𝐃𝐈𝐀𝐌𝐎𝐍𝐃 - Ni-ki (ENHYPEN)

美TAILS石

美 Niki Nishimura
  
Os olhos da mãe de Louise estavam cravados em mim, carregados de desprezo e julgamento. Não era surpresa, mas desta vez algo diferente estava em jogo. Eu, que sempre retribuí suas provocações com um sorriso cínico, sentia algo novo tomando conta de mim. Medo? Não. Isso eu já conhecia. Era algo mais profundo, uma sensação incômoda que queimava no meu peito.

    Louise estava na minha frente, parecendo preocupada, mas determinada. Sabíamos que enfrentaríamos as consequências assim que voltássemos para casa, mas, no fundo, eu sabia que isso era secundário. O que realmente me incomodava estava logo atrás dela, sorrindo de forma que me tirava do sério.

    — Garota, você está tão ferrada... — A voz familiar de Sunoo soou, e eu tive que controlar o impulso de intervir. Quem ele pensa que é?

    — Sunoo?! — Louise abriu um sorriso brilhante, indo ao encontro dele com os braços estendidos. Um abraço apertado. Não gostei nem um pouco disso.

    — Você acha mesmo que eu perderia esse barraco? — Ele respondeu, com aquele olhar travesso. — Assim que te vi nas capas das revistas, vim o mais rápido possível.

    — Nem me lembre disso. — Ele pegou na mão dela de forma casual, mas meus olhos fixaram naquele gesto. Isso era completamente desnecessário.

    — Pela cara da sua mãe, isso não foi comprado. Presente de quem? — Sunoo perguntou, e eu me senti desconfortável com o tom em que ele disse isso. Louise olhou para minha mãe, depois para ele, e eu pude ver um brilho de malícia nos olhos do baixinho.

    — Parece que só o partidão teve azar com a sogra. — Louise riu, e eu não pude evitar de sentir algo pesado crescer dentro de mim.

    Antes que eu pudesse pensar, minha mão já estava em seu braço, puxando-a levemente para o meu lado. A proximidade me deu algum alívio, mas a sensação estranha ainda estava lá.

    — Não posso tirar os olhos de você, que logo desaparece, não é? — Tentei soar casual, mas minha risada saiu estranha, forçada. Olhei para Sunoo, tentando manter a compostura. — Vejo que você já conheceu Sunoo.

    — Muito mais do que você imagina, Niki. — Sunoo respondeu, com um tom de voz que fez minha raiva borbulhar. Forcei uma risada, mas sei que não convenceu ninguém.

    — Crescemos juntos... — Louise explicou, mas eu já sabia disso. A verdade era que isso não importava. O que importava era o que eu estava sentindo agora, algo que nunca tinha sentido antes. Não gostei nem um pouco.

    — Que coincidência, certo? — Apertei a cintura dela com mais força do que deveria. Eu sabia que estava me comportando de forma estranha, mas não conseguia evitar. — Desculpe interromper essa conversa, mas preciso roubar Louise por alguns segundos.

    Sem esperar resposta, a guiei para longe dele, tentando ignorar o sorriso malicioso de Sunoo. O que ele estava tramando?

    — Aconteceu alguma coisa? — Louise perguntou, mas eu só consegui soltar um suspiro.

    — Nada demais. — Peguei sua taça e bebi um gole, sentindo o gosto desagradável. — Isso é suco?

    — Não bebo vinho.

    — Você está na rebeldia hoje. — Brinquei, pegando uma taça de vinho de um garçom próximo. Precisava de algo mais forte. — Por que não dessa vez?

    — Niki... — Ela me olhou com uma repreensão suave, mas eu não estava disposto a recuar. Não agora. — Você é um pestinha incorrigível...

    — Até que a morte nos separe, gatinha. — Toquei minha taça na dela, mantendo meus olhos fixos nos seus.

    — Vou te derrubar da escada. — Ela brincou, mas eu sabia que havia algo mais por trás de suas palavras. Passei a mão pela abertura em suas costas, sentindo-a estremecer.

    — Vai usar esse vestido no meu velório? — Minha voz saiu mais baixa, carregada com algo que eu mesmo não sabia identificar. — Se for, eu mesmo me jogo.

    — Niki, você está estranho. — Ela afirmou, mudando de assunto, mas eu sabia que ela estava percebendo.

    Antes que eu pudesse responder, um flash nos cegou momentaneamente. Paparazzi. Ótimo.

    — Isso deveria ser só para a família. — Murmurei, soltando-a um pouco, mas mantendo uma mão em sua cintura. Eu poderia me acostumar com isso, mas o que veio em seguida me fez querer soltar tudo de uma vez.

    — Sinto muito, mas sabe como ela é. — Louise tentou justificar, mas minha atenção foi desviada quando Sunoo passou por nós novamente, sorrindo de forma maliciosa. Eu não podia deixar isso passar.

    — De onde conhece ele? — Perguntei, me afastando um pouco. Precisava de espaço para pensar.

    — Eu já falei, crescemos juntos, nossos pais eram amigos. — Ela respondeu, mas não era suficiente. Eu precisava saber mais.

    Passei a mão pelos cabelos, mordendo o interior da bochecha. Por que isso me incomodava tanto?

    — Ele sendo seu amigo, sabe que o Kim é bem atrevido, não é? — Disse, tentando manter um tom neutro, mas falhando miseravelmente.

    — O que quer dizer com isso? — Ela perguntou, dando um passo para trás, me olhando como se eu fosse um estranho. Talvez eu fosse, pelo menos hoje.

    — Sabe muito bem. — Respondi, minha paciência se esgotando.

    — Não, não sei. — Ela falou mais baixo, tentando evitar uma cena.

    — Eu não gosto dele, mesmo sendo parente meu. — Disse, olhando diretamente em seus olhos. Eu estava sendo irracional, mas não conseguia parar.

    — Niki, ele é meu amigo. Não pedi pra gostar dele. — Ela afirmou, e isso me irritou ainda mais. Como ela podia ser tão indiferente?

    — Sério isso? Eu esperava mais de você. — Dei um passo à frente, a raiva borbulhando na superfície.

    Louise olhou em volta, preocupada com a atenção que podíamos atrair, mas eu não me importava. Não naquele momento.

    — O que quer dizer com isso? — Ela perguntou, sua voz baixa e controlada, mas eu sabia que estava irritada.

    — Sabe muito bem. — Respondi, minha voz carregada de frustração.

    — Antes de exigir esse tipo de coisa, não se esqueça, Nishimura. — Ela endireitou a postura, elevando o queixo. — Isso é um contrato, algo empresarial, quase político.

    Fiquei em silêncio, processando suas palavras. Ela estava certa, claro. Mas isso não tornava as coisas mais fáceis. Apenas a observei se afastar, voltando a sorrir para os convidados como se nada tivesse acontecido.

    Eu fiquei ali, imóvel, sentindo uma mistura de frustração e culpa me consumir. Não trocamos mais nenhuma palavra até o fim do jantar, e o peso dessa discussão me seguiu como uma sombra. Eu estava furioso, mas não só com Louise. Eu estava furioso comigo mesmo. Nunca imaginei que poderia sentir algo assim, e a verdade é que isso me apavorava.

》Author Notes 📜☕🧸 --

Desculpa o desaparecimento do nada, as coisas se tornaram um pouquinho difíceis para mim aqui, mas tudo está bem.

Pergunta rápida, esses capítulos têm sido um surto para vocês como têm sido para mim?

Apenas escrevendo eu surto, então por favor me deixem saber. 🤍

Sentimentos conflituosos novos, seria isso algo para se preocupar no futuro? 👀