki...

Completamente chocado com o que ela disse, vejo por fim Louise se distanciar até estar dentro do salão, fazendo assim com que eu perdesse a francesa de vista.

Fico ali, sentado por um tempo tentando entender o que ela disse, mas logo tive de me recolher. Subo direto para meu quarto, finalmente tomando um banho e me deitando.

Mesmo que eu tentasse dormir, eu não conseguia. Toda essa situação não saia da minha cabeça. Eu repassava e repassava varias vezes aquilo que ela me disse.

 𝐃𝐈𝐀𝐌𝐎𝐍𝐃 - Ni-ki (ENHYPEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora